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César Anjo

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César Anjo
Nascimento 23 de junho de 1890
Viseu
Morte 30 de abril de 1959 (68 anos)
Couto do Mosteiro
Cidadania Portugal
Ocupação professor, jornalista, escritor

César Augusto Anjo de Deus (Viseu, 23 de junho de 1890Vila de Barba, Santa Comba Dão, 30 de abril de 1959), conhecido por César Anjo, foi um jornalista, escritor e pedagogo que se distinguiu no campo da pedagogia e da promoção da escolarização em Portugal e como opositor à Ditadura Nacional e ao Estado Novo.[1][2][3][4]

Nascido em Viseu, em 1909 formou-se como professor primário na Escola Normal de Coimbra, iniciando nesse ano uma carreira como docente do ensino elementar que o levou a lecionar em diversas escolas do Distrito de Viseu. Em 1919 transitou para a carreira de inspeção escolar, tendo exercido as funções de Inspetor do Círculo Escolar de Santa Comba Dão entre 1919 e 1928. Nesse último ano foi nomeado inspetor da Região Escolar de Viseu funções que exerceu até 1931, ano em que foi suspenso devido à sua adesão ao movimento oposicionista que nesse ano se fez sentir. Foi compulsivamente aposentado em 1934.[1]

A sua atividade política iniciou-se em 1918, quando se filiou no Partido Republicano. Na sequência da turbulência política que se gerou com a ditadura de Sidónio Pais, à qual se opôs, esteve preso na Penitenciária de Coimbra, juntamente com outros republicanos de Santa Comba Dão e de Mortágua. Após o golpe de 28 de maio de 1926, assumiu a oposição à Ditadura Nacional, o que levou a que em 1931 fosse suspenso do exercício das suas funções de inspetor escolar, sendo compulsivamente aposentado em 1934.[1][5]

Começou a colaborar com a imprensa a partir de 1908, inicialmente no semanário Ecos do Dão. A partir de 1911 passou a colaborar assiduamente no jornal Sul da Beira, de que foi diretor até 1933. Colaborou ainda nos periódicos lisboetas A Capital e O Povo (entre 1916 e 1920) e publicou assiduamente no periódico Federação Escolar (de 1918 a 1925), uma revista especificamente destinada ao professorado primário.

Após a sua suspensão e aposentação compulsiva passou a trabalhar como jornalista, mantendo colaboração regular com vários periódicos, entre os quais, o semanário O Trabalho (1934-1940), Educador (1934-c.1936), Voz da Serra (1940-1949), Gazeta de Coimbra (1941-1948), República (1949-1959), Defesa da Beira (1953-1959), O Despertar (1956-1959) e Folha de Tondela (1957-1959).[1]

No campo literário publicou uma extensa e diversificada obra, a qual inclui ensaios sobre questões de educação, romances e contos. As suas obras mais conhecidas são A Educação do Povo Português (1913), A Educação Moral e Cívica nas Escolas Primárias (1918), Diário da Pátria (1932), Terra Mãe (1949), Erros de Educação (1953) e Coração de Portugal (1957).[1]

O seu nome é lembrado na toponímia de Vila de Barba, na freguesia do Couto do Mosteiro, concelho de Santa Comba Dão.[6] Também é lembrado na toponímia da cidade de Viseu.[3]

  1. a b c d e Casa Comum: «César Anjo».
  2. Obituário de César Anjo.
  3. a b “Quem Foi Quem na Toponímia do Município de Viseu”.
  4. António Nóvoa (dir.), Dicionário de Educadores Portugueses, pp. 104-106. Edições Asa, 2003.
  5. Nota bio-bibliográfica.
  6. Vila de Barba.