Branca Edmée Marques

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Branca Edmée Marques
Nascimento 14 de abril de 1899
Lisboa
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
Morte 19 de julho de 1986 (87 anos)
Lisboa
Nacionalidade portuguesa
Cônjuge António da Silva e Sousa Torres
Campo(s) Química, Radioatividade

Branca Edmée Marques de Sousa Torres[1] (Lisboa, 14 de abril de 1899 — Lisboa, 19 de julho de 1986) foi uma cientista, física e química portuguesa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Estudou no Liceu Maria Pia (do 1º ao 5º ano) e no Liceu Pedro Nunes (do 6º ao 7º ano). Terminou a licenciatura em Ciências Físico-Químicas em 1926 na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e foi bolseira da Junta de Educação Nacional.[2] Partiu para França em 1931, onde fez investigação em Física nuclear no Laboratório Curie do Instituto do Rádio. No ano lectivo de 1923-24, ainda estudante, estagiou no Laboratório de Química Analítica no Instituto Superior Técnico sob orientação de Charles Lepierre.

Obteve o doutoramento em 1935, na Universidade de Paris sob orientação de Marie Curie com a tese Nouvelles recherches sur le fractionnement des sels de baryum radifère.[3] Foi-lhe concedido o grau de Docteur ès Sciences Physiques com a menção de très honorable, a mais alta classificação em provas de doutoramento em França.

No ano seguinte, em Portugal, é lhe reconhecida a equiparação deste título ao grau de doutor em Ciências físico-químicas das universidades nacionais e funda o primeiro Laboratório de Radioquímica no país, precursor do Centro de Estudos de Radioquímica da Comissão de Estudos de Energia Nuclear do qual foi directora.[3]

Acompanhando a carreira de cientista, foi professora extraordinária desde 1942, tendo prestado provas públicas para aceder ao título de professora agregada em 1949 e o lugar de professora catedrática em 1966.

Aos 65 anos tornou-se a primeira mulher a obter a cátedra química numa faculdade de ciências em Portugal,[4] 12 anos depois de se ter habilitado a essa posição.[5]

Toponímia[editar | editar código-fonte]

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou em 2 de setembro de 2009 a atribuição do nome "Branca Edmée Marques" a uma rua na Cidade Universitária, como forma de homenagear a cientista.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Mapeamento de Mulheres Cientistas - AMONET». 2012. Consultado em 2 de Março de 2018 
  2. Ignotofsky, Rachel (2018). As Cientistas: 52 mulheres intrépidas que mudaram o mundo. Lisboa: Bertrand. pp. 54–55 
  3. a b «Branca Edmée Marques de Sousa Torres». Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Consultado em 8 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 8 de janeiro de 2016 
  4. Lopes, Quintino (2017). A JUNTA DE EDUCAÇÃO NACIONAL (1929/36) TRAÇOS DE EUROPEIZAÇÃO NA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM PORTUGAL, Universidade de Évora.
  5. Ignotofsky, Rachel (2018). As Cientistas - 52 mulheres intrépidas que mudaram o mundo. Lisboa: Bertrand. 55 páginas 
  6. «Toponímia de Lisboa / A Alameda da Universidade». Toponímia de Lisboa. 12 de novembro de 2014. Consultado em 8 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 13 de novembro de 2015 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Tese de Doutoramento de Branca Edmée: Nouvelles Recherches sur le Fractionement des Sels de Baryum Radifère, 1935.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]