Bryopsida
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Classificação científica | |||||||||||||
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Subclasses | |||||||||||||
Bryopsida é uma classe de musgos (Bryophyta sensu stricto) que agrupa cerca de 95% das espécies extantes. Considerada pela sua diversidade a classe principal de musgos, agrupa as espécies que apresentam cápsulas artrodônticas (arthrodontos), ou seja, coroadas por pequenos "dentes" separados e articulados. Estes musgos são ombrófilos, preferindo habitats de humidade elevada e baixa luminosidade.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Os membros do grupo Bryopsida apresentam gametófito sempre folioso, rizoides pluricelulares e filídios dispostos helicoidalmente, em três filas, com uma nervura central e forma lanceolada. No grupo das hepáticas os filídios inserem-se lateralmente em duas filas com uma terceira mais atrás. Não apresentam corpos oleíferos.
Todos os membros do agrupamento taxonómico Bryopsida são formadores de protonema, uma estrutura filamentosa que após a germinação dá origem ao novo gametófito, desaparecendo de seguida. Também são formadores de gemas, necessárias para reprodução assexuada, originando uma planta filha geneticamente idêntica à planta mãe.
Estes musgos podem apresentar diferentes formas:
- Musgos acrocárpicos — crescem de forma perpendicular ao solo, com um crescimento ortótropo. O arquegónio desenvolve-se no ápice do gametófito. O esporófito também se desenvolve no ápice do gametófito.
- Musgos pleurocárpicos — o gametófito está quase sempre prostrado ou tombado, crescendo paralelo ao substrato. Os arquegónios desenvolvem-se em ramificações perpendiculares ao caulídio.
O esporófito caracteriza-se pela presença de um pedúnculo (o pé), terminando numa cápsula com seta. A cápsula apresenta columela, estomas, cloroplastos e sistema condutor. Não apresenta eláteres. No início do seu desenvolvimento a cápsula está recoberta por restos do arquegónio, apresentando uma estruturas denominado caliptra. Por vezes ocorre um engrossamento na base da cápsula denominado apófise. A cápsula presenta uma columela que está rodeada pelo arquegónio (tecido fértil que origina os esporos). A cápsula abre mediante um opérculo, ficando então a descoberto os dentículos (em uma ou duas filas), formando um peristoma cuja função é facilitar a libertação dos esporos.
O ciclo de vida destes musgos é digenético. O ciclo tem como início a formação de um protonema, uma estrutura pluricelular sobre a qual se se desenvolvem gemas (estruturas parenquimatosas). A partir das gemas desenvolve-se o gametófito, dando lugar ao organismo (com número cromossómico n). No ápice do gametófito desenvolvem-se anterídios dentro dos quais se forma o tecido espermatógeno que dá lugar, por meiose, à formação dos esporos. Sobre o ápice do gametófito feminino desenvolve-se o arquegónio. Na maturidade, as gotas de chuva arrastam o espermatozoides até aos gametófitos femininos em torno dos quais começam a nadar, atraídos por substâncias químicas, até atingir a ovocélula. Produzida a fecundação (oogamia) origina-se o zigoto (com número cromossómico 2n) que começa a dividir-se dentro do arquegónio formando o embrião. O esporófito origina-se por desenvolvimento do embrião, formando-se o esporângio. Na maturidade, o arquegónio rompe-se, mantendo-se a parte superior acima do esporângio, formando a calipta. A calipta apenas cai quando o esporófito matura, deixando o esporângio a descoberto.
O registo fóssil destes musgos é escasso, dada a sua natureza frágil, constituída por estruturas de parede macia.
Filogenia
[editar | editar código-fonte]As relações filogenéticas entre os grupos são as seguintes:[1]
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O cladograma que se segue apresenta uma estrutura filogenética detalhada até ao nível taxonómico de ordem:[2]
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Notas
- ↑ Theodor Cole & Hartmut Hilger 2013 Bryophyte Phylogeny
- ↑ Novíkov & Barabaš-Krasni (2015). «Modern plant systematics». Liga-Pres. 685 páginas. ISBN 978-966-397-276-3. doi:10.13140/RG.2.1.4745.6164