Saltar para o conteúdo

Adanarses I da Ibéria

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Adanarses.
Adanarses I
Príncipe da Ibéria
Baixo-relevo de Misqueta descrevendo Adanarses I (ou Adanarses II) rezando diante de Jesus
Reinado627 - 637/42
Antecessor(a)Estêvão I
Sucessor(a)Estêvão II
Dados pessoais
Morteséculo VII
CasaCosroida
PaiBacúrio III
ReligiãoCristianismo

Adanarses I (em latim: Adanarses; em georgiano: ადარნასე / ადრნერსე; romaniz.: Adarnase / Adrnerse) foi um príncipe da Ibéria, da dinastia cosroida, de 627 a 637/42.

Adanarses é a forma grega e latina do persa médio Adur Narse (𐭭𐭥𐭮𐭧𐭩 𐭠𐭲𐭥𐭥𐭩, ādrry nrshy; Ādur Narsēh), que foi registrado em armênio como Aternerse (Ատրներսեհ, Atrnerseh)[1] e georgiano como Adarnase (ადარნასე) ou Adernerse (ადრნერსე, Adrnerse).[2] Adur/Adar (𐭠𐭲𐭥𐭥𐭩, ādur/ādar) é a palavra em persa médio e parta para "fogo", derivada do avéstico Atar (𐬁𐬙𐬀𐬭, ātar). Foi um termo utilizado para indicar templos zoroastristas dedicados ao fogo sagrado, bem como é o nome do nono mês do calendário zoroastrista e o nono dia do mês.[3] Narse (Narseh), por sua vez, é um antropônimo registrado em parta como Narse (𐭍𐭓𐭎𐭇𐭅, nrsḥw; Narseh), em armênio como Nerses (Ներսես) e latim e grego como Narses (Ναρσής, Narsḗs) e Narseu (Narseus) e em siríaco como Narsai (ܢܪܣܝ).[4] A atestação mais antiga do nome ocorre nos Feitos do Divino Sapor, uma inscrição trilíngue do reinado do xainxá sassânida Sapor I (r. 240–270). Deriva do avéstico Nairyō saŋha- (𐬥𐬀𐬌𐬭𐬌𐬌𐬋⸱𐬯𐬀𐬢𐬵𐬀), que literalmente significa "o de muitos discursos", ou seja, o mensageiro divino.[5]

Tremisse de Heráclio (r. 610–641)

Adanarses era filho de Bacúrio III, o último rei ibero, e duque hereditário (eristavi) da Caquécia. Em 627, ajudou o exército bizantino-cazar com o cerco de Tiblíssi e foi feito governante da Ibéria pelo imperador Heráclio (r. 610–641) que tinha executado o príncipe pró-persa Estêvão I (r. 590–627). Em algum momento entre 637 e 642 (ou seja, após a Cadésia e antes de Niavende), juntou suas forças com o príncipe albanês Javanxir (r. 638–670) num ataque contra as guarnições iranianas na Albânia.[6] Segundo o historiador do século VI, Moisés de Dascurã usou três títulos bizantinos. É identificado pelo historiador da arte Wachtang Djobadze com o cônsul honorário Adanarses (hípato) registrado numa inscrição do mosteiro de Jevari, em Misqueta, na Geórgia. Cyril Toumanoff argumenta que este Adanarses é, na verdade, Adanarses II, ativo no final do século VII.[7] Seus outros títulos talvez foram de patrício e estratelata.[6]

Referências

Bibliografia

[editar | editar código]
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Ատրներսեհ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Boyce, Mary (1983). «ĀDUR». Enciclopédia Irânica Vol. I, Fasc. 5. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Martindale, John Robert; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Lovaina: Peeters Publishers. ISBN 90-429-1318-5 
  • Rapp, Stephen H. (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Farnham: Ashgate Publishing, Ltd. ISBN 978-1472425522