Clã Taira

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Taira
平氏
Clã Taira
Província Natal Província de Hitachi,
Província de Ise
Clã de Origem Casa Imperial do Japão
Fundador Taira no Takamochi
Ramos Hōjō,
Chiba,
Miura,
Hatakeyama,
Oda,
Nagao,
Outros

O Taira foi um dos três clãs mais importantes que dominaram a política japonesa durante o Período Heian da História do Japão - os outros eram os Fujiwara e os Minamoto. Comumente o Clã Taira é mencionado como Heishi (平氏?) ou Heike (平家?), se for usada a leitura chinesa do carácter para Taira o Hira ( hei?), já o Shi (?) significa Clã e Ke (?) significa Família.[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

O domínio, em vermelho, do clã Taira no Japão. Em amarelo vemos o domínio do clã Fujiwara e em azul e verde os domínios do clã Minamoto, dividido em duas facções na época (1183)
Guerreiros do clã Taira por Utagawa Yoshitora

Junto com o Minamoto, o Taira era um dos sobrenomes honorários dados pelos imperadores do Período Heian (7941185 AD) a seus filhos e netos que não fossem considerados elegíveis para o trono. Alguns netos do Imperador Kanmu foram os primeiros a levar o nome de Taira, a partir de 825. Depois, os descendentes do Imperador Nimmyo, do Imperador Montoku e do Imperador Koko também receberam o sobrenome. As linhas hereditárias específicas desses imperadores são referidas pelo nome póstumo do imperador seguido por Heishi, p. ex. Kanmu Heishi.[2]

A linha Kanmu Heishi, fundada em 889 por Taira no Takamochi (bisneto do 50º imperador Kanmu, que reinou de 781 a 806) provou ser a linha mais forte e mais dominante durante o período Heian.[3] Mais tarde outro membro dessa linhagem Taira no Kiyomori criou o que foi considerado o primeiro governo sob o domínio dos samurais na história do Japão.[4] Um bisneto de Takamochi, Taira no Korihira, mudou-se para a província de Ise (atualmente parte da província de Mie) e estabeleceu uma importante dinastia daimio.[5] Masamori, seu neto; e Tadamori, seu bisneto, tornaram-se fieis apoiadores do Imperador Shirakawa e do Imperador Toba, respectivamente. Taira no Kiyomori, filho e herdeiro de Tadamori, subiu para a posição de Daijō Daijin (grande ministro de Estado), após suas vitórias na Rebelião Hōgen (1156) e o Rebelião Heiji (1160).[4] Kiyomori conseguiu entronizar seu neto mais jovem como Imperador Antoku em 1180, um ato que levou às Guerras Genpei (Genpei no Sōran, 1180-1185). O último líder da linhagem Kanmu Heishi, acabou sendo destruído pelos exércitos de Minamoto no Yoritomo na Batalha de Dan no Ura, a última batalha da Guerra Genpei. Esta história é contada no Heike Monogatari.[6]

Este ramo dos Kanmu Heishi tinham muitos outros ramos, incluindo Hōjō, Chiba, Miura e Hatakeyama.[7][5]

Outro membro desta família foi Takamune-ō (804-867), o filho mais velho do Principe Imperial Kazurahara e neto do Imperador Kanmu, que recebeu o título de Taira no Ason no ano 825.[8][5] Desta forma, havia dois grupos no Kanmu Heishi, um núcleo que descendia de Takamune e outro de seu sobrinho, Takamochi (o filho do Príncipe Imperial Takami).

O clã Oda na época de Oda Nobunaga (1534-1582) também reclamou a descendência Taira, eram descendentes de Taira no Chikazane, neto de Taira no Shigemori (1138-1179).[9]

Guerras Genpei[editar | editar código-fonte]

Durante a Rebelião Heiji (1160), o líder dos Seiwa Genji, Minamoto no Yoshitomo, morreu em batalha. Taira no Kiyomori obteve o poder em Kyoto forjando alianças com os imperadores aposentados Shirakawa e Toba. Kiyomori mandou Minamoto no Yoritomo (1147–1199), o terceiro filho de Yoshimoto, para o exílio. Em 1180, Yoritomo organizou uma rebelião em grande escala contra o domínio dos Taira (as Guerras Genpei ou Taira-Minamoto), culminando com a destruição dos Taira e a subjugação do leste do Japão em cinco anos. Em 1192, ele recebeu o título shogun e criou o primeiro bakufu com sede em Kamakura.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Lebra, Takie Sugiyama (1995). Above the Clouds:. Status Culture of the Modern Japanese Nobility (em inglês). [S.l.]: University of California Press, p. 72. ISBN 9780520076020 
  2. Plutschow, Herbert E. (1995). Japan's Name Culture:. The Significance of Names in a Religious, Political and Social Context (em inglês). [S.l.]: Psychology Press, pp.112-113. ISBN 9781873410424 
  3. Varley, H. Paul (1994). Warriors of Japan:. As Portrayed in the War Tales (em inglês). [S.l.]: University of Hawaii Press, p. 9. ISBN 9780824816018 
  4. a b Watson, Burton; Shirane, Haruo (2006). The Tales of the Heike (em inglês). [S.l.]: Columbia University Press, p. 176. ISBN 9780231510837 
  5. a b c Zumbo, Daniele (2013). Un vassallo che cercò di espugnare la Dinastia (em italiano). [S.l.]: Youcanprint, p. 7. ISBN 9788891113221 
  6. Genji & Heike:. Selections from The Tale of Genji and The Tale of the Heike (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press. p. 250. 1994. ISBN 9780804766463 
  7. Hiraizumi, Kiyoshi (1997). The Story of Japan:. History from the founding of the nation to the height of Fujiwara prosperity (em inglês). [S.l.]: Seisei Kikaku p 5. ISBN 9784916079046 
  8. Transactions and Proceedings of the Japan Society, London (em inglês). [S.l.]: Kegan Paul, Trench, Trübner and Company, p. 105. 1932 
  9. Plutschow. Japan's Name Culture. [S.l.]: , p. 156 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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