Usuário:Intertidal/Raja undulata

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Raia curva
Classificação científica edit
Predefinição taxonomia em falta (fix): Raja
Espécies:
Nome binomial
Predefinição:Taxonomia/RajaRaja undulata
Lacepède, 1802

A raia curva (Raja undulata) é uma espécie de raia e peixe cartilagíneo encontrada no Mediterrâneo e no Atlântico Leste desde o sul da Irlanda e Inglaterra até ao Golfo da Guiné.[1] É encontrada em áreas com vasa ou areia e pode ocorrer em profundidades de até 200 metros, embora prefira zonas menos profundas.[1] É considerada uma espécie ameaçada devido à pesca excessiva.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A raia curva tem o corpo em forma de disco, triangular na frente e quase circular na parte posterior, e dentículos dérmicos desenvolvidos como espinhos para proteção. Os espinhos medianos são dispersos nos adultos e regulares nos juvenis. Os machos possuem uma fileira de espinhos de cada lado, enquanto as fêmeas possuem três.[2] Os olhos são de tamanho médio e seguidos de espiráculos. A boca situa-se na superfície ventral e é ligeiramente arqueada, seguida de cinco pares de pequenas fendas branquiais. A cauda é tão longa quanto o corpo e possui duas barbatanas dorsais bem separadas perto da extremidade posterior, geralmente com dois espinhos entre elas. A coloração da superfície dorsal varia do castanho claro ao citrino ou cinzento, com faixas onduladas mais escuras e numerosas manchas brancas pequenas. A parte anterior da cabeça e margens são frequentemente mais claras e com manchas escuras.[3] A zona ventral é branco-creme com margem acinzentada. Normalmente pesa cerca de 4.5 kg, mas pode atingir até 10 kg e 1 metro de comprimento.[4]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

Esta espécie tem uma distribuição irregular e descontínua no nordeste do Atlântico. É encontrada desde o sul da Irlanda e Inglaterra até ao Senegal, e no Mediterrâneo ocidental. É globalmente incomum, mas pode ser abundante localmente, principalmente no noroeste da Irlanda, no lado oriental do Canal da Mancha e perto da costa sul de Portugal.[5] Também está presente esporadicamente no norte do Mar Mediterrâneo.[6] Geralmente é encontrada em fundos arenosos, vasosos ou detríticos, em profundidades de 50–200 m desde as zonas costeiras até ao talude continental superior, sendo possível encontrá-la em águas mais rasas.[7]

Biologia[editar | editar código-fonte]

Juvenil de Raja undulata no Aquário de Génova

Existem poucos dados sobre a biologia desta espécie. Usando vértebras como marcadores de crescimento, estima-se uma expectativa máxima de vida de 21 a 23 anos.[8] É um peixe cartilagíneo ovíparo. As fêmeas põem ovos de março a setembro.[9] Os ovos são cápsulas pretas rígidas e coriáceas, com filamentos nos quatro cantos, conhecidas pelo nome de "bolsa de sereia" (assim como as cápsulas dos ovos de outras raias, ratões e tubarões).Os ovos geralmente têm entre 72 e 90 mm de comprimento e 42 a 52 mm de largura. Estas "bolsas" costumam aparecer nas praias após o mau tempo, embora geralmente cheguem vazias, pois a raia juvenil já eclodiu.[10]

Dieta[editar | editar código-fonte]

A raia curva come pequenos peixes, crustáceos, moluscos e outras espécies do macrobentos.[2]

Interação humana[editar | editar código-fonte]

Como outras espécies bentónicas de tamanho semelhante, a raia curva é capturada incidentalmente ou intencionalmente pela pesca comercial usando redes de arrasto, redes de emalhar e palangres.[5] É comum em aquários públicos, onde se dá relativamente bem.

Proteção[editar | editar código-fonte]

Devido à sua maturidade sexual tardia e à baixa taxa de crescimento populacional, a raia-curva é extremamente vulnerável à pesca.[11] No Atlântico Norte, as populações diminuíram drasticamente nos mares da Irlanda, não existindo já registos de capturas desta espécie no Canal da Mancha. Desde 2009, é ilegal manter a bordo raia curva nas águas da UE devido a preocupações com a redução do tamanho das unidades populacionais. Quaisquer indivíduos capturados devem ser devolvidos ilesos, se possível.[12]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Durante um estudo constatou-se que o índice gonadossomático para as fêmeas era maior no inverno, o que significa que esta espécie se reproduz nesta estação. As fêmeas atingem a maturidade mais tarde, e com maior tamanho, quando comparadas com os machos.[13]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d Coelho, R.; Bertozzi, M.,Ungaro. N.; Ellis, J. (2009). «Raja undulata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2009: e.T161425A5420694. doi:10.2305/IUCN.UK.2009-2.RLTS.T161425A5420694.enAcessível livremente. Consultado em 20 November 2021  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "iucn status 20 November 2021" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  2. a b Hurst, Richard. «Undulate ray Raja undulata» (PDF). Shark Trust. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "sharktrust" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. «Undulate ray (Raja undulata)». Marine Species Identification Portal. KeyToNature Project Consortium. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  4. «Undulate Ray (RAJA UNDULATA)». the European Federation Of Sea Anglers. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  5. a b «Raja undulata Undulate Ray». Encyclopedia of Life. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "EOL" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  6. Guide of Mediterranean Skates and Rays (Raja undulata).
  7. Ellis JR, McCully SR, Brown MJ (April 2012). «An overview of the biology and status of undulate ray Raja undulata in the north-east Atlantic Ocean». J Fish Biol. 80 (5): 1057–74. PMID 22497373. doi:10.1111/j.1095-8649.2011.03211.x  Verifique data em: |data= (ajuda)
  8. Fisheries Biology of the Undulate Ray, Raja undulata, in the Algarve ( Southern Portugal) (PDF). Northwest Atlantic Fisheries Organization Scientific council meeting. September 2002. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  9. Pollerspöck, Jürgen. «Raja undulata LACEPÈDE, 1802». www.shark-references.com. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  10. «Skate and Ray Eggcase Identification Guide» (PDF). Marine Conservation Society. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  11. Coelho R, Erzini K (October 2006). «Reproductive aspects of the undulate ray, Raja undulata, from the south coast of Portugal». Fisheries Research. 81 (1): 80–85. doi:10.1016/j.fishres.2006.05.017  Verifique data em: |data= (ajuda)
  12. Rossell, Robert. «Raja undulata – undulate ray». National Museums Northern Ireland. Consultado em 4 January 2015  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  13. Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente/Centro de Ciências do Mar, Campus de Gambelas, 8000 Faro, Portugal

Links externos[editar | editar código-fonte]

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