Cabeda

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Cabeda é uma localidade da freguesia e cidade de Alfena.

A origem do topónimo será uma derivação de Cabo (extremo; fim) e terá a ver com a localização da aldeia na paróquia (na extrema com Valongo e S. Lourenço de Asmes).[1]

História[editar | editar código-fonte]

Historicamente, era uma aldeia que correspondia à parte sul da paróquia de São Vicente de Queimadela (um dos cinco lugares da paróquia medieval) e, pelas Inquirições de D. Afonso III (1258)[2] surge-nos como tendo 12 casais, todos do Mosteiro de Santo Tirso, sendo que os terrenos seria metade do Mosteiro de Santo Tirso e a outra metade do Rei (Reguengo de Cabeda). Nela estava situada a Igreja Paroquial.[3][4]

Em 1307, D. Dinis ordenou nova Inquirição apresenta-nos a existência de 14 casais, sendo 2/3 do Mosteiro de Santo Tirso e 1/3 do Rei, referindo ainda que a Honra de Alfena, instituída por João Pires da Maia, e nesta data nas mãos dos seus netos (João Rodrigues de Briteiros), havia impedido a entrada ao mordomo, ordenando que fosse feita uma devassa ao lugar.[5]

Em resultado dessa devassa, no ano seguinte, D. Dinis demarcou o Reguengo de Cabeda e aforou-o a João Domingues de Gandim.[6]

D. Manuel I no Foral das Terras da Maia (1519) apresenta-nos referências às terras de Cabeda (quer as reguengas, quer as do Mosteiro de Santo Tirso).[7]

Em 1733, o Capitão de Mar e Guerra Vicente Ferreira Alfena obteve licença da Diocese do Porto para construir a Capela de Nossa Senhora da Conceição, na sua Quinta de Cabeda (Casal do Mano, do Mosteiro de Santo Tirso).[1]

Entre os séculos XVI e XX, a expansão urbana fez surgir outros lugares desmembrados a partir de Cabeda: Igreja, Reguengo, Trás-do-Casal, Telheiras e Aldeia Nova.

Cabeda é a sede da apeadeiro de Cabeda, servido pela Linha do Douro, o qual fica situado no lugar do Reguengo (de Cabeda).

Ainda na Linha do Douro, cerca de 500m após o apeadeiro, para transpor o vale apertado da Ribeira de Cabeda, foi construído, em 1875, o Viaduto Ferroviário de Cabeda (popularmente conhecido como Ponte dos 7 Arcos).

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Branca, Fernando; Ribeiro, Ricardo; Mamede, Arnaldo; Pereira, José Manuel (2019). A Aldeia de Cabeda e a Capela de Nossa Senhora da Conceição - Contributos para a sua historiografia. Alfena: AL HENNA 
  2. Lisboa, Academia das Ciências de (1868). Portugaliae monumenta historica a saeculo octavo post Christum usque ad quintumdecimum: Leges et consuetudines. [S.l.]: Typis Academicis 
  3. Portugaliae Monumenta Historica a saeculo octavo post Christum usque ad quintum decimum - Inquisitiones - Vol I, Fasc 4-5. Lisboa: Acad. Ciências. 1897. pp. f 506–508 e 512 
  4. Moreira, Domingos A. (1973). ALFENA, a terra e o seu povo. Cucujães: [s.n.] 
  5. Leitura Nova - Livro primeiro das honras e devassos d'Allem Doyro, Livro 48. Lisboa: ANTT. 1521. pp. f. 44v–45 
  6. Chancelaria de D. Dinis - Livro IV. Lisboa: ANTT. 1308–1312. pp. f. 51v – 59v – 62 
  7. Foral da Terra da Maia - Leitura Nova - Livro dos Forais Novos de Entre Douro e Minho - Livro 43. Évora: ANTT. 1519. pp. f. 29v–30