Calungas

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Calungas
População total

5 000

Regiões com população significativa
Municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás, no estado de Goiás, no Brasil
Línguas
Português
Religiões
Capela do Vão do Moleque, na comunidade calunga Vão do Moleque, em Cavalcante, em Goiás, no Brasil

Calunga[1] (kalunga) é o nome atribuído a descendentes de africanos escravizados fugidos e libertos das minas de ouro do Brasil central que formaram comunidades autossuficientes e que viveram mais de duzentos anos isolados em regiões[carece de fontes?] remotas próximas à Chapada dos Veadeiros, no atual estado de Goiás, no Brasil.[2][3]

Generalidades[editar | editar código-fonte]

São três as comunidades calungas: nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. A mais populosa comunidade está situada no município de Cavalcante, com pouco mais de duas mil pessoas, distribuídas nas localidades do Engenho II, Prata, Vão do Moleque e Vão das Almas, sendo esta última a mais recente a se integrar no seio do município (cerca de trinta anos).

Mais recentemente, alguns estudos têm indicado a presença de calungas também em regiões do estado do Tocantins, nos arredores de Natividade e regiões isoladas do Jalapão. Durante todo este período, houve miscigenação com índios, posseiros e fazendeiros brancos. Houve, também, forte influência cultural de padres católicos, dando lugar a uma cultura hibridizada, característica que se manifesta na alimentação e no forte sincretismo religioso da mistura do catolicismo e de ritos africanos.

Nome[editar | editar código-fonte]

Calunga significa "Tudo de bom" nas línguas bantas. Significa também "necrópoles" em quicongo. Dentro do espiritismo, pode significar "grande mar", e também o nome de uma falange. Nas religiões afro-brasileiras também significa "cemitério", e "calunga grande" significa "beira do mar". Na mitologia bantu, é o nome de uma divindade secundária.[4]

Política[editar | editar código-fonte]

Nas eleições municipais no Brasil em 2020, houve dois candidatos quilombolas disputando prefeituras. Vilmar Kalunga (PSB) foi eleito prefeito de Cavalcante (Goiás), com 1 959 votos, se tornando o primeiro prefeito Kalunga no Brasil.[5][6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Moura 2001, p. 165.
  2. Neiva 2008, p. 2.
  3. Marinho, Thais Alves (8 de junho de 2020). «Autenticidade, consumo e reconhecimento quilombola: do neotribalismo à sociedade de consumo1». História (São Paulo). ISSN 0101-9074. doi:10.1590/1980-4369e2020012. Consultado em 14 de agosto de 2021 
  4. Ferreira 1986, p. 323.
  5. «Goiás elege o primeiro prefeito Kalunga do Brasil: Vilmar Kalunga é eleito prefeito de Cavalcante (GO)». Twitter. Mídia Ninja. 16 de novembro de 2020. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  6. «Resultados TSE - Cavalcante, GO». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 16 de novembro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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