Zambra
Zambra | |
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Origens estilísticas | subgénero de flamenco Música mourisca |
Contexto cultural | bairro cigano do Sacromonte, Granada, Espanha |
Instrumentos típicos | guitarra, castanholas, pandeireta |
Subgêneros | |
alboreá, cachucha, mosca |
A zambra,[1] também conhecida como zambra mora (zambra moura) é uma dança de flamenco dos ciganos de Granada, Espanha. Supõe-se que resulta da evolução de antigas danças dos mouriscos,[2] ou seja os espanhóis muçulmanos forçados a converterem-se ao cristianismo em 1502.
A zambra é a dança típica das cerimónias nupciais ciganas e nas últimas décadas foi transformada em atração turística. Os espetáculos para turistas decorrem nas cuevas (grutas, ou seja, casas escavadas nas encostas) do Sacromonte, o bairro cigano de Granada. Durante algum tempo a zambra esteve proibida em Espanha por se considerar uma dança pecadora, devido à sensualidade que envolve. Em tempos mais recentes foi adotada por dançarinas como Carmen Amaya (1917–1963), La Chunga (n. 1938) e Pilar López Júlvez (1912–2008),[carece de fontes] e foi popularizada pela dançarina Lola Flores e pelo cantor e compositor Manolo Caracol nos anos 1940 e 1950.[3]
O termo zambra é também usado para designar um estilo teatral desenvolvido por Manolo Caracol no princípio dos anos 1960 e que recriava em palco o ambiente mourisco e cigano das grutas do Sacromonte.[4]
Em árabe marroquino, zambra significa "festa".[carece de fontes] O termo zambra deriva das palavras árabes zamra (flauta) ou zamara (músicos). Há menções a ela em escritos dos séculos XVII e XVIII, juntamente com outros géneros como o sapateado, sarabanda e fandango e como uma dança típica dos mouriscos de Granada. Muitos destes ter-se-ão juntado às bandas de ciganos, que assim herdaram a tradição da zambra e a assimilaram como um espetáculo cigano. A zambra foi muito popular nas décadas de 1950 e 1960. O canto é acompanhado geralmente pelo modo harmónico andaluz e o compasso binário dos tangos lentos, onde as pandeiretas e as sonajas[a] têm uma forte presença sonora.[2] Não há estudos sobre a sua influência noutros géneros, mas provavelmente não é pequeno, a julgar pelos estilos que adotaram a exótica cadência rítmica da zambra.[4]
A zambra é composta por três subgéneros, correspondentes às partes em que se divide o ritual nupcial originalmente associado à dança: a alboreá, a cachucha, a mosca e a zambra propriamente dita.[2] A dança tem algumas semelhanças com a dança do ventre do Médio Oriente. A mulher dança com pés descalços, castanholas nos dedos, blusa amarrada sob o peito e a saia presa à altura dos quadris, com pregas amplas para fazê-la flutuar no ar.[carece de fontes]
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Parte do texto foi baseado na tradução do artigo «Zambra mora» na Wikipédia em castelhano (acessado nesta versão).
- [a] ^ A sonaja é um instrumento de percussão semelhante à pandeireta.
- ↑ «zambra». Diccionario de la lengua española. dle.rae.es (em espanhol). Real Academia Espanhola
- ↑ a b c «Géneros del folklore / Zambra del Sacromonte». www.radiole.com (em espanhol). Raiolé. Flamenco de la A a la Z. Consultado em 7 de março de 2013. Arquivado do original em 2 de julho de 2013
- ↑ Navalón, Susana. «Flamenco Forms - Zambra». esflamenco.com (em inglês). Consultado em 7 de março de 2013. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2010
- ↑ a b «Tangos y tientos / Zambra». www.radiole.com (em espanhol). Raiolé. Flamenco de la A a la Z. Consultado em 7 de março de 2013. Arquivado do original em 27 de julho de 2013
Bibliografia complementar
[editar | editar código-fonte]- Albaicín, Curro (2011), Zambras de Granada y flamencos del Sacromonte - una historia flamenca en Granada, ISBN 9788492924752 (em espanhol), Almuzara
- Cruces Roldán, Cristina (2003), El flamenco y la música andalusí - Argumentos para un encuentro, ISBN 84-88944-30-X Verifique
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(ajuda) (em espanhol), Sevilha: Carena