Paradoxo do plâncton
Na biologia aquática, o paradoxo do plâncton descreve a situação em que uma gama limitada de recursos suporta uma inesperadamente grande variedade de espécies de plâncton, aparentemente desprezando o princípio da exclusão competitiva, que sustenta que quando duas espécies competem pelo mesmo recurso, uma delas será levada à extinção.
Paradoxo ecológico
[editar | editar código-fonte]O paradoxo do plâncton é resultado do confronto entre a diversidade observada de plâncton e o princípio da exclusão competitiva,[1] também conhecido como lei de Gause,[2] que determina que, quando duas espécies competirem por um mesmo recurso, em última análise, apenas uma irá persistir e a outra será extinta. A vida na forma de fitoplâncton é diversa em todos níveis filogenéticos, apesar da gama limitada de recursos (por exemplo luz, nitrato, fosfato, ácido silícico, ferro) pelos quais esses organismos competem entre si.
O paradoxo do plâncton foi descrito originalmente em 1961 por G. Evelyn Hutchinson, que propôs que o paradoxo pode ser resolvido por fatores como gradientes verticais de luz ou turbulência, simbiose ou comensalismo, predação diferencial, ou devido à constante mudança das condições ambientais.[3] Um trabalho mais recente propôs que o paradoxo pode ser resolvido por fatores tais como: movimento caótico dos fluidos,[4] pastejo seletivo por tamanho,[5] heterogeneidade espaço-temporal,[6] e as flutuações ambientais.[7] De forma geral, alguns investigadores sugerem que os fatores ambientais e ecológicos interagem continuamente de tal modo que o habitat planctônico nunca atinge um equilíbrio para que uma única espécie seja favorecida.[8] Em Mitchell et al. (2008), os pesquisadores descobriram que a análise em pequena escala da distribuição do plâncton exibiu manchas de agregação da ordem de 10 centímetros, que tiveram tempo de vida suficientes (> 10 minutos) para permitir o pastejo do plâncton, a competição e a infecção.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Hardin, G. (1960). «The Competitive Exclusion Principle». Science. 131 (3409): 1292–1297. PMID 14399717. doi:10.1126/science.131.3409.1292
- ↑ Gause, G. F. (1932). «Experimental Studies on the Struggle for Existence - I. Mixed Population of Two Species of Yeast». Journal of Experimental Biology. 9: 389–402
- ↑ Hutchinson, G. E. (1961) The paradox of the plankton Arquivado em 18 de setembro de 2009, no Wayback Machine..
- ↑ Károlyi, G., Péntek, Á., Scheuring, I., Tél, T., Toroczkai, Z. (2000) Chaotic flow: the physics of species coexistence.
- ↑ Wiggert, J.D., Haskell, A.G.E., Paffenhofer, G.A., Hofmann, E.E. and Klinck, J.M. (2005) The role of feeding behavior in sustaining copepod populations in the tropical ocean Arquivado em 5 de setembro de 2008, no Wayback Machine..
- ↑ Miyazaki, T., Tainaka, K., Togashi, T., Suzuki, T. and Yoshimura, J. (2006) Spatial coexistence of phytoplankton species in ecological timescale Arquivado em 27 de setembro de 2007, no Wayback Machine..
- ↑ Descamps-Julien, B.; Gonzalez, A. (2005). «Stable coexistence in a fluctuating environment: An experimental demonstration» (PDF). Ecology. 86: 2815–2824. doi:10.1890/04-1700. Consultado em 18 de outubro de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 17 de novembro de 2006
- ↑ Scheffer, M., Rinaldi, S., Huisman, J. and Weissing, F.J. (2003) Why plankton communities have no equilibrium: solutions to the paradox.
- ↑ Mitchell, J.G., Yamazaki, H., Seuront, L., Wolk, F., Li, H. (2008) Phytoplankton patch patterns: Seascape anatomy in a turbulent ocean.