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1I/ʻOumuamua

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de 'Oumuamua)
C/2017 U1
Localização
Asc. reta
0 grau
Declinação
0 grau
Constelação
Espectografia
Albedo
0,04
Astrometria
Magnitude absoluta
22,08
Órbita
Semi grande eixo
-
Inclinação
122,68 grau
Nodo ascendente
24,6 grau
Argumento do periastro
241,5 grau
Caracteristicas físicas
Raio
Diametro
230 m
Período de rotação
8,14 h
Exploração
Descobridor
Robert Weryk (en)
Local de descoberta
Data de descoberta

Oumuamua (do havaiano: "mensageiro de longe que chegou primeiro"), formalmente designado 1I/'Oumuamua (anteriormente C/2017 U1 (PANSTARRS) e A/2017 U1) é um objeto interestelar que passou pelo Sistema Solar em uma trajetória altamente hiperbólica, descoberto por Robert Weryk em 19 de outubro de 2017, com observações feitas pelo telescópio Pan-STARRS,[1] quando o objeto estava distante 0,2 UA (30 000 000 km) da Terra. Inicialmente classificado como um cometa, reclassificado como um asteroide uma semana depois. Sendo o primeiro objeto externo ao Sistema Solar descoberto,[2][3] e também o primeiro de uma nova classe chamada asteroides hiperbólicos.[4]

Observou-se que a excentricidade orbital de ʻOumuamua é de 1,20, a mais alta que qualquer objeto já observado no Sistema Solar.[4][5] Esta característica indica que, este nunca esteve gravitacionalmente ligado ao Sistema Solar e é um objeto interestelar devido à alta velocidade de entrada. Por ser mais rápida que o esperado, astrônomos da Universidade de Harvard cogitaram a possibilidade de o objeto ser artificial de origem alienígena e de caráter investigatório.[6] Mas, um estudo de 2021 argumenta que o objeto interestelar é parte de um planeta semelhante a Plutão em outro sistema solar.[7]

Inicialmente o objeto foi nomeado de C/2017 U1, porque foi assumido como um cometa, mas foi renomeado para A/2017 U1 após este não apresentar atividade cometária.[8] Depois que sua natureza interestelar foi confirmada, foi renomeado para "1I/'Oumuamua", onde: "1" determina que este é o primeiro desse tipo de objeto astronômico a ser descoberto; "I" determina ser algo interestelar, e; "'Oumuamua'" é uma palavra havaiana que significa "um mensageiro de longe que chegou primeiro".[9]

Origens e estrutura molecular

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Depois de notar que Oumuamua exibe aceleração não gravitacional, o chefe do departamento de astronomia da Universidade de Harvard sugeriu que poderia ser uma sonda de navegação solar.[10] Mais tarde, o estudo publicado por Seligman & Laughlin em 2020[11] - depois que observações do Telescópio Espacial Spitzer estabeleceram limites rígidos para a liberação de moléculas baseadas em carbono - sugeriu que se Oumuamua fosse um iceberg de hidrogênio, então o gás hidrogênio puro que lhe proporciona um impulso semelhante a um foguete, que teria escapado da detecção.[12][13] A teoria é baseada na suposição de que o gelo H2 pode se formar em densas nuvens moleculares. Se isso for verdade, objetos com essa formação podem ser abundantes no universo (o gelo H2 também foi proposto para explicar a matéria escura). O local mais provável para a produção de icebergs de hidrogênio é nos ambientes mais densos do meio interestelar. No entanto, esses ambientes estão muito distantes e não são propícios ao desenvolvimento de icebergs de hidrogênio.[14] Além disso, em regiões com alta densidade de gás, o aquecimento colisional por colisões de gás pode sublimar rapidamente o manto de hidrogênio nos grãos, impedindo-os de crescer ainda mais.

Para formar um objeto com o tamanho de km, é preciso primeiro formar grãos de micron, então esses grãos crescem por colisões pegajosas, mas no caso de um iceberg de hidrogênio, essa teoria não se sustentaria. A sublimação térmica por aquecimento colisional em GMCs poderia destruir icebergs de hidrogênio molecular do tamanho de Oumuamua antes de sua fuga para o meio interestelar como matéria escura. O resfriamento evaporativo nessas situações não reduz o papel da sublimação térmica pela luz das estrelas na destruição de objetos de gelo H2. Apesar de promessas anteriores afirmações, o objeto interestelar não é feito de gelo de hidrogênio molecular, o debate sobre as origens e estrutura molecular de Oumuamua continua atualmente.[15]

Por causa da velocidade do objeto, mais rápida que o esperado (com pico a 87,71 km/s no periélio), astrônomos da Universidade de Harvard cogitaram a possibilidade de o objeto ser artificial de origem alienígena, sendo usado para investigar a Terra.[6] Todavia, a maioria dos cientistas da área rechaça essa hipótese.[16] Pois, um estudo de 2021 argumenta que o objeto interestelar é parte de um planeta semelhante a Plutão (exo-Plutão) em outro sistema solar.[7]

Características

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Impressão artística de Oumuamua

Com base em um arco de observação de 29 dias, observou-se que a excentricidade orbital de ʻOumuamua é de 1,20, a mais alta que qualquer objeto já observado no Sistema Solar.[4][5] O recorde anterior era do C/1980 E1, com uma excentricidade orbital de 1,057.[17][18] Esta alta excentricidade do 'Oumuamua indica que, nunca esteve gravitacionalmente ligado ao Sistema Solar e é um objeto interestelar devido à sua alta velocidade de entrada. Tendo uma inclinação de 123° em relação à eclíptica e uma velocidade orbital de 26,33 km/s em relação ao Sol quando no espaço interestelar, que atingiu o pico a 87,71 km/s no periélio.[5]

O corpo celeste tem cerca de 400 metros de comprimento e 40 metros de largura.x

Referências

  1. «Small Asteroid or Comet 'Visits' from Beyond the Solar System». NASA. 26 de outubro de 2017. Consultado em 29 de outubro de 2017 
  2. Silva, Claudia Carvalho (2021). «Ciência Procura de vestígios de civilizações extraterrestres» (PDF). Centro de Astrofísica de Harvard. Jornal Público. p. 36 
  3. Silva 2021, p. 36, Público.
  4. a b c «JPL Small-Body Database Browser: ʻOumuamua (A/2017 U1)» (JPL s13 with last obs: 2017-11-12). Jet Propulsion Laboratory. Consultado em 9 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 25 de outubro de 2017 
  5. a b c «Pseudo-MPEC for A/2017 U1 (Fact File)». Bill Gray of Project Pluto. 26 de outubro de 2017. Consultado em 26 de outubro de 2017  (Orbital elements)
  6. a b «Objeto espacial pode estar investigando a Terra, dizem cientistas de Harvard». ISTOÉ. 6 de novembro de 2018 
  7. a b «Interstellar visitor 'Oumuamua from Pluto-like planet outside the solar system, study claims- Technology News, Firstpost». Tech2. 17 de março de 2021. Consultado em 17 de março de 2021 
  8. «We May Just Have Found An Object That Originated From OUTSIDE Our Solar System». IFLScience. 26 de outubro de 2017 
  9. «Aloha, 'Oumuamua! Scientists confirm that interstellar asteroid is a cosmic oddball». GeekWire. 20 de novembro de 2017 
  10. November 2018, Mike Wall 06. «Wild Idea: What If Interstellar Visitor 'Oumuamua Is an Alien Light Sail?». Space.com (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020 
  11. Seligman, Darryl; Laughlin, Gregory; Batygin, Konstantin (7 de maio de 2019). «On the Anomalous Acceleration of 1I/2017 U1 'Oumuamua». The Astrophysical Journal. 876 (2): L26. ISSN 2041-8213. doi:10.3847/2041-8213/ab0bb5 
  12. Patterson, James M. «Interstellar object 'Oumuamua' Could Be Made of Hydrogen Ice, Researchers Say | Tunis Daily News» (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020 
  13. May 2020, Mike Wall 30. «Hydrogen ice? Unheard-of composition could explain 'Oumuamua's weirdness». Space.com (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020 
  14. «Scientists Determine 'Oumuamua Isn't Made From Molecular Hydrogen Ice After All». www.cfa.harvard.edu/ (em inglês). 13 de agosto de 2020. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  15. «Scientists determine 'Oumuamua isn't made from molecular hydrogen ice after all». phys.org (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020 
  16. «Cientistas rejeitam teoria 'alienígena' de Harvard sobre objeto interestelar». G1. 8 de novembro de 2018 
  17. «JPL Small-Body Database Search Engine: e > 1». JPL Small-Body Database. Consultado em 26 de outubro de 2017 
  18. de la Fuente Marcos, Carlos; de la Fuente Marcos, Raúl (1 de novembro de 2017). «Pole, Pericenter, and Nodes of the Interstellar Minor Body A/2017 U1». Research Notes of the AAS. 1 (1): 9 (2 pages). Bibcode:2017RNAAS...1....5D. arXiv:1711.00445Acessível livremente. doi:10.3847/2515-5172/aa96b4 

Ligações externas

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