Companhia Colonial de Navegação

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Companhia Colonial de Navegação: bandeira.

A Companhia Colonial de Navegação (CCN) foi uma empresa de navegação portuguesa.

História[editar | editar código-fonte]

Foi constituída em Angola, a 3 de julho de 1922 pelas empresas Sociedade Agrícola de Ganda, Companhia do Amboim e Ed. Guedes Ld.ª, através do dinamismo de Bernardino Alves Correia para explorar o serviço de ligações marítimas entre a Portugal continental e as suas colónias ultramarinas, nomeadamente em África.

Iniciou desde logo a sua actividade, com a aquisição do paquete Guiné I e do cargueiro Ganda I, destinados às carreiras de Angola, Cabo Verde e Guiné.

No contexto da Segunda Guerra Mundial, visando atender à procura por transportes marítimos, a CCN adquiriu o paquete Jugoslavo "Princesa Olga" rebaptizando-o como "N/T Serpa Pinto", para assim poder cobrir as carreiras de África, bem como as carreiras Transatlânticas para o Brasil e Estados Unidos. Em 1944 esta embarcação chegou a ser interceptada por um Submarino alemão, tendo estado iminente o seu torpedeamento.

Apesar de os navios da CCN possuírem os nomes, a bandeira e o país escritos a letras muito grandes no seu costado de modo a assinalar a sua neutralidade, os cargueiros Cassequel e Ganda II foram afundados por torpedeamento, durante o conflito. Após o fim da segunda guerra mundial, o então Ministro da Marinha, Capitão e mar-e-guerra Américo Tomás promulga o despacho nº 100 a 10 de Agosto de 1945, que tinha por objectivo a reorganização e modernização da marinha de comércio, consagrou à Companhia Colonial de Navegação um plano de novas construções constituído por três navios de passageiros, catorze navios de carga e dois navios–tanques para transporte de combustíveis líquidos. Estes dois últimos navios seriam mais tarde transferidos para uma nova companhia dedicada em exclusivo aos navios-tanques – A Soponata.[1]

Ao abrigo do despacho 100 foram encomendados os paquetes N/T Pátria, N/T Império, N/T Vera Cruz e N/T Santa Maria propulsionados por turbinas a vapor e o N/T Uíge o único paquete accionado por motor diesel, e os cargueiros Benguela, Ganda, Amboim, Luanda e Sena II!Sena todos propulsionados também por motores diesel e os gémeos Chaimite e Nampula accionados por duas maquinas alternativas de vapor, sendo estes três últimos mais pequenos e destinados a cabotagem na costa de Moçambique.[1]

Durante a década de 1960 a CCN, como as demais companhias de navegação portuguesas em geral, assegurou preferencialmente os transportes marítimos entre Portugal e as suas colónias ultramarinas.

Na década de 1970, diante do aumento do número de passageiros a utilizarem o avião, os paquetes perderam importância como navios de carreira. Em resposta, a CCN passou a utilizar alguns dos seus paquetes para cruzeiros e viagens turísticas.

Em Fevereiro de 1974, a CCN fundiu-se com a Empresa Insulana de Navegação (EIN) para formar a Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos (CPTM).

Navios[editar | editar código-fonte]

De 1922 a 1974 a CCN deteve 47 navios, com deslocamentos entre as 2 648 toneladas de arqueação bruta do "Guiné (II)" (1935) e as 23 306 toneladas do "N/T Infante Dom Henrique", e lotações entre os 60 passageiros do vapor "Guiné (I)" (1922) e os 1 242 passageiros do "N/T Vera Cruz" (1952).

A CCN era a proprietária dos três maiores paquetes de seu tempo: o "N/T Infante Dom Henrique" (1961), o "N/T Santa Maria" (1953) e o N/T Vera Cruz (1952), para além dos gémeos "N/T Pátria" (1947) e "N/T Império" (1948) e do "N/T Uige" (1954). Todos faziam regularmente a carreira de África, com excepção do N/T Santa Maria, que fazia a carreira da América Central.

*: Navio de transporte de passageiros

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Ferreira dos Santos, José (2002). «Companhia Colonial de Navegação». Revista Bordo Livre. 6 páginas. Arquivado do original em 4 de março de 2016 
  2. http://www.oulton.org/cwa/newsships.nsf/pages/52CF64163CA64B54852570760033297F