Saltar para o conteúdo

Carlos Francisco da Costa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Monsenhor
Carlos Francisco da Costa
Carlos Francisco da Costa
Nascimento 4 de junho de 1866
São Vicente de Fora, Lisboa
Morte 14 de setembro de 1941 (75 anos)
Lourdes, França
Nacionalidade Portugal Português
Assinatura

O Monsenhor Carlos Francisco da Costa (Lisboa, São Vicente de Fora, 4 de junho de 1866Lourdes, França, 14 de setembro de 1941) foi um sacerdote católico português.

Fez os estudos eclesiásticos com distinção no Seminário Patriarcal de Santarém, e aí foi ordenado presbítero em 7 de julho de 1895, por D. José Sebastião de Almeida Neto, Cardeal-Patriarca de Lisboa.[1][2]

Entre 1895 e 1906,[1] desempenhou o cargo de pároco da Graça (Santo André e Santa Marinha), em Lisboa.[2] Enquanto pároco, envidou esforços na renovação da igreja e levou a cabo importantes trabalhos dando marcada preferência a artistas portugueses; deve-se a ele a encomenda do novo órgão do coro daquele templo ao organeiro Augusto Joaquim Claro, de Braga.[3] Depois de pároco da Graça, foi Secretário da Câmara e da Cúria Patriarcal de Lisboa.[2] Neste último papel, fez parte da comissão que examinou e identificou os restos mortais de Nuno Álvares Pereira, na altura no Mosteiro de São Vicente de Fora, confrontando-os com o descrito nos anteriores autos de trasladação de 1768.[4]

Em maio de 1902, em visita a Roma, foi agraciado com o título honorífico de monsenhor na qualidade de prelado doméstico do Papa Leão XIII.[2]

Após a Implantação da República Portuguesa em 1910, sofreu perseguição no clima anticlerical da Primeira República Portuguesa, tendo sido acusado de "[ter], no dia 10 de junho de 1912, ido de automóvel a Alcoentre, distribuindo pelo caminho escritos de incitamento ao crime previsto no artigo 1.º da lei de 30 de abril de 1912",[5] e condenado a pena, à revelia, a 26 de abril de 1913.[2] Não chegou a cumpri-la por se encontrar no Santuário de Lourdes, em França, de onde foi prevenido de que não regressasse à pátria.[2]

Viveu o resto da sua vida em França, desempenhando o papel de mestre de cerimónias em Lourdes; aí morreu em 1941, e foi a sepultar no cimetière de l'Egalité daquela cidade, no jazigo dos padres.[6]

Referências

  1. a b Silva, Amaro Carvalho da; Ferreira, António Matos; Alves, Paulo Alexandre; Pinto, Sérgio Filipe Ribeiro. «Carlos Francisco da Costa». O clero secular: elite socio-religiosa e lideranças eclesiásticas (séculos XIX e XX). Centro de Estudos de História Religiosa, Universidade Católica Portuguesa. Consultado em 10 de junho de 2024 
  2. a b c d e f Pereira d'Almeida, Alberto, ed. (1913). «Monsenhor Carlos Francisco da Costa». Álbum dos Vencidos (n.º 10). Lisboa. pp. 305–306. Consultado em 10 de junho de 2024 
  3. «O órgão da Graça». A Arte Musical (n.º 175). Ano VIII. Lisboa. 15 de abril de 1906. pp. 86–87. Consultado em 10 de junho de 2024 
  4. Leal, Ernesto Castro (2000). «Nun'Álvares: símbolo e mito nos séculos XIX e XX». Lusitania Sacra (12): 143-183. doi:10.34632/lusitaniasacra.2000.7424 
  5. Diário do Governo, n.º 78, 4 de abril de 1913
  6. «Histoire et patrimoine - Prêtres décédés ou enterrés à Lourdes (1823–1989)» (em francês). Paroisse «Sacré-Cœur» Lourdes. Consultado em 10 de junho de 2024