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Em análise numérica, o Método de Newton (ou Método de Newton-Raphson), desenvolvido por Isaac Newton e Joseph Raphson, tem o objetivo de estimar as raízes de uma função. Para isso, escolhe-se uma aproximação inicial para esta. Após isso, calcula-se a equação da reta tangente (derivada) da função nesse ponto e a interseção dela com o eixo das abcissas, a fim de encontrar uma melhor aproximação para a raiz. Repetindo-se o processo, cria-se um método iterativo para encontramos a raiz da função. Em notação matemática, o Método de Newton é representado da seguinte forma:

,

onde n indica a n-ésima iteração do algoritmo e f'(xn) é a derivada da função f em xn.

Para que se obtenha sucesso na iteração, devemos respeitar a seguinte condição:

  • A função f deve ser diferenciável em xn e seu valor deve ser não nulo;

Exemplos[editar | editar código-fonte]

1) Neste exemplo, mostraremos porque a função f deve ser diferenciável em xn. Considere a função f(x)=|x-3|-1. Essa função possui uma cúspide no ponto (3,-1); portanto, f não é diferenciável nesse ponto. Analisando o gráfico dessa função, percebemos que x=2 e x=4 são suas raízes. Caso iniciemos o Método de Newton com x=3, o processo iterativo falhará porque a derivada de f em x=3 não é definida.

2) Neste exemplo, mostraremos porque a função f deve ter derivada não nula em xn. Considere a função f(x)=x2-1. Essa função possui uma reta tangente horizontal no ponto (0,-1); portanto, a derivada de f em x=0 é nula. Como a reta tangente é horizontal, logo ela nunca interceptará o eixo das abcissas e, assim, o Método de Newton falhará, pois ocorrerá uma indeterminação matemática (divisão por zero).

Demonstração do Método de Newton[editar | editar código-fonte]

Consideremos o problema de calcular a raiz de uma função f, conforme a figura ao lado.

As três primeiras iterações do método de Newton.

Queremos calcular x1 em função de x0, sabendo que x1 será a cota no eixo das abcissas interceptado pela reta tangente à curva, originada por x0.

A equação da reta que passa por (x0,f(x0)) e é tangente à curva em (x0,f(x0)) tem inclinação m=f'(x0) e sua equação é:


Sabendo que essa reta passa por (x1,0), temos que:


Portanto,


De modo geral, teremos:

Análise de Convergência[editar | editar código-fonte]

Devemos ter em mente que se a condição estabelecida na introdução for satisfeita, o Método de Newton poderá não convergir para a raiz. Seja f(x) uma função e sua derivada diferente de zero. Seja uma função definida como:


Consideramos x* uma aproximação da solução x de f(x)=0 tal que f'(x*)≠0 e |x – x*| seja “pequeno”. Expandimos em Série de Taylor em torno de x* e obtemos:



Para a dedução do Método de Newton, vamos supor que |x - x*| é pequeno, logo, o termo (x - x*)² será muito menor. Com isso, dizemos que:



Sabemos que:




Portanto:



Logo:




Considerando (xn - x*) o erro absoluto, obtemos:



Com isso, observamos que o erro é de ordem quadrática. Quando , teremos uma convergência rápida. De modo geral, quando , o Método de Newton poderá convergir, mas a convergência será lenta. Considere a função f(x)=sen(x), se arbitrarmos x0=10,85 rad, valor relativamente distante da primeira raiz x=π rad, o Método de Newton convergirá para a raiz rapidamente. Isso mostra que a primeira aproximação da raiz deve, preferencialmente, ser um valor próximo da raiz, mas existe casos em que essa aproximação é distante da raiz e mesmo assim o método converge.

Generalização do Método de Newton[editar | editar código-fonte]

Percebemos que o Método de Newton é uma poderosa ferramenta para resolvermos equações de uma variável (f(x)=0). Esse método, contudo, pode ser utilizado em problemas mais complexos, como na solução de equações do tipo Ax=b, em que x e b são vetores e A é uma matriz. Queremos, portanto, generalizar o Método de Newton para resolvermos um sistema de equações da forma:


Podemos analisar esse sistema de equações na forma vetorial, definindo o vetor e o vetor F(x) tal que


Para resolvermos o problema de uma variável (f(x)=0), nós expandíamos a função f(x) em torno de x* por sua Série de Taylor de modo a obtermos , sendo x* uma aproximação para a solução de f(x)=0 . De modo equivalente, o problema matricial se resume a resolver e equação F(x)=0 e devemos expandir a função F(x) em torno de x*, sendo x* uma aproximação para a solução de F(x)=0. Efetuando-se essa expansão, obteremos . Portanto, será necessário definirmos a derivada de F(x). Definimos, então, a Matriz Jacobiana por:



E percebemos que a matriz jacobiana, ou o Jacobiano da função F(x), é a matriz formada pelas derivadas parciais de F(x):


Logo, podemos reescrever a expansão em Série de Taylor de F(x) como . Também de acordo com o problema de uma variável, tínhamos que o Método de Newton era dado pela iteração:


Consequentemente, em problema envolvendo sistemas lineares, teremos que o Método de Newton será dado pela iteração:

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Howard Anton, Irl Bivens, Stephen Davis, Cálculo Volume 1, Bookman, 8° ediçao.
  2. Richard L. Burden, J. Douglas Faires, Análise Numérica, CENGAGE Learning, 8° ediçao.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]