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Colocação pronominal: diferenças entre revisões

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As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala (Mensagens Instantâneas e de Celular), as posições clíticas da escrita no Brasil são as mesmas do português falado em Portugal.
As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala (Mensagens Instantâneas e de Celular), as posições clíticas da escrita no Brasil são as mesmas do português falado em Portugal.

:'''Português Falado no Brasil'''
Ainda é importante notar que aponta M.T. Piacentini sobre a Colocação Pronominal.
:# sempre se usa próclise

:'''Português Falado em Portugal''' e '''Português Escrito'''
"O uso dos pronomes oblíquos átonos ME, TE, SE, O(S), A(S), LHE(S) e NOS em relação ao verbo é bastante livre no Brasil: depende muito do ritmo, da harmonia, da ênfase e principalmente da eufonia. Como a pronúncia brasileira é diferente da portuguesa, a colocação pronominal neste lado do Atlântico também difere da de Portugal. O português brasileiro é essencialmente proclítico, isto é, preferimos usar o pronome na frente do verbo na maior parte do tempo. o Manual Geral de Redação da Folha de S. Paulo resume sua orientação alertando para esse ponto: "Atualmente o pronome é colocado antes do verbo haja ou não uma palavra que o atraia (pronome relativo, negações etc.). [Mas em pelo menos um caso usa-se o pronome depois do verbo: início de oração". Tudo poderia se resumir à próclise, então. Mas não é assim tão simples. Há algumas orientações e regras a serem seguidas."

Isto contudo, não coloca qualquer um dos lados do Atlântico em posição privilegiada, posto que na linguagem coloquial, ambos tem lá seus deslizes.

Fica como regra:

:# nunca se usa próclise em início de período
:# nunca se usa próclise em início de período
:# nunca se usa próclise após pausa/vírgula
:# nunca se usa próclise após pausa/vírgula

Revisão das 12h06min de 25 de novembro de 2008

Posições Críticas de Pronomes Oblíquos Átonos

Próclise, ênclise e mesóclise são fenômenos do português que se caracterizam pelo fato de nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. São três as posições relativas do pronome em relação ao verbo:

1. Próclise pronome + verbo
Exemplos:
...me observou...
...me observa...
...me observará...
...me observaria...
...me observando...
2. Ênclise verbo + pronome
Exemplos:
...observou-me...
...observa-me...
3. Mesóclise início do verbo + pronome + terminação verbal
Exemplos:
...observar-me-á...
...observar-me-ia...

Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos tempos Futuro [fará, dirá, verá] e Futuro do Pretérito [faria, diria, veria], permitem também ênclise. Somente os tempos Futuro e Futuro do Pretérito permitem mesóclise.

Formas Verbais e Posições Clíticas Permitidas
Particípio Futuro Fut. do Pretérito Demais Formas
Próclise permite permite permite permite
Ênclise não permite não permite não permite permite
Mesóclise não permite permite permite não permite

O português falado no Brasil e em Portugal são diferentes quanto às preferências por posições clíticas. No Brasil, opta-se sempre por próclise independente da posição do grupo/sintagma/locução verbal (pronome e verbo) na oração. Já em Portugal, dependendo da posição do grupo verbal na oração, opta-se ou não pela próclise. Embora seja regra não se poder iniciar frase com pronome, na linguagem coloquial isto é frequentemente observado no Brasil. Todvia aqui apresenta a maneira formal dentro das regras.

No Brasil
Você me diz quem tem razão.
Eu te vi na rua.
Em Portugal
Diz-me quem tem razão.
Vi-te na rua.

As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala (Mensagens Instantâneas e de Celular), as posições clíticas da escrita no Brasil são as mesmas do português falado em Portugal.

Ainda é importante notar que aponta M.T. Piacentini sobre a Colocação Pronominal.

"O uso dos pronomes oblíquos átonos ME, TE, SE, O(S), A(S), LHE(S) e NOS em relação ao verbo é bastante livre no Brasil: depende muito do ritmo, da harmonia, da ênfase e principalmente da eufonia. Como a pronúncia brasileira é diferente da portuguesa, a colocação pronominal neste lado do Atlântico também difere da de Portugal. O português brasileiro é essencialmente proclítico, isto é, preferimos usar o pronome na frente do verbo na maior parte do tempo. o Manual Geral de Redação da Folha de S. Paulo resume sua orientação alertando para esse ponto: "Atualmente o pronome é colocado antes do verbo haja ou não uma palavra que o atraia (pronome relativo, negações etc.). [Mas em pelo menos um caso usa-se o pronome depois do verbo: início de oração". Tudo poderia se resumir à próclise, então. Mas não é assim tão simples. Há algumas orientações e regras a serem seguidas."

Isto contudo, não coloca qualquer um dos lados do Atlântico em posição privilegiada, posto que na linguagem coloquial, ambos tem lá seus deslizes.

Fica como regra:

  1. nunca se usa próclise em início de período
  2. nunca se usa próclise após pausa/vírgula
  3. sempre se usa próclise após atratores
Lista de Atratores
  1. Advérbio
  2. Conjunção
  3. Palavra negativa
  4. Pronome indefinido
  5. Pronome interrogativo
  6. Pronome relativo

Próclise

Em gramática, denomina-se próclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do verbo.

Proibição

  • Não deve ser usada no início de oração ou período. Apesar disso, o uso próclise é generalizado no Brasil, de modo que na fala popular é comum o uso inclusive no início de oração.
Ex.: *Se faz justiça com as próprias mãos naquele lugar.
  • Note que uma oração pode iniciar-se a meio de uma frase, por exemplo, depois de uma vírgula.
Ex.: *Naquele lugar, se faz justiça com as próprias mãos.
Correção: Naquele lugar, faz-se justiça com as próprias mãos.
  • Nos infinitivos há uma tendência à ênclise, mas também é possível a próclise. A ênclise só é mesmo rigor quando o pronome tem a forma o (principalmente no feminino a) e o infinitivo vem regido da preposição a.
Ex.: Se soubesse, não continuaria a lê-lo.

Existem determinadas palavras da língua que são consideradas "atratores" dos pronomes pessoais oblíquos átonos pois, nos enunciados em que elas ocorrem, esses pronomes devem ficar em posição proclítica com relação ao verbo que complementam.

Uso

Quando há antes do verbo:

Ex.: Não se deve jogar lixo no rio.

Ex.: Quanto se pode pegar?

Ex.: Alguém me perguntou as horas.

Ex.: Quem me busca a esta hora tardia?

Por que te assustas a cada vez?

Como a julgariam os pais se conhecessem a vida dela?

Ex.: Quero que te cuides.

Que é que desejas te mande do Rio?. (conjunção oculta)

Ex.: Ela descuidadosamente se machucou.

  • orações iniciadas por palavras exclamativas, bem como nas orações que exprimem desejo (optativas)

Ex.: Que o vento te leve os meus recados de saudade.

Que Deus o abençoe!

Bons olhos o vejam!.

Se o verbo estiver no infinitivo impessoal e ocorrer uma dessas palavras antes do verbo, o uso da próclise ou da ênclise será facultativo.

    • qualquer um dos casos citados acima atrai obrigatoriamente o pronome.

Caso Facultativo

Após pronomes pessoais do caso reto não é obrigatória a próclise.[1]

Ex.: "Eu me garanto" e "Eu garanto-me" estão corretos.

Ênclise

Em gramática, denomina-se ênclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do verbo.

É usada principalmente nos casos:

  1. Quando o verbo inicia a oração (a não ser sob licença poética, não se devem iniciar orações com pronomes oblíquos);
  2. Quando o verbo está no imperativo afirmativo;
  3. Quando o verbo está no infinitivo impessoal;
  4. Quando o verbo está no gerúndio (sem a preposição em)

Não deve ser usada quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Neste caso é utilizada a mesóclise.

Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las quando estão ligados a verbos terminados em r, s ou z. Nesse caso, o verbo perde sua última letra e a nova forma deverá ser re-acentuada de acordo com as regras de acentuação da língua. Por exemplo:

  • "tirar-a" torna-se "tirá-la";
  • "faz-os" torna-se "fá-los";
  • "comes-o" torna-se "come-lo" (não há mudança de acentuação);
  • "Vou comer-o" torna-se "vou comê-lo".

No caso de verbos terminados em m, õe ou ão, ou seja, sons nasais, os pronomes o, a, os, as assumem as formas no, na, nos, nas, e o verbo é mantido inalterado. Por exemplo:

  • "peguem-os" torna-se "peguem-nos";
  • "põe-as" torna-se "põe-nas".


Observação: Em linguagem coloquial, no Brasil, é comum utilizar o pronome reto em substituição ao pronome oblíquo - Por exemplo: "peguem eles!". Este tipo de construção não é adequada em linguagem formal.

Mesóclise

Denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo.

Utiliza-se quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo e não há, antes do verbo, palavra que justifique o uso da próclise.

Ex.: Tê-lo-ia perguntado a(o) meu pai, se o tivesse visto na ocasião.

A construção da mesóclise é possível graças à origem do futuro sintético (formado por apenas uma palavra): o futuro analítico, que no latim era formado pelo verbo principal no infinitivo e pelo verbo habere (haver) no presente. Sendo o futuro analítico uma forma composta, era possível colocar o pronome entre os dois verbos. Com a evolução da língua, o verbo auxiliar foi assimilado como desinência do verbo principal, mas manteve-se a possibilidade de deixar o pronome em posição mesoclítica.

Fontes


  1. [1].