1I/ʻOumuamua
Asc. reta |
0 grau |
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Declinação |
0 grau |
Constelação |
Albedo |
0,04 |
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Magnitude absoluta |
22,08 |
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Semi grande eixo |
- |
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Inclinação |
122,68 grau |
Nodo ascendente |
24,6 grau |
Argumento do periastro |
241,5 grau |
Raio | |
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Diametro |
230 m |
Período de rotação |
8,14 h |
Descobridor |
Robert Weryk (en) |
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Local de descoberta | |
Data de descoberta |
Oumuamua (do havaiano: "mensageiro de longe que chegou primeiro"), formalmente designado 1I/'Oumuamua (anteriormente C/2017 U1 (PANSTARRS) e A/2017 U1) é um objeto interestelar que passou pelo Sistema Solar em uma trajetória altamente hiperbólica, descoberto por Robert Weryk em 19 de outubro de 2017, com observações feitas pelo telescópio Pan-STARRS,[1] quando o objeto estava distante 0,2 UA (30 000 000 km) da Terra. Inicialmente classificado como um cometa, reclassificado como um asteroide uma semana depois. Sendo o primeiro objeto externo ao Sistema Solar descoberto,[2][3] e também o primeiro de uma nova classe chamada asteroides hiperbólicos.[4]
Observou-se que a excentricidade orbital de ʻOumuamua é de 1,20, a mais alta que qualquer objeto já observado no Sistema Solar.[4][5] Esta característica indica que, este nunca esteve gravitacionalmente ligado ao Sistema Solar e é um objeto interestelar devido à alta velocidade de entrada. Por ser mais rápida que o esperado, astrônomos da Universidade de Harvard cogitaram a possibilidade de o objeto ser artificial de origem alienígena e de caráter investigatório.[6] Mas, um estudo de 2021 argumenta que o objeto interestelar é parte de um planeta semelhante a Plutão em outro sistema solar.[7]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Inicialmente o objeto foi nomeado de C/2017 U1, porque foi assumido como um cometa, mas foi renomeado para A/2017 U1 após este não apresentar atividade cometária.[8] Depois que sua natureza interestelar foi confirmada, foi renomeado para "1I/'Oumuamua", onde: "1" determina que este é o primeiro desse tipo de objeto astronômico a ser descoberto; "I" determina ser algo interestelar, e; "'Oumuamua'" é uma palavra havaiana que significa "um mensageiro de longe que chegou primeiro".[9]
Origens e estrutura molecular
[editar | editar código-fonte]Depois de notar que Oumuamua exibe aceleração não gravitacional, o chefe do departamento de astronomia da Universidade de Harvard sugeriu que poderia ser uma sonda de navegação solar.[10] Mais tarde, o estudo publicado por Seligman & Laughlin em 2020[11] - depois que observações do Telescópio Espacial Spitzer estabeleceram limites rígidos para a liberação de moléculas baseadas em carbono - sugeriu que se Oumuamua fosse um iceberg de hidrogênio, então o gás hidrogênio puro que lhe proporciona um impulso semelhante a um foguete, que teria escapado da detecção.[12][13] A teoria é baseada na suposição de que o gelo H2 pode se formar em densas nuvens moleculares. Se isso for verdade, objetos com essa formação podem ser abundantes no universo (o gelo H2 também foi proposto para explicar a matéria escura). O local mais provável para a produção de icebergs de hidrogênio é nos ambientes mais densos do meio interestelar. No entanto, esses ambientes estão muito distantes e não são propícios ao desenvolvimento de icebergs de hidrogênio.[14] Além disso, em regiões com alta densidade de gás, o aquecimento colisional por colisões de gás pode sublimar rapidamente o manto de hidrogênio nos grãos, impedindo-os de crescer ainda mais.
Para formar um objeto com o tamanho de km, é preciso primeiro formar grãos de micron, então esses grãos crescem por colisões pegajosas, mas no caso de um iceberg de hidrogênio, essa teoria não se sustentaria. A sublimação térmica por aquecimento colisional em GMCs poderia destruir icebergs de hidrogênio molecular do tamanho de Oumuamua antes de sua fuga para o meio interestelar como matéria escura. O resfriamento evaporativo nessas situações não reduz o papel da sublimação térmica pela luz das estrelas na destruição de objetos de gelo H2. Apesar de promessas anteriores afirmações, o objeto interestelar não é feito de gelo de hidrogênio molecular, o debate sobre as origens e estrutura molecular de Oumuamua continua atualmente.[15]
Por causa da velocidade do objeto, mais rápida que o esperado (com pico a 87,71 km/s no periélio), astrônomos da Universidade de Harvard cogitaram a possibilidade de o objeto ser artificial de origem alienígena, sendo usado para investigar a Terra.[6] Todavia, a maioria dos cientistas da área rechaça essa hipótese.[16] Pois, um estudo de 2021 argumenta que o objeto interestelar é parte de um planeta semelhante a Plutão (exo-Plutão) em outro sistema solar.[7]
Características
[editar | editar código-fonte]Com base em um arco de observação de 29 dias, observou-se que a excentricidade orbital de ʻOumuamua é de 1,20, a mais alta que qualquer objeto já observado no Sistema Solar.[4][5] O recorde anterior era do C/1980 E1, com uma excentricidade orbital de 1,057.[17][18] Esta alta excentricidade do 'Oumuamua indica que, nunca esteve gravitacionalmente ligado ao Sistema Solar e é um objeto interestelar devido à sua alta velocidade de entrada. Tendo uma inclinação de 123° em relação à eclíptica e uma velocidade orbital de 26,33 km/s em relação ao Sol quando no espaço interestelar, que atingiu o pico a 87,71 km/s no periélio.[5]
O corpo celeste tem cerca de 400 metros de comprimento e 40 metros de largura.x
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Small Asteroid or Comet 'Visits' from Beyond the Solar System». NASA. 26 de outubro de 2017. Consultado em 29 de outubro de 2017
- ↑ Silva, Claudia Carvalho (2021). «Ciência Procura de vestígios de civilizações extraterrestres» (PDF). Centro de Astrofísica de Harvard. Jornal Público. p. 36
- ↑ Silva 2021, p. 36, Público.
- ↑ a b c «JPL Small-Body Database Browser: ʻOumuamua (A/2017 U1)» (JPL s13 with last obs: 2017-11-12). Jet Propulsion Laboratory. Consultado em 9 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 25 de outubro de 2017
- ↑ a b c «Pseudo-MPEC for A/2017 U1 (Fact File)». Bill Gray of Project Pluto. 26 de outubro de 2017. Consultado em 26 de outubro de 2017 (Orbital elements)
- ↑ a b «Objeto espacial pode estar investigando a Terra, dizem cientistas de Harvard». ISTOÉ. 6 de novembro de 2018
- ↑ a b «Interstellar visitor 'Oumuamua from Pluto-like planet outside the solar system, study claims- Technology News, Firstpost». Tech2. 17 de março de 2021. Consultado em 17 de março de 2021
- ↑ «We May Just Have Found An Object That Originated From OUTSIDE Our Solar System». IFLScience. 26 de outubro de 2017
- ↑ «Aloha, 'Oumuamua! Scientists confirm that interstellar asteroid is a cosmic oddball». GeekWire. 20 de novembro de 2017
- ↑ November 2018, Mike Wall 06. «Wild Idea: What If Interstellar Visitor 'Oumuamua Is an Alien Light Sail?». Space.com (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ Seligman, Darryl; Laughlin, Gregory; Batygin, Konstantin (7 de maio de 2019). «On the Anomalous Acceleration of 1I/2017 U1 'Oumuamua». The Astrophysical Journal. 876 (2): L26. ISSN 2041-8213. doi:10.3847/2041-8213/ab0bb5
- ↑ Patterson, James M. «Interstellar object 'Oumuamua' Could Be Made of Hydrogen Ice, Researchers Say | Tunis Daily News» (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ May 2020, Mike Wall 30. «Hydrogen ice? Unheard-of composition could explain 'Oumuamua's weirdness». Space.com (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Scientists Determine 'Oumuamua Isn't Made From Molecular Hydrogen Ice After All». www.cfa.harvard.edu/ (em inglês). 13 de agosto de 2020. Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Scientists determine 'Oumuamua isn't made from molecular hydrogen ice after all». phys.org (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2020
- ↑ «Cientistas rejeitam teoria 'alienígena' de Harvard sobre objeto interestelar». G1. 8 de novembro de 2018
- ↑ «JPL Small-Body Database Search Engine: e > 1». JPL Small-Body Database. Consultado em 26 de outubro de 2017
- ↑ de la Fuente Marcos, Carlos; de la Fuente Marcos, Raúl (1 de novembro de 2017). «Pole, Pericenter, and Nodes of the Interstellar Minor Body A/2017 U1». Research Notes of the AAS. 1 (1): 9 (2 pages). Bibcode:2017RNAAS...1....5D. arXiv:1711.00445. doi:10.3847/2515-5172/aa96b4
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Media relacionados com 1I/ʻOumuamua no Wikimedia Commons
- Discussão sobre o A/2017 U1 desde de 31 de outubro de 2017. SETI Institute no Facebook Live. (em inglês)
- Observações do Spitzer DDT do cometa interestelar A / 2017 U1 – Proposta #13249 (em inglês)