Abel Servien

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Abel Servien

Gravura de Abel Servien por Paulus Pontius

Funções
Superintendente de Finanças (en)
-
Cadeira 27 da Academia Francesa
-
Jean-Jacques Renouard de Villayer (en)
Secretário de Estado da Guerra (en)
-
Primeiro presidente (d)
Parlamento de Bordéus (d)
-
Intendente da generalidade de Bordéus (d)
-
Biografia
Nascimento
Morte
Nome no idioma nativo
Abel Servien
Alma mater
Universidade de Valence (d)
antiga universidade de Orléans (d)
Atividades
Irmãos
Ennemond Servien (d)
François Servien (d)
Descendentes
Louis-François Servien (d)
Parentesco
Hugues de Lionne (en) (sobrinho)
Outras informações
Membro de
Distinções

brazão

Abel Servien, marquês de Sablé e de Boisdauphin,[1] conde de La Roche des Aubiers (Biviers, 1 de novembro de 1593 — Meudon, 17 de fevereiro de 1659) foi um diplomata francês que serviu ao Cardeal Mazarin e assinou pela França o Tratado de Vestfália. Foi um dos primeiros membros da nobreza francesa a serviço do Estado francês.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Abel Servien nasceu no castelo de Biviers,[2] perto de Grenoble, filho de Antoine Servien, senhor de Biviers e conselheiro honorário do parlamento de Grenoble.

Foi procurador-geral do parlamento de Grenoble em 1616, e no ano seguinte, participou da assembleia de notáveis em Ruão convocado pelo jovem Luís XIII. Em 1618 foi nomeado conselheiro de Estado e em março de 1624 foi chamado a Paris, onde recebeu a proteção do Cardeal de Richelieu. Demonstrou capacidade administrativa e grande lealdade ao governo central como intendente em Guiena, em 1627, onde suas qualidades como executivo ganharam destaque, e quando ficou claro que havia rompido com seu passado nos parlamentos para se tornar um seguidor de confiança de Richelieu. Em 1628 negociou a delimitação de fronteira com a Espanha. Em 1629 esteve com o exército do rei e o cardeal na Guerra de Sucessão de Mântua, onde permaneceu na retaguarda em Turim a fim de participar das negociações de paz depois que a comitiva real retornou à França; assim, em 1631 conheceu Mazarin, que o apresentou a Richelieu. Servien foi um dos signatários do Tratado de Cherasco e dos tratados com o Duque de Saboia (1631–1632).[3]

Foi nomeado presidente do parlamento de Bordéus em junho de 1630, mas renunciou ao posto quando lhe foi oferecido o cargo de secretário de Estado para a Guerra por Luís XIII. Em 1634 foi o primeiro membro eleito da Academia Francesa. Dois anos mais tarde retirou-se da vida pública em desgraça como resultado de intrigas na corte.[3]

Após sua renúncia, Servien retirou-se para Angers, onde em 1641 casou-se com Augustine Le Roux, viúva de Jacques Hurault. Ela era filha de Louis Le Roux, senhor de la Roche-des-Aubiers. O casal teve três filhos. Mas, ao contrário da crença popular, ele não morou em seu castelo de Sablé, uma vez que adquiriu essa propriedade somente em 1652.[4]

Seu período de isolamento durou até a morte do Cardeal de Richelieu em 1642, após o que, foi chamado à Corte por Mazarin, que, em conjunto com o conde Claude de d'Avaux, confiou-lhe cuidar dos assuntos diplomáticos franceses na Alemanha. Após as negociações que duraram cinco anos, e uma tensa disputa com o Conde d'Avaux, que foi chamado de volta à França, Servien assinou dois tratados, em 24 de outubro de 1648, que fizeram parte do acordo geral da Paz de Vestfália.[3]

Recebeu o título de ministro de Estado no seu regresso à França em abril de 1649, e permaneceu fiel a Mazarin durante a Fronda.[5] Com o cardeal exilado, Servien foi ministro de Estado, de facto governante da França juntamente com seu sobrinho Hugues de Lionne e seu rival Michel Le Tellier. Foi nomeado Superintendente de Finanças em 1653, juntamente com Nicolas Fouquet. Foi conselheiro de Mazarin nas negociações que culminaram no Tratado dos Pireneus (1659). Acumulou uma fortuna considerável, e era impopular, mesmo nos círculos da corte francesa. Morreu no Castelo de Meudon, que comprou em 1654 e onde iniciou um projeto ambicioso de restauração.[3]

Seu sobrinho, Hugues de Lionne (1611–1671), Marquês de Fresnes e senhor de Berny, foi um diplomata e ministro de Estado no reinado de Luís XIV. O irmão de Abel, Ennemond III de Servien, desfrutou de uma longa carreira como embaixador francês na corte de Saboia. Seu irmão mais velho, François, foi bispo de Bayeux.

Servien deixou uma correspondência importante e volumosa.

Notas

  1. Perto de Le Mans (Maine).
  2. Seu ancestral havia se casado com a herdeira de Biviers em 1500.
  3. a b c d Chisholm, Hugh. «Servien, Abel». Encyclopædia Britannica (em inglês). 24 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 698 
  4. Louis-Marc Servien, “Louis XIV and Abel de Servien — Eight Centuries of the Servien Family”, Melrose Books 2012, Ely, Cambridgeshire, Reino Unido.
  5. Georges Dethan, Mazarin et ses amis (Paris: Berger- Levrault) 1968.

Referências

Leituras adicionais[editar | editar código-fonte]

  • Sven Externbrink, “Abel Servien, Marquis de Sablé - Une carrière diplomatique dans l'Europe de la Guerre de Trente Ans”, na Revue Historique et Archéologique du Maine, (Le Mans) 2000, 3ª série vol. 20, pp 97 – 112 (illus).
  • Guillaume Lasconjarias, “Voyage d'un diplomate au Congrès de Münster: Abel Servien, Marquis de Sablé (1593 - 1659)”, na Revue Historique et Archéologique du Maine, (Le Mans), 2000, 3ª série vol. 20 pp. 113 - 136 (illus.).
  • Guillaume Lasconjarias, “Ascension sociale et logique du prestige: Abel Servien (1593 - 1659), Marquis de Sablé et de Boisdauphin, Plénipotentiaire aux Traités de Westphalie, Surintendant des finances”, na Revue Historique et Archéologique du Maine, (Le Mans), 1999, 3ª série vol. 19 pp. 191 - 298 (ollus.)
  • René Kerviler, "Le Maine à l'Académie française: Abel Servien, Marquis de Sablé", na Revue historique et archéologique du Maine, Le Mans/Mamers, 1877, vol. 2 pp. 26 - 78, 593 - 649 ; 1878, vol. 3, pp. 29 - 96, 167 - 245 (illus.).
  • N.B. veja também: edição dig., texto completo (Windows/Mac), Revue Historique et Archéologique du Maine / 1876 - 2000 (151 vol., 50000 p.), Le Mans 2007, pela Société Historique et Archéologique du Maine, 17 rue de la Reine Bérengère, 72000 Le Mans.
  • Andreas Rienow, "Konfliktlinien der französischen Gesandtschaft bei den Westfälischen Friedensverhandlungen - Der Streit zwischen Abel Servien und Comte d'Avaux", Munique 2008. «ISBN 978-3-640-66616-4» (em alemão) 
  • Louis-Marc Servien, "Louis XIV and Abel de Servien - Eight Centuries of the Servien Family", ISBN 9781907040993, Melrose Books 2012, Ely, Cambridgeshire, Reino Unido.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
Primeiro membro
Cadeira 27
Academia Francesa

1634-1659
Sucedido por
Jean-Jacques Renouard de Villayer