Automeris

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A. io larva
A. io larva
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Saturniidae
Hübner, 1819
Subfamília: Hemileucinae
Gênero: Automeris
Hübner, 1819
Espécies
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Sinónimos
  • Protautomeris' Packard, 1903
  • Agliopsis Bouvier, 1929

Automeris é um gênero de mariposas da família Saturniidae, classificada por Jacob Hübner em 1819. Dos gêneros da sub-família Hemileucinae é que possui o maior número de espécies e a mais ampla distribuição no Continente Americano, indo do Canadá até a Argentina.[1]

É conspícuo do gênero a presença, na fase larval, de espículos defensivos com formato de pequenos pinheiros, e que causam no ser humano acidentes dolorosos,[2] provocados por erucismo.[1] Nos adultos é facilmente identificável a principal característica que é a presença mimética de pequenos olhos (manchas em formato de ocelos) como mecanismo de defesa contra os predadores nas asas posteriores.[3]

Descrição comum às espécies[editar | editar código-fonte]

O ciclo de vida do inseto, em condições laboratoriais, teve duração média de 120 dias, dos quais dez para a fase de ovo, oitenta como lagarta, vinte e três em pré-pupa e pupa e quase oito dias na fase adulta.[1]

Em sua fase larval existe a presença de células tricógenas na base dos espículos urticantes que secretam o líquido irritante, o qual fica dentro deles armazenados até que, penetrando a pele, provocam a "queimadura"; esta decorre pela ação de proteínas tóxicas que, assim que ocorre o contato com a pele, provocam imediatamente reação dolorosa seguida por sintomas como eritema, edema, formação de vesículas e bolhas, erosões, petéquias, levando à necrose superficial, ulcerações e linfangite; se o contato for com os olhos pode causar conjuntivites, ceratites ou iridociclites; pode ainda provocar rinite e asma e, em casos mais graves e de forma rara, pode causar reações como arritmias, dor no tórax, dispneia, distúrbios hemorrágicos, neuropatia periférica, paralisia de membros e convulsões.[2] A lagarta da Automeris passa por seis ínstares, e se alimenta de uma bastante gama de espécies vegetais.[1]

As mariposas têm porte mediano, entre 6,5 a 12 cm, cujas cores variam do amarelo escuro ao marrom claro, apresentando ocelos nas asas posteriores,[3] na sua face superior, e na face inferior da asa anterior uma mancha circular que tem quase o tamanho da primeira.[1] São caracterizadas, finalmente, por um grande dimorfismo sexual.[1]

Lista das espécies[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de espécies de Automeris

Com uma distribuição por todo o continente americano, em cerca de cento e vinte espécies distintas, o gênero Automeris foi encontrado desde Ontário, no Canadá, até à latitude da capital argentina Buenos Aires, no leste do país, estando bastante adaptada no ambiente andino, onde é encontrada até a uma altitude de até 3.000 m, além de amplamente presente nas matas amazônicas.[4]

Algumas das espécies de Automeris:

Galeria[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. a b c d e f Alexandre Specht; Aline C. Formentini; Elio Corseuil (2006). «Biologia de Automeris illustris (Walker) (Lepidoptera, Saturniidae, Hemileucinae)». Revista Brasileira de Zoologia, vol.23, nº2, Curitiba. Consultado em 28 de julho de 2018. Cópia arquivada em 29 de julho de 2018 
  2. a b Alberto Eduardo Cox Cardoso; Vidal Haddad Junior (2005). «Acidentes por Lepidópteros (larvas e adultos de mariposas): estudo dos aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos» (PDF). Anais Brasileiros de Dermatologia. Consultado em 28 de julho de 2018. Cópia arquivada em 28 de julho de 2018. Página arquivada a partir do cache do "Scholar" 
  3. a b Fabrício Guerreiro Nunes; Alexandre Specht; Elio Corseuil (1999). «Espécies de automeris (lepidoptera, saturniidae) ocorrentes no Rio Grande do Sul.» (PDF). Lume (UFRGS). Consultado em 28 de julho de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 20 de agosto de 2017 
  4. Claude Lemaire; Angela Amarillo-Suarez (1992). «Une nouvelle espèce du genre Automeris de Colombie orientale (Lepidoptera: Saturniidae)» (PDF). Tropical Lepidoptera 3(2): 153-154. Consultado em 29 de junho de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 8 de maio de 2016