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Considerada como a introdutora das artes têxtis mordernas no Brasil, Regina Gomide Graz (Itapetininga, São Paulo, 1897 - São Paulo, São Paulo, 1973) foi uma pintora, decoradora e tapeceira, sendo considerada uma das artistas mais produtivas no meio artístico nacional durante a primeira e segunda geração do modernismo no Brasil (entre as décadas de 1920 a 1940). Possuindo um significativo papel para as artes plásticas brasileiras, na finalidade de ter promovido a autonomização das artes decorativas, sendo reconhecida também por estudiosos como uma das introdutoras do estilo art déco [1] . Porém, por mais que a artista possua essas "considerações" por teóricos de sua área, a recepção num contexto geral já é diferente, por haver um "esquecimento" de seu legado no grande público em consequência de seus trabalhos vistos só como colaborações com seu irmão e marido. O que pode acontecido, dado o fato, que seu período de produção ativo de produção se concedeu no mesmo período do movimento pelo sufrágio feminino.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos e introdução às artes[editar | editar código-fonte]

Regina Gomide Graz nasceu no ano de 1897, em Itapetininga, município brasileiro do estado de São Paulo. Sendo irmã do pintor Antonio Gomide (1895 - 1967) e esposa do pintor John Graz (1891 - 1980), parte da família Gomide-Graz. No ano de 1913, em consequência da nomeação de seu pai, Gabriel Gonçalves Gomide, para um cargo diplomático, Regina e sua família tiveram que se mudar para Genebra. Onde naquele mesmo ano de sua chegada, ela e seu irmão Antonio ingressaram na École des Beaux Arts de Genebra, conhecendo no mesmo local John Graz. Já em 1920, o mesmo iria se tornar oficialmente seu marido, além de parceiro profissional ao chegar de volta ao Brasil em conjunto à sua família na cidade de São Paulo. Trazendo em sua bagagem cultural contextos vistos em seu período de estudo em Genebra, como: ascensão de movimentos artísticos modernistas como o Cubismo e o Dadaísmo; além das influências que teve do próprio Museu de Arte e História de Genebra. Elementos esses que se mostraram envolvidos dentro do movimento de Art Deco, onde Regina se destacou. Resultado possibilitado pela sua dedicação em seus estudos sobre: tapeçaria e confecção de paneaux, colchas, almofadas, tecidos e abajures em estilo cubista e art deco[2].

Década de 1920 e início profissional[editar | editar código-fonte]

No início da década de 20, já em São Paulo, Regina juntamente com seu futuro marido John Graz, por intermédio do poeta Oswald de Andrade, começa a se inserir na vida intelectual presente na cidade. O que em consequência, lhes trouxe a oportunidade de estarrem na Semana de Arte Moderna de 1922, onde a artista Regina Graz expôs seu trabalho em tapeçarias.

Quais já traziam elementos do movimento Art Déco marcado por características luxuosas, através de formas geométricas resultando em um design abstrato. Trabalhos posterios da artista foram marcados por caracrterísticas do movimento Art Déco, mas também somados com influências das vanguardas artísticas como: futurismo, cubismo, construtivismo, modernismo e abstração geométrica.

Em 1923, um ano após a sua participação na Semana Arte Moderna, a artista no Rio de Janeiro realizou uma pesquisa sobre tecelagem indígena do Alto Amazonas. Essa oportunidade resultou com que Regina posteriormente fosse considerada como uma das pessoas pioneiras no interesse pela tradição indígena brasileira.

Década de 1930 a 1940 - de volta à São Paulo[editar | editar código-fonte]

Durante a década de 30, Regina esteve atuando fortemente no cenário artístico. Na cidade de São Paulo, neste mesmo período, Regina participou da equipe de decoradores da Casa Modernista de Gregori Warchavchik (1896 - 1972) [2]. Mais tarde, por volta de 1932 a 1934, ainda na cidade de São Paulo, ela se torna membro da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam). De 1934 a 1940, Regina também participou do Grupo 7, o qual incluíam, Victor Brecheret (1894 - 1955), Elisabeth Nobiling (1902 - 1975), Yolanda Mohalyi (1909 - 1978), Rino Levi (1901 - 1965), John Graz e Antonio Gomide [3]. Por último, no ano de 1941, ela consegue abrir um negócio próprio com o nome de Tapetes Regina Ltda [2].

Perspectiva feminista em relação a tríade de artistas-decoradores[editar | editar código-fonte]

Há de se debater um fator importante, que percorre a trajetória da artista, que se dá pelo fato da existência de poucos registros da artista como protagonista de sua história. Onde primeiramente a própria história da arte acaba se inclinando na consideração da produção de John e Regina Graz atrelada ao artista, Antonio Gomide (irmão de Regina), chamando-os de “tríade de artistas-decoradores”[4].

Porém têm se uma contradição nesta questão qual precisa ser certificada, pois há de se ter que na medida em que os documentos sobre os projetos decorativos realizados entre os anos 1920, 30, 40 e 50 não é evidenciado a participação de Antonio[4], e sim a de John na idealização dos conjuntos de quadros e a de Regina na produção têxtil.

Acabando que em consequência sendo colocada em escritos existentes, em uma posição secundária, ou seja, de “colaboradora” mais do que propriamente de “autora”, a de ser descrita como “esposa” e “irmã” de artistas (respectivamente, de John Graz e Antonio Gomide)[4].

Reparação histórica de seu legado nas artes decorativas[editar | editar código-fonte]

Há muito a se debater pelo modo como o trabalho de Regina Graz foi, em grande parte senão totalmente esquecido, e consequentemente esquecido pelo grande público. Entretanto, esse tipo de tratamento com a arte de Regina já acontecia desde os seus primeiros projetos com John Graz. Na época, o setor artístico no Brasil era extremamente pequeno, sendo assim, o casal decidiu fazer uso de seus conhecimentos para o desenvolvimento de projetos decorativos para a elite paulista até, aproximadamente, 1950 [5].

Dinâmica onde John era o encarregado pela idealização dos planos, enquanto Regina era a responsável pela execução final. É importante destacar que esse tipo de tarefa realizada por Regina, no contexto dessa sociedade, era enxergado com menor valor dentro desse mercado de artes visuais. Já que o artesanato era visto como ‘’um protótipo do trabalhador manual, cujo os dotes intelectuais não estão presente’’[5].

Contribuições históricas para a arte[editar | editar código-fonte]

De acordo com Pietro Maria Bardi, um dos fundadores do Museu de Arte de São Paulo, Regina Graz tem o mesmo valor que as pessoas atribuem a Tarsila do Amaral [6]. Uma artista que conseguiu trabalhar juntamente os conceitos de tempo e evolução; como também foi capaz de, a partir de uma educação totalmente europeia, trabalhar com um sentimento genuinamente nacional. Além disso, determina que Regina foi a ponte entre o Movimento Modernista e o Art Déco [6].

Geraldo Edson de Andrade, famoso crítico de arte, afirmou que Regina conseguiu aderir a um nacionalismo em um momento do país em que as expressões artísticas valorizando o Brasil eram muito poucas ou praticamente nulas; mesmo com ela vindo de uma sociedade totalmente diferente [7]. Outro fato importante de sua carreira consiste em ser a primeira artista a se preocupar com artefatos decorativos, seus valores e cuidado. Equiparando-se ao que a importante Sônia Delaunay desenvolvia em Paris nos anos 20 [7].

Exposições[editar | editar código-fonte]

Exposições Individuais [2][editar | editar código-fonte]

1947 - São Paulo SP - Individual

Exposições Coletivas [2][editar | editar código-fonte]

  • 1920 - São Paulo SP - Regina Gomide Graz e John Graz, no Cinema Central
  • 1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
  • 1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
  • 1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
  • 1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas
  • 1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes, na Rua 11 de Agosto
  • 1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
  • 1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, no MAM/SP
  • 1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e consequências, no Masp

Exposições Póstumas [2][editar | editar código-fonte]

  • 1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
  • 1974 - São Paulo, SP - 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, no MAB/Faap
  • 1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
  • 1976 - São Paulo SP - A Família Graz-Gomide: o art-deco no Brasil, no Museu Lasar Segall
  • 1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
  • 1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
  • 1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
  • 1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
  • 2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
  • 2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
  • 2004 - São Paulo SP - Mulheres Pintoras, na Pinacoteca do Estado

Links Externos[editar | editar código-fonte]

Conteúdo, Estadão. Revista ISTOÉ: Pintor modernista John Graz em duas mostras na cidade de SP. Disponível em: https://istoe.com.br/pintor-modernista-john-graz-em-duas-mostras-na-cidade-de-sp/ Acesso em: 12 de outubro de 2021.

Década de 1920: Os Anos Loucos. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/decada-de-1920-os-anos-loucos/ Acesso em: 12 de outubro de 2021.

Machado, Jefferson Evandro Ramos. Anos 30. São Paulo. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/musicacultura/anos_30.htm Acesso em: 12 de outubro de 2021.

Referências

  1. CÁURIO, Rita. «Artêxtil no Brasil: viagem pelo mundo da tapeçaria. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1985». Ed. do Autor. Artêxtil no Brasil: viagem pelo mundo da tapeçaria. 
  2. a b c d e f Cultural, Instituto Itaú. «Regina Graz». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de novembro de 2021 
  3. «John Graz». Almeida & Dale. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  4. a b c Simioni, Ana Paula Cavalcanti (1 de setembro de 2007). «Regina Gomide Graz: modernismo, arte têxtil e relações de gênero no Brasil». Revista do Instituto de Estudos Brasileiros (45): 87–106. ISSN 2316-901X. doi:10.11606/issn.2316-901X.v0i45p87-106. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  5. a b «6. REGINA GOMIDE GRAZ». Medium. 17 de maio de 2019. Consultado em 8 de novembro de 2021 
  6. a b BARDI, Pietro Maria. «O modernismo no Brasil». SUDAMERIS: 79 
  7. a b ANDRADE, Geraldo Edson de. «Aspectos da tapeçaria brasileira.». FUNARTE. Apresentação de Clarival do Prado Valladares.