Coleção de Livros do Banguê

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Coleção de Livros do Banguê

Bilhete solicitando o banguê para Elias de Nação Nagô. Transcrição: Rua do Bispo, N. 43. Casa onde mora o Cônego João Mariano de Campos Lima, faleceu um seu escravo carregador de cadeira por nome Elias de Nação Nagô de uma constipação. Bahia, 14 de Maio de 1835. Cônego João Mariano de Campos Lima[1]
Local de assinatura Salvador
País Brasil
Tipo de documento coleção, manuscrito
 Nota: Este artigo é sobre registros de funerais de pessoas escravizadas. Para o livro de José Lins do Rego, veja Banguê.

A Coleção de Livros do Banguê é um conjunto de registros de sepultamento de pessoas escravizadas no Brasil, entre os séculos XVIII e XIX, na cidade de Salvador, BA.[2]

É composta de 11 tomos que estão sob a guarda do Centro de Memória da Santa Casa da Bahia. Por sua relevância para o estudo do comércio de pessoas escravizadas, em 2009 os documentos receberam o Diploma de Memória do Mundo da UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.[3]

No período da escravidão a Irmandade da Misericórdia era responsável pelos sepultamentos em Salvador. Fazia o transporte dos corpos, em esquifes simples chamados "banguês". O enterro ocorria no Cemitério do Campo da Pólvora. Os Livros do Banguê são um controle contábil do serviço prestado pela Irmandade.[2]

A coleção é reconhecida como um marco na identificação das pessoas escravizadas, contendo dados como nome e etnia, além de informações sobre a viagem a Salvador, o proprietário da pessoa escravizada e os custos de sepultamento. Há também reproduções de marcas de propriedade no corpos das pessoas escravizadas.[4] Estima-se que entre 1742 e 1856 tenham sido sepultadas 80 mil dessas pessoas pela Santa Casa da Misericórdia da Bahia.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Solicitação do banguê para Elias de Nação Nagô 1835 no Wikisource em português.
  2. a b Governo da Bahia Governo do Estado da Bahia. «ARQUIVOS DA BAHIA: MEMÓRIA DO MUNDO - Biblioteca Virtual Consuelo Pondé - Governo da Bahia». www.bvconsueloponde.ba.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  3. Souza, Daniele Santos de (1 de junho de 2020). «Tráfico, escravidão e liberdade na Bahia nos "Anos de Ouro" do comércio negreiro (c.1680-c.1790)». Consultado em 23 de novembro de 2021 
  4. A TARDE Online. «Instituições baianas preservam um patrimônio documental e bibliográfico de valor inestimável». Portal A TARDE. Consultado em 23 de novembro de 2021 
  5. «Acervo de documentos históricos da Santa Casa revela a vida dos escravos na Bahia - Santa Casa». www.santacasaba.org.br. Consultado em 23 de novembro de 2021 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]