Cayetana Álvarez de Toledo

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Cayetana Álvarez de Toledo
xiv marquesa de Casa Fuerte
Cayetana Álvarez de Toledo
Porta-voz do Partido Popular
no Congresso dos Deputados
Período 30 de julho de 201917 de agosto de 2020
Antecessor(a) José Antonio Bermúdez de Castro
Deputada das Cortes Gerais
por Barcelona
Período 21 de maio de 2019atualidade
Deputada das Cortes Gerais
por Madrid
Período 1 de abril de 2008
a 27 de outubro de 2015
Dados pessoais
Nome completo Cayetana Álvarez de Toledo y Peralta-Ramos
Nascimento 15 de outubro de 1974 (49 anos)
Madrid, Espanha
Nacionalidade espanhola, argentina, francesa
Alma mater Universidade de Oxford
Partido Partido Popular

Cayetana Álvarez de Toledo y Peralta-Ramos (Madrid, 15 de outubro de 1974), xiv marquesa de Casa Fuerte,[1] é uma jornalista, historiadora e política, deputada das Cortes Gerais da Espanha[2].

Biografia[editar | editar código-fonte]

Cayetana Álvarez de Toledo y Peralta-Ramos nasceu em Madrid,[2] de pai francês e mãe argentina. É filha de Juan Illán Álvarez de Toledo y Giraud, xii marquês de Casa Fuerte, que, segundo ela mesma, combateu com a resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial,[3] e de Patricia Peralta-Ramos y Madero. Pelo lado materno, tem descendência de uma família patrícia argentina, cuja origem remonta de princípios do século XVI, durante a colonização espanhola da América do Sul, sendo descendente, dentre outros, de Patricio Peralta Ramos, fundador da cidade de Mar del Plata. [4]

Possui nacionalidade argentina[5] e francesa. Apesar de ter passado sua vida entre o Reino Unido e Buenos Aires, Cayetana Álvarez de Toledo declarou em diversas ocasiões: «Eu decidi ser espanhola».[6]

Depois de passar os primeiros anos de sua infância em Londres, desde os sete anos viveu em Buenos Aires, onde frequentou a Northlands School. Voltou ao Reino Unido para cursar a Universidade. Lá graduou-se em História Moderna pela Universidade de Oxford,[2] como membro do New College, e nessa mesma instituição obteve um doutorado com uma tese sobre o bispo Juan de Palafox, vice-rei da Nova Espanha, orientada pelo historiador hispanista John H. Elliott.[7] Em 20 de outubro de 2001, casou-se com o empresário catalão Joaquín Güell (dos condes de Güell), com quem tem duas filhas.[8] Em janeiro de 2018, o casal divorciou-se.[9]

Após doutorar-se em setembro de 2000, começou a trabalhar como redatora do jornal El Mundo, primeiro da seção de Opinião e mais tarde de Economia. Foi também participante da cadeia de rádio COPE no programa La Mañana, dirigido por Federico Jiménez Losantos.[10]

Em 2006, foi nomeada chefe de gabinete do secretário geral do Partido Popular (PP), Ángel Acebes, com a missão de assessorá-lo em matéria de estratégia política, cuidar de sua agenda e coordenar a elaboração de seus discursos e intervenções parlamentarias.[10] Como jornalista do El Mundo, o Fórum Econômico Mundial a elegeu como «jovem líder global» em 2008.[11]

Álvarez de Toledo, que adquiriu a nacionalidade espanhola em 2007,[12] concorreu às eleições gerais de 2008 na lista do PP ao Congresso pela circunscrição de Madrid, como número 9 da lista,[13] convertendo-se em deputada na ix Legislatura, onde atuou como porta-voz adjunta do Grupo Parlamentário Popular. Nas eleições gerais de 2011, voltou a concorrer como número 10 da lista popular,[14] renovando seu assento para a x Legislatura. No Congresso, como vice-presidente da Comissão Mista para a União Europeia e membro das Comissões de Justiça e Constitucional.

Devido ao falecimento de seu pai em Paris, em 2012, um ano mais tarde herdou o título nobiliárquico de marquesa de Casa Fuerte, da qual é sua xiii titular.[1]

Em 2014, escreveu um artigo no Financial Times contra a intenção independentista do nacionalismo catalão.[15] Esse mesmo ano, passou a ser uma das primeiras apoiadoras o manifesto constitucionalista Libres e Iguales, do qual foi fundadora,[16] que rejeita qualquer concessão até uma eventual negociação com o setor do nacionalismo catalão que pretende a independência.[17] É porta-voz da plataforma homônima que busca implicar a cidadania espanhola em defesa da ordem constitucional ante o nacionalismo catalão que se entende como uma ameaça «a liberdade de todos os espanhóis», referindo-se em concreto à pretensão de constituir o «povo catalão» em soberano. Entre os atos organizados por Libres e Iguales se destaca o realizado em 11 de setembro de 2014, tricentenário da derrota das tropas austracistas em Barcelona, no Círculo de Bellas Artes de Madrid, onde pronunciou um discurso.[18]

Em 14 de outubro de 2015, através do jornal El Mundo, anunciou que não se apresentaria novamente como candidata a deputada pelo PP, por desacordos com a política do presidente do Governo, Mariano Rajoy, em matéria de regeneração democrática, em matéria econômica, ao separatismo catalão e a erosão das instituições públicas.[19][20]

Em 8 de março de 2018, criticou em um artigo de opinião a Greve feminista que ocorreu neste mesmo dia.[21] Em junho do mesmo ano, publicou um artigo de opinião após a dissolução do Governo de Mariano Rajoy devido à moção de censura apresentada contra este pelo PSOE, no que Álvarez de Toledo afirmou seguir sendo afiliada ao PP mas ter votado no partido Ciudadanos, e pedia a fusão de ambos os partidos.[22]

Em 15 de março de 2019, anunciou sua designação como cabeça da lista do PP para o Congresso dos Deputados pela circunscrição de Barcelona, pelas eleições gerais de 28 de abril.[23] Nestas obteve o assento de deputada apesar de o seu partido ter obtido os piores resultados da história nesta circunscrição, passando de 4 a 1 deputado.[24][25]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Juan de Palafox: Obispo y Virrey (em castelhano). Marcial Pons Ediciones de Historia, 2011. ISBN 978-8492820313.
  • Politics and Reform in Spain and Viceregal Mexico: The Life and Thought of Juan De Palafox 1600-1659 (em inglês) (Oxford Historical Monographs). ISBN 978-0199270286.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 2006: Micrófono de plata de la Asociación Profesional Española de Informadores de Prensa, Radio, Televisión e Internet.[26]
  • 2017: Premio Sociedad Civil, otorgado por Think Tank Civismo.[27]

Referências

  1. a b «Orden JUS/1857/2013, de 26 de septiembre, por la que se manda expedir, sin perjuicio de tercero de mejor derecho, Real Carta de Sucesión en el título de Marqués de Casa Fuerte, a favor de doña Cayetana Álvarez de Toledo y Peralta-Ramos». Boletín Oficial del Estado (em espanhol). Por fallecimiento de su padre, don Juan Illán Álvarez de Toledo y Giraud. Madrid. 12 de outubro de 2013. p. 83343. Consultado em 25 de março de 2019 
  2. a b c «Ficha Congreso de los Diputados» (em espanhol). Madrid: Congreso de los Diputados. Consultado em 18 de agosto de 2019 
  3. LANDALUCE, Emilia (8 de agosto de 2015). «Me encantaría que Preysler se uniese a Libres e Iguales» (em espanhol). Madrid: El Mundo. Consultado em 25 de março de 2019 
  4. «Catalanes le gritan "argentina" como insulto a la vocera del Partido Popular de España» (em espanhol). Minuto Uno. 18 de outubro de 2019. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  5. «Cayetana Álvarez de Toledo, la confidente de la reina Máxima de Holanda». Diario ABC. 21 de setembro de 2013. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  6. SAINZ BORGO, Karina (27 de junho de 2015). «Cayetana Álvarez de Toledo: Las primarias del PP son una salida al blindaje de los mediocres y los equivocados» (em espanhol). Madrid: voxpópuli. Consultado em 25 de março de 2019 
  7. «Reseña de la tesis doctoral publicada en la revista Renaissance Quarterly, vol. 59, no. 1, primavera 2006» (PDF) (em inglês). Project Muse. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  8. BERCOVITZ, Vera (16 de abril de 2019). «Lo más catalán de Cayetana Álvarez de Toledo: Su Exmarido, Joaquín Güell» (em espanhol). Vanity Fair España. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  9. «Cayetana Álvarez de Toledo, marquesa y ex diputada del PP, se divorcia de Joaquín Güell» (em espanhol). El Confidencial. 4 de janeiro de 2018. Consultado em 2 de outubro de 2018 
  10. a b «Cayetana Álvarez de Toledo, nueva jefa de gabinete de Acebes» (em espanhol). El Mundo. 6 de setembro de 2006. Consultado em 1 de agosto de 2019 
  11. MARTÍN, Fatima (12 de março de 2008). «Cayetana, ex periodista y 'lideresa' global por el Foro de Davos: "Este título es por mi trayectoria en general"» (em espanhol). El Confidencial. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  12. SEGURA, Cristian (16 de março de 2019). «Cayetana Álvarez de Toledo, la derecha ilustrada y con garrote» (em espanhol). El País. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  13. Candidaturas presentadas para las elecciones al Congreso de los Diputados y al Senado, convocadas por Real Decreto 33/2008, de 14 de enero. (em espanhol) Boletín Oficial del Estado, 6 de fevereiro de 2008.
  14. Candidaturas proclamadas para las elecciones al Congreso de los Diputados y al Senado, convocadas por Real Decreto 1329/2011, de 26 de septiembre. (em espanhol) Boletín Oficial del Estado, 25 de outubro de 2011.
  15. «Europe cannot give in to separatists» (em inglês). Londres: Financial Times. Consultado em 3 de novembro de 2019 
  16. LATORRE, Rafa (15 de março de 2019). «Cayetana Álvarez de Toledo, la española que pudo y quiso serlo» (em espanhol). El Mundo 
  17. CUÉ, Carlos E. (15 de julho de 2014). «Un manifiesto con Vargas Llosa y Suárez Illana pide a Rajoy que actúe contra Mas» (em espanhol). Madrid: El País. Consultado em 25 de março de 2019 
  18. ««Los intelectuales de Libres e Iguales celebran en Madrid la Diada española.»» (em espanhol). El Mundo. 12 de setembro de 2014. Consultado em 1 de agosto de 2019 
  19. ««Cayetana Álvarez de Toledo: Anoche escribí al presidente Mariano Rajoy Brey.»» (em espanhol). El Mundo. 14 de outubro de 2015. Consultado em 1 de agosto de 2019 
  20. ««Altercado en el Congreso entre dos diputadas del Partido Popular por las críticas de una de ellas a Mariano Rajoy.»» (em espanhol). Público. 14 de outubro de 2015. Consultado em 1 de agosto de 2019 
  21. ««No a la guerra»» (em espanhol). El Mundo. 8 de março de 2018 
  22. «Una papeleta» (em espanhol). El Mundo. Consultado em 13 de junho de 2018 
  23. ««Cayetana Álvarez de Toledo será la número uno del PP por Barcelona»» (em espanhol). El Mundo. 15 de março de 2019. Consultado em 1 de agosto de 2019 
  24. «El PP se queda con un escaño en Catalunya, su peor resultado de la historia» (em espanhol). Europa Press. 29 de abril de 2019. Consultado em 12 de maio de 2019 
  25. «Resultados en Barcelona de las elecciones generales 2019 - Escrutinio de los votos» (em espanhol). 20minutos.es. 28 de abril de 2019. Consultado em 12 de maio de 2019 
  26. Premios APEI 2006
  27. «Cayetana Álvarez de Toledo, premio Sociedad Civil 2017 por su "defensa de la libertad"» (em espanhol). El Mundo. 11 de dezembro de 2017. Consultado em 17 de maio de 2019