Taraunitis

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Taraunitis (em armênio: Տարոն; em grego: Ταρών; romaniz.:Tarōn em latim: Taraunitis) foi um cantão da província de Turuberânia da Grande Armênia, agora na província de Muş, Turquia.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Expansão dos domínios Mamicônios
Dinar de ouro de Cosroes II (r. 590–628)

Taraunitis, por ter sido domínio do importante clã Mamicônio, teve sua história vinculada ao dele. A principal fonte para sua história durante o período é a História de Taraunitis, um romance "histórico" relativamente curto dividido em cinco partes, escrito pelo autor João Mamicônio, e que pretendia descrever eventos significativos ocorridos no distrito de Taraunitis durante as guerras bizantino-sassânidas quando o era Cosroes II (r. 590–628). Neste período a região foi frequentemente invadida pelos persas e a história descreve as ações de cinco gerações de Mamicônios na defesa e vingança do distrito: Musel II, Baanes II, Simbácio I, Baanes III e Tigranes I. Na obra se enfatiza que eram os santos guerreiros de São Carapete (João Batista, o seu santo patrono), e que por isso zelaram pela proteção do Mosteiro de São Precursor bem como todas as igrejas e cristãos no distrito.[2]

Com a abolição da monarquia armênia pelos sassânidas em 428, e o martírio de Vardanes II, a família Mamicônio foi colocada na vanguarda da política armênia.[3] Em 481, Baanes I Mamicônio, em apoio a Vactangue I (r. 447/449–502/522) do Reino da Ibéria, rebela-se contra o governo sassânida na Armênia.[4] Baseado em Taraunitis, o líder Mamicônio comandou seus exército em várias batalhas bem-sucedidas contra os persas, tendo ele, em 484, usado a região como refúgio quando o marzobã Sapor Mirranes veio com novos contingentes.[5]

No século VIII, os Mamicônios lideraram várias revoltas contra a ocupação árabe da Armênia até que grande parte da nobreza foi exterminada na Batalha de Bagrauandena em 25 de abril de 775. A batalha pôs fim do poder Mamicônio e Asócio IV Bagratúnio se apoderou dos bens de seu tio Samuel II, deixando apenas Bagrauandena ao príncipe Sapor.[6]

Referências

  1. Hacikyan 2002, p. 428.
  2. Bedrosian 1975.
  3. Settipani 2006, p. 133.
  4. Grousset 1947, p. 217.
  5. Grousset 1947, p. 223.
  6. Settipani 2006, p. 142-146.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grousset, René (1947). História da Armênia das origens à 1071. Paris: Payot 
  • Hacikyan, Agop Jack (2002). The Heritage of Armenian Literature. vol. II : From the Sixth to the Eighteenth Century. Detroit: Wayne State University. ISBN 0-8143-3023-1 
  • Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs les princes caucasiens et lempire du VIe au IXe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8