Ducado de Berg

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(Grafschaft) Herzogtum Berg (de)
(Graafschap) Hertogdom Berg (nl)

(Condado) Ducado de Berg

Estado do Sacro Império (até 1806)
Estado da Confederação do Reno (1806-13)
sob administração Prussiana (1813-15)


1101 – 1815

Brasão de Berg

Brasão



Localização de Berg
Localização de Berg
Mapa do Círculo do Reno Inferior-Vestfália, por volta de 1560, com o Ducado de Berg em destaque (a vermelho)
Continente Europa
País Alemanha
Capital Castelo de Burg (1101-1280)
Düsseldorf (1280-1815)
Língua oficial alemão
Governo Monarquia absoluta
Período histórico Idade Média
 • 1101 Surgimento da Lotaríngia
 • 1160 Divisão com o Condado de Mark
 • 1368 Unido com o Condado de Cleves
 • 1521 Unido com Jülich e Cleves
 • 1609 e 1690 Unido com o Palatinado-Neuburgo e Eleitorado do Palatinato
 • 9 de junho de 1815 Dissolução

O Ducado de Berg (em alemão: Herzogtum Berg) foi um estado histórico – originalmente um condado, posteriormente um ducado, na região alemã da Renânia. Sua capital era Dusseldórfia (Düsseldorf). Ele existiu do início do século XII até ao século XIX.

História[editar | editar código-fonte]

Origens[editar | editar código-fonte]

Os Condes de Berg emergiram em 1101 como um ramo cadete da dinastia de Ezzonen, que consegue traçar as suas origens até ao século IX, durante o Reino da Lotaríngia, tornando-se no século XI, na mais poderosa dinastia na região do Baixo Reno.

Em 1160, o território subdivide-se em duas partes, uma das quais veio-se a tornar o Condado de Mark, que, no Século XVI, regressaria à posse desta linhagem. Em 1280 os condes mudaram a sua corte do Castelo de Burg (Schloss Burg), nas margens do rio Wupper, para a cidade de Düsseldorf. O mais poderoso dos governantes inciais de Berg, Engelberto II de Berg, morreu assassinado em 7 de novembro de 1225.[1][2] O conde Adolfo VIII de Berg lutou pelo lado vitorioso na Batalha de Worringen contra o Ducado de Gueldres, em 1288.

O poder de Berg cresceu no século XIV. O Condado de Jülich unido ao Condado de Berg em 1348,[3] e, em 1380, o imperador Venceslau elevou os condes de Berg à dignidade de duques, o que originou o Ducado de Jülich-Berg.

Problemas sucessórios[editar | editar código-fonte]

Em 1509, João III, Duque de Cleves,fez um casamento estratégico com Maria de Jülich-Berg, filha de Guilherme IV de Jülich-Berg, que se tornou herdeira do património do pai: os Ducados de Jülich e de Berg e o Condado de Ravensberg.

Mapa dos Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg (ca. 1540)

De acordo com a Lei Sálica vigente no Sacro Império Romano-Germânico implicavam que o património passasse para o marido da herdeira masculina.[4]

Com a morte do pai em 1521, os duques de Jülich-Berg extinguiram-se, e os seus bens passaram para o governo do Duque de Cleves, João III, juntando-se ao património que este já detinha, isto é, o Condado de Mark e o Ducado de Cleves. Como resultado, surgiu uma nova entidade, os Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg, que controlava um território que correspondia, grosso-modo ao atual estado da Renânia do Norte-Vestfália, se excetuarmos os estados eclesiásticos do Eleitorado de Colónia e do Bispado de Münster.

Contudo, a nova dinastia ducal também se extingui em 1609, ano em que o último duque morreu louco. Esta situação originou uma longa disputa sob a sucessão até que, em 1614, foi decidida a partilha dos territórios: o Duque Palatino de Neuburgo, que se convertera ao Catolicismo, recebeu Jülich e Berg; João Segismundo, Eleitor de Brandemburgo, que também se veio a tornar Duque da Prússia, recebeu Ckeves e Mark. Com a extinção da linha dinástica dos Eleitores Palatinos em 1685, a linha do Palatinado-Neuburgo acabou por herdar a dignidade de Príncipe Eleitor fazendo de Düsseldorf a sua capital até que os eleitores palatinos herdaram o Eleitorado da Baviera, em 1777.

A revolução francesa e o Grão-Ducado de Berg[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Grão-Ducado de Berg
O palácio ducal de Düsseldorf, 1798 cobre gravado por Laurenz Janscha. O palácio foi destruído por um incêndio em 1872.

As guerras napoleónicas, originaram a ocupação francesa (1794–1801) e a anexação, em 1801, de Jülich (em francês: Juliers), separando os dois ducados de Jülich e de Berg. Em 1803 Berg separou-se dos outros territórios bávaras, ficando na posse de um ramo cadete dos Wittelsbach.

Em 1806, com a reorganização das terras alemãs, na sequência da extinção do Sacro Império Romano-Germânico, Berg tornou-se no Grão-Ducado de Berg, sob o governo do cunhado de Napoleão, Joaquim Murat.[5]

Em 1809, um ano após a promoção de Murat de Grão-Duque de Berg a Rei de Nápoles, o sobrinho mais novo de Napoleão, o Príncipe Napoleão Luís Bonaparte (1804–1831, filho mais velho do irmão de Napoleão, Luís Bonaparte, Rei da Holanda) tornou-se Grão-Duque de Berg; o territorio foi administrado por burocratas franceses em nome da criança. A curta existência do Grão-Ducado chegou ao seu fim com a derrota de Napoleão em 1813 e os acordos de paz que se seguiram.

Província de Jülich-Cleves-Berg[editar | editar código-fonte]

Em 1815, após o Congresso de Viena, Berg foi integrado numa província do Reino da Prússia: a Província de Jülich-Cleves-Berg. Em 1822 esta província uniu-se ao Grão-Ducado do Baixo Reno para formar a Província do Reno.

Armorial de Berg[editar | editar código-fonte]

O Brasão de armas de Berg representa um leão vermelho de cauda dupla com coroa, lingua e garras azuis. Este leão teve origem nas armas do Limburgo uma vez que o título de Berg acabou pr seu herdado pelos duques de Limburgo no século XIII.

Descrição heráldica: de Argento, um leão rampante de gules, com cauda bifurcada e cruzada em sautor, coroado, armado e lampassado de azure.

O Brasão de Armas de Murat combinava o leão vermelho de Berg com as armas do ducado de Cleves. A Ancôra e o bastão representam os cargos de Grande Almirante e de Marechal do Império respetivamente, detidos por Murat. Como marido de Carolina Bonaparte, irmã do imperador, ele tinha ainda o direito a usar a águia imperial.

Em 1809, quando o Grão-Ducado passou para o príncipe Napoleão Luís, o brasão foi simplificado pela exclusão da âncora (de Almirante) e dos bastões (de Marechal).

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Pixton, Paul B. (1995). The German episcopacy and the implementation of the decrees of the Fourth Lateran Council : 1216–1245 : watchmen on the tower. Leiden u.a.: Brill. 210 páginas. ISBN 978-9004102620 
  2. Butler, Alban; Burns, Paul (2000). Butler's Lives of the Saints. New full ed. Collegeville (Minn.): Liturgical Press. 56 páginas. ISBN 978-0814623879 
  3. Knight, Charles (2012). The English Cyclopaedia: Geography. [S.l.]: Lightning Source UK Ltd. 1030 páginas. ISBN 978-1277123517 
  4. as mulheres não podiam deter propriedades exceto através do marido ou dum guardião
  5. Encyclopædia Britannica: or, A dictionary of arts, sciences, and miscellaneous literature, enlarged and improved, Volume 3. [S.l.]: Google e-books. 570 páginas 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Duchy of Berg».

Bibliografia[editar | editar código-fonte]


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