Vinciane Despret

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Vinciane Despret
Vinciane Despret
Nascimento 12 de novembro de 1959 (64 anos)
Anderlecht
Cidadania Bélgica
Alma mater
Ocupação filósofa, dramaturgo, intérprete, professora universitária
Prêmios
  • knight of the Mérite wallon (2015)
  • prix Moron (2021)
Empregador(a) ULiège, Université Libre de Bruxelles

Vinciane Despret (Anderlecht, 12 de novembro de 1959) é uma filósofa da ciência e psicóloga belga, professora associada da Universidade de Liège. Seus trabalhos são referência sobre relações multiespécies.

Vida[editar | editar código-fonte]

Vinciane Despret nasceu em Bruxelas em 12 de novembro de 1959, em uma família de cinco filhos, incluindo quatro meninas. Ela é casada com Jean-Marie Lemaire, um psiquiatra que trabalha parcialmente na Itália, principalmente em Torino. Eles têm um filho, Jules-Vincent.

Graduou-se em filosofia e posteriormente, estudou psicologia, formando-se em 1991[1]. Em 1997, defendeu a tese cujo título pode ser livremente traduzido por "Conhecimento das paixões e paixões do conhecimento".

Realizações[editar | editar código-fonte]

Seu trabalho se realiza na interface entre as áreas da Psicologia, Etologia e Filosofia da ciência, numa perspectiva que a leva a interessar-se pelas consequências políticas das nossas escolhas teóricas[1]. No cerne de seu trabalho está a questão da relação entre observadores e observados durante a condução da pesquisa científica.[2][3]

Despret afilia-se a pensadores críticos em filosofia e antropologia da ciência como Isabelle Stengers, Donna Haraway e Bruno Latour.[4][5] Ela empreende uma compreensão crítica de como a ciência é fabricada, acompanhando os cientistas fazendo trabalho de campo e a maneira como eles criam ativamente links e relacionamentos específicos com seus objetos de estudo.[6][7] Tornou-se conhecida por ter fornecido um relato reflexivo sobre etólogos, observando os tagarelas no deserto de Negev e a maneira como eles interpretariam os complexos movimentos de dança desses pássaros.[8]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Recebeu prêmios de prestígio, como o Grand Prix Moron, o prêmio de humanidades científicas e o prêmio do Fundo Internacional Wernaers para pesquisa e divulgação do conhecimento. Ela também foi curadora científica da exposição Bêtes et Hommes realizada no Grande Halle de la Villette em Paris em 2007-2008. [9] Foi agraciada com o título de intelectual do ano do Centro Georges Pompidou, em 2021.[10]

Escritos[editar | editar código-fonte]

Seleção de obras traduzidas para o português

livros[editar | editar código-fonte]

artigos[editar | editar código-fonte]

  • Pesquisar junto aos mortos. Campos - Revista de Antropologia, v. 22, n. 1, p. 289-307, jun. 2021.[11]
  • Ser animal, o mais polidamente possível. Pesquisas e Práticas Psicossociais, v. 6, n. 2, 246-256, 2011.
  • Leitura etnopsicológica do segredo. Fractal: Revista de Psicologia, v. 23, n. 1, p. 05–28, abr. 2011.[12]
  • As ciências da emoção estão impregnadas de política? Catherine Lutz e a questão do gênero das emoções. Fractal: Revista de Psicologia. v. 23, n. 1, p. 29–42, abr. 2011.[13]
  • Os dispositivos experimentais. Fractal: Revista de Psicologia, v. 23, n. 1, p. 43–58, abr. 2011.[14]
  • O que as ciências da etologia e da primatologia nos ensinam sobre as práticas científicas?. Fractal: Revista de Psicologia, v. 23, n. 1, p. 59–72, abr. 2011.[15]
  • Acabando com o luto, pensando com os mortos. Fractal: Revista de Psicologia, v. 23, n. 1, p. 73–82, abr. 2011. [16]

Notas[editar | editar código-fonte]

Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês, cujo título é «Vinciane Despret».

Referências

  1. a b Fausto, Juliana; Naveira, Miguel Alfredo Carid (30 de junho de 2021). «Vinciane Despret – vozes de outros mundos». Campos - Revista de Antropologia (1): 283–288. ISSN 2317-6830. doi:10.5380/cra.v22i1.80500. Consultado em 23 de abril de 2023 
  2. «Crítica: Magnífico, 'Autobiografia de um Polvo' é reflexão sobre escrita dos animais». Folha de S.Paulo. 27 de janeiro de 2023. Consultado em 23 de abril de 2023 
  3. Baroni, Daiana Paula Milani; Ferreira, Arthur Arruda Leal (2019). «Repensando o ato de pesquisar – negociações, composições e afetações». Psicología, Conocimiento y Sociedad (2): 331–349. Consultado em 23 de abril de 2023 
  4. Azevedo, Wagner Fernandes de. «Questionar a propriedade privada desde o canto dos pássaros. Entrevista com Vinciane Despret». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 23 de abril de 2023 
  5. «Entrevista com Isabelle Stengers e Vinciane Despret». Revista DR. Consultado em 23 de abril de 2023 
  6. Jorge, Jonas. «"A luta contra a extinção das espécies deveria mobilizar paixões alegres". Entrevista com Vinciane Despret». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 23 de abril de 2023 
  7. «Pesquisadores defendem parceria com outras espécies e mostram o que aprender com animais, plantas e até bactérias». O Globo. 22 de janeiro de 2022. Consultado em 23 de abril de 2023 
  8. «Vinciane Despret». frenchculture.org (em inglês). Consultado em 23 de abril de 2023 
  9. «Vinciane Despret : la philosophie, c'est aussi une question de goût». www.news.uliege.be (em francês). Consultado em 23 de abril de 2023 
  10. «Vinciane DESPRET | Actes Sud». www.actes-sud.fr. Consultado em 23 de abril de 2023 
  11. Despret, Vinciane (30 de junho de 2021). «Pesquisar junto aos mortos». Campos - Revista de Antropologia (1): 289–307. ISSN 2317-6830. doi:10.5380/cra.v22i1.80501. Consultado em 23 de abril de 2023 
  12. Despret, Vinciane (abril de 2011). «Leitura etnopsicológica do segredo». Fractal: Revista de Psicologia: 05–28. ISSN 1984-0292. doi:10.1590/S1984-02922011000100002. Consultado em 23 de abril de 2023 
  13. Despret, Vinciane (abril de 2011). «As ciências da emoção estão impregnadas de política? Catherine Lutz e a questão do gênero das emoções». Fractal: Revista de Psicologia: 29–42. ISSN 1984-0292. doi:10.1590/S1984-02922011000100003. Consultado em 23 de abril de 2023 
  14. Despret, Vinciane (abril de 2011). «Os dispositivos experimentais». Fractal: Revista de Psicologia: 43–58. ISSN 1984-0292. doi:10.1590/S1984-02922011000100004. Consultado em 23 de abril de 2023 
  15. Despret, Vinciane (abril de 2011). «O que as ciências da etologia e da primatologia nos ensinam sobre as práticas científicas?». Fractal: Revista de Psicologia: 59–72. ISSN 1984-0292. doi:10.1590/S1984-02922011000100005. Consultado em 23 de abril de 2023 
  16. Despret, Vinciane (abril de 2011). «Acabando com o luto, pensando com os mortos». Fractal: Revista de Psicologia: 73–82. ISSN 1984-0292. doi:10.1590/S1984-02922011000100006. Consultado em 23 de abril de 2023 
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