Álvaro Guerra
Álvaro Guerra | |
---|---|
Nome completo | Álvaro Manuel Soares Guerra |
Nascimento | 19 de outubro de 1936 Vila Franca de Xira, Portugal |
Morte | 18 de abril de 2002 (65 anos) Vila Franca de Xira, Portugal |
Nacionalidade | Português |
Ocupação | Político, diplomata, jornalista |
Prémios | Grande Prémio da Crónica da APE |
Álvaro Manuel Soares Guerra (Vila Franca de Xira, 19 de outubro de 1936 - Vila Franca de Xira, 18 de abril de 2002) foi um político, diplomata, jornalista[1] e um importante escritor português do século XX. Formado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; foi fundador do jornal "A Luta" e embaixador de Portugal em Estocolmo.[2]
Biografia
Álvaro Guerra combateu na Guerra do Ultramar, mais propriamente na Guiné-Bissau, entre 1961 e 1963. Desde cedo se manifestou contra o salazarismo e contra a guerra colonial (gabava-se de ter sido dos primeiros autores a escrever sobre esta guerra). Após um ferimento, regressou a Portugal tendo logo em 1964 rumado a França, para estudar publicidade na École des Hautes Études da Sorbonne, onde permaneceu até 1969, evitando as perseguições da PIDE. Regressado ao seu país ligou-se ao jornalismo tendo colaborado no "República" e em particular no Jornal do Caso República[3] existente entre Maio e Julho de 1975, tendo também participado na fundação de "A luta", sempre numa perspectiva oposicionista.
Esta sua actividade jornalistica levá-lo-ia, após o 25 de Abril, à Direcção de Informação da RTP. Foi conselheiro do Presidente da República Ramalho Eanes no 1º mandato deste, tendo depois abraçado a carreira diplomática, que o levaria, como embaixador, à antiga Jugoslávia, Índia, Zaire, Estrasburgo e Suécia. Viria a falecer a 18 de Abril de 2002, vítima de complicações cardíacas. Ao longo da sua vida permaneceu sempre muito ligado à sua terra natal e ao que mais a caracteriza: a tauromaquia. A este propósito afirmou no Congresso Mundial de Cidades Taurinas, realizado em Vila Franca em 2001, que "A escrita é um desafio, tal como a tourada. Gostaria de fazer da minha vida uma tauromaquia".
Vida Literária
O seu primeiro romance Os mastins, teve a honra de ser prefaciado pelo seu conterrâneo Alves Redol. Nesta obra, e como se iria revelar ao longo da sua carreira, nota-se uma abordagem política e uma crença na contínua influência do passado sobre o presente e o devir histórico. Na verdade, Álvaro Guerra destacou-se no romance histórico, nomeadamente naquele que aborda as grandes temáticas portuguesas do século XX (como aquelas que são, porventura, as suas obras mais conhecidas (trilogia dos cafés)[4] Café Central, Café República e Café 25 de Abril) ou ibéricas, como no caso de O jardim das paixões extintas, obra maior sobre a Guerra Civil de Espanha. Noutra das suas obras, A Guerra Civil, aborda as lutas entre liberais e absolutistas no século XIX. Noutro registo foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica da APE, com o seu livro Crónicas Jugoslavas,[5] marcado pela sua experiência diplomática.
Obras
- Os Mastins (1967)
- Disfarce (1969)
- A Lebre (1970)
- Memória (1971) (contos)
- Capitão Nemo e Eu (1973)
- Café República (1982)
- Café Central (1984)
- Café 25 de Abril (1984)
- Crimes Imperfeitos (1990)
- Razões do Coração (1991)
- A Guerra Civil (1993)
- Esboços para Uma Tauromaquia (1994)
- Com Crónicas Jugoslavas (1996)
- No Jardim das Paixões Extintas (2002)
Ver também
Referências
- ↑ «Despacho n.º 6815/2003 (2.ª série) - O Secretário de Estado da Administração Educativa». Pt.legislacao.org. 19 de Março de 2003
- ↑ «Diário da República» (PDF). ESEC. 20 de Agosto de 2001
- ↑ Jornal do Caso República (1975) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
- ↑ «Estudos sobre o comunismo». Estudossobrecomunismo.weblog.com.pt
- ↑ «IN MEMORIAM». Bibliomanias.no.sapo.pt
Bibliografia
- História de Portugal (Dicionário de Personalidades) ISBN 989-554-120-1