Castro Laboreiro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para a raça de cão autóctone de Portugal, ver Cão de Castro Laboreiro
Portugal Castro Laboreiro 
  Freguesia portuguesa extinta  
Localização
Castro Laboreiro está localizado em: Portugal Continental
Castro Laboreiro
Localização de Castro Laboreiro em Portugal Continental
Map
Mapa de Castro Laboreiro
Coordenadas 42° 1' 48" N 8° 9' 31" O
município primitivo Melgaço
História
Extinção 28 de janeiro de 2013
Características geográficas
Área total 89,29 km²
Outras informações
Orago Santa Maria da Visitação

Castro Laboreiro é uma antiga freguesia portuguesa do concelho de Melgaço, situada na Serra da Peneda, em pleno planalto de Castro Laboreiro. A antiga localidade, com 89,29 km² de área e 540 habitantes (Censos 2011),[1] situa-se na vertente nordeste da Serra da Peneda e na vertente oeste da Serra de Laboreiro.[2] A sua densidade populacional era a de 6 hab/km².

A freguesia foi extinta e agregada pela reorganização administrativa de 2012/2013,[3] sendo o seu território integrado na União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.

Foi vila e sede de concelho entre 1134 e 1855. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 1284 habitantes e, em 1849, 1512 habitantes.

Foi novamente elevada a vila em 12 de Junho de 2009.[4]

Curral do Gonçalo, na freguesia de Castro Laboreiro, fica situado a uma altitude de 1166 metros, tornado-se o 2º lugar habitado de mais elevada altitude em Portugal.

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Castro Laboreiro[5]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
2 092 2 212 2 145 2 175 2 687 1 951 1 918 1 978 1 944 1 941 1 483 995 867 726 540
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 42 69 346 269 5,8% 9,5% 47,7% 37,1%
2011 17 24 233 266 3,1% 4,4% 43,1% 49,3%

A população residente em Castro Laboreiro, apresentava uma população de 726 indivíduos, dos quais 287 eram homens e 439 mulheres, de acordo com os últimos Censos (2001).[6] Nas últimas eleições legislativas de 2009, os cadernos eleitorais apresentavam o número de 933 inscritos, o que indica um ligeiro crescimento na população local durante os últimos anos.[7]

Castro Laboreiro sofreu do fluxo migratório que foi mais marcante a partir da segunda metade do século XX. As condições precárias de vida, o clima rigoroso da montanha, a escassez de recursos financeiros e a ausência do Estado, formavam o conjunto de motivações que impulsionaram os processos migratórios, na década de 60. A diminuição da população na década de 80 e 90 terá resultado mais do envelhecimento da população do que com a sua saída.[8]

Património[editar | editar código-fonte]

Castelo de Castro Laboreiro

Património natural[editar | editar código-fonte]

Património Construído[editar | editar código-fonte]

Fornos Comunitários[editar | editar código-fonte]

Os fornos comunitários eram usados pelos habitantes locais para cozer o pão de centeio e trigo, as "broas" ou "boroas". Três estão referenciados pelo IGESPAR, e pelo menos um ainda é utilizado, o forno da Ameijoeira.[13]

Pontes e Moinhos[editar | editar código-fonte]

Ponte Nova ou da Cavada Velha

Castro Laboreiro possui um dos mais homogéneos e interessantes núcleos de pontes históricas, cuja relevância é reforçada pelo facto de quase todas elas provarem como a Idade Média reutilizou as antigas estruturas da época romana, fazendo com que algumas apresentem um aspecto misto, fruto de duas fases distintas de utilização.[9]

Sítios Arqueológicos[editar | editar código-fonte]

Paisagem de Castro Laboreiro

No planalto de Castro Laboreiro, que se estende para leste até à fronteira com Espanha, está referênciado um conjunto de cerca de 62 monumentos funerários, constituídos na sua maioria por mamoa de terra, couraça lítica e câmara megalítica. A necrópole estende-se para o território galego onde estão referenciados cerca de 30 monumentos próximos da fronteira. Cerca de um quarto destes monumentos da freguesia são monumentos isolados, muitas vezes dominantes na paisagem. Os restantes monumentos organizam-se em grupos junto às principais portelas naturais e às nascentes do rio Castro Laboreiro e das corgas afluentes.[28][29]

Turismo Cultural[editar | editar código-fonte]

No campo da divulgação da cultura castreja, Castro Laboreiro possui para além de vários estabelecimentos de hotelaria e turismo, outros equipamentos colectivos, podendo-se destacar:

  • Núcleo Museológico
  • Espaço de Lazer do Campo das Veigas
  • Centro Cívico
  • Centro de Informação e Biblioteca[42]

Religião[editar | editar código-fonte]

O aspecto religioso é muito marcante, havendo capelas em muitos lugares da freguesia, onde acontecem festas religiosas, significando um momento de fé e convivência.[8]

Festas e romarias[editar | editar código-fonte]

  • Julho
    • Nossa Senhora da Visitação (Igreja Paroquial)
    • São Bento (Várzea Travessa)
  • Agosto
    • Nossa Senhora da Boavista (Caínheiras)
    • Senhor do Bom Fim (Ribeiro de Cima)
    • Senhor da Oliveira (Ribeiro de Baixo)
    • Nossa Senhora de Monserrate (Coriscadas)
    • Nossa Senhora dos Remédios (Rodeiro)
  • Setembro

Lugares[editar | editar código-fonte]

Para além da povoação da Vila, lugar mais central e sede da freguesia, Castro Laboreiro possui mais de 40 lugares distribuídos pelas brandas, no planalto a NE da Vila, e pelas inverneiras espalhadas ao longo das duas margens do rio Castro Laboreiro.

Brandas[editar | editar código-fonte]

Inverneiras[editar | editar código-fonte]

Galeria[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 3 de Março de 2014. Cópia arquivada em 4 de Dezembro de 2013 
  2. Instituto Geográfico do Exército. «Limites da freguesia de Castro Laboreiro». Igeoe.pt 
  3. «Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias» (PDF)  Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  4. Público. «Portugal tem cinco novas cidades e 22 vilas». Publico.pt. Consultado em 12 de junho de 2009 
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. «Censos - Resultados definitivos. Região Norte - 2001». INE - Instituto Nacional de Estatística. Censos.ine.pt. 2002. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  7. «Eleições legislativas 2009». DGAI/ITIJ. Eleicoes.mj.pt. 27 de setembro de 2009. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  8. a b c d «Projecto de Lei N.º 685/X» (PDF). Diário da Assembleia da República. App.parlamento.pt. 12 de março de 2009. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  9. a b c «Conjunto constituído pela Ponte de Assureira, Capela de São Brás e moinho de água a nascente da ponte». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  10. CERVEIRA, Alexandra (1999). «Cruzeiro da Quingosta / Cruzeira de Portos». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  11. CERVEIRA, Alexandra (1999). «Ermida da Senhora de Anamão». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  12. «Pelourinho de Castro Laboreiro». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  13. «O cozer do pão na Ameijoeira». Padrecesarmaciel.blogspot.com. 25 de junho de 2009. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  14. «Ameijoeira». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  15. «Campelo». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  16. FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte de Assureira ou Ponte da Capela». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  17. «Ponte das Caínheiras». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  18. FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte das Cainheiras». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  19. «Ponte de Dorna». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  20. «Porto do Sineiro». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  21. «Portos de Cima». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  22. FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte do Rodeiro». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  23. «Ponte de Varziela». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  24. FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte de Varziela». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  25. CERVEIRA, Alexandra (1999). «Ponte da Veiga». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  26. DORDIO, Paulo (1996). «Ponte Velha de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  27. DORDIO, Paulo (1996). «Moinhos de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  28. «Conjunto constituído pelos Monumentos Megalíticos e Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  29. DORDIO, Paulo (1995). «Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  30. «Alto da Cremadoura». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  31. «Feira». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  32. DORDIO, Paulo (1995). «Gravuras Rupestres do Fieiral». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  33. «Alto da Portela do Pau 1». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  34. «Corga das Antas 1». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  35. DORDIO, Paulo (1995). «Mamoa 2 do Alto da Portela do Pau». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  36. «Alto da Portela do Pau 2». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  37. «Alto da Portela do Pau 3». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  38. «Alto da Portela do Pau 6». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  39. «Nossa Senhora do Numão». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 12 de abril de 2010 
  40. DORDIO, Paulo (1995). «Povoado a SE. do Castelo de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010 
  41. «Rego do Alinhar». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  42. «Castro Laboreiro aposta no turismo cultural». Diário do Minho. Diariodominho.pt. 13 de agosto de 2004. Consultado em 13 de agosto de 2010 
  43. «Festas em Castro 2009». Padrecesarmaciel.blogspot.com. 25 de junho de 2009. Consultado em 19 de janeiro de 2010 
  44. «Castro Laboreiro». Câmara Municipal de Melgaço. Cm-melgaco.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Castro Laboreiro