Copo americano

O copo americano é um modelo de copo brasileiro com capacidade de 190 ml. É fabricado pela empresa paulista Nadir Figueiredo.
Relevância
[editar | editar código-fonte]É a vidraria mais comum no Brasil, com mais de 6 bilhões de unidades produzidas desde sua criação até o ano de 2010. É usado em restaurantes e bares casuais do país, e também considerado como uma unidade de medida padrão para receitas culinárias no Brasil.[1][2][3]
História
[editar | editar código-fonte]O recipiente feito de vidro, de formato cilíndrico foi desenvolvido pelo empresário mineiro Nadir Dias de Figueiredo em 1947.
Origem do nome
[editar | editar código-fonte]Inicialmente, era fabricado em São Paulo com maquinário vindo dos Estados Unidos, daí o nome copo americano.
Design: Soviet glass
[editar | editar código-fonte]O copo americano é muito semelhante ao copo que nos Estados Unidos é chamado de soviet glass (copo soviético, vide Faceted glass), com design atribuído à escultora Vera Mukhina[4] devido ao fato de, em 1943, ela ter presidido o Workshop de Vidro Artístico de Leningrado. Mas não há documentos que comprovem essa autoria.[5]
Ascensão: copo Lagoinha
[editar | editar código-fonte]Em Belo Horizonte é também conhecido como copo lagoinha, nome devido à região de mesmo nome considerado um local tradicional do samba e da boêmia da capital mineira, além do consumo de cerveja. No bairro Lagoinha, surgiu um movimento Viva Lagoinha com intenção de registrar e mudar o nome do copo.[6]
Múltiplos usos
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É um utensílio popular, muito utilizado em padarias, bares e botecos do Brasil, é utilizado para se tomar desde café até cachaça. É também muito utilizado como medida em receitas culinárias e até como medida de sabão em pó para lavagem de roupa.[7] Foi eleito nos anos 90 “O melhor copo para se tomar cerveja do Brasil”.[3]
Comercialização
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No mercado atacadista o produto é conhecido como americano, ou 2010, devido ao código interno de referência utilizada pela empresa fabricante. O produto tem em seu fundo a logomarca da empresa estampada. O modelo original foi expandido para copos com o mesmo design com capacidade diferentes, assim como outros objetos de vidraria foram incorporados a linha, que passou a contar com produtos de vidro colorido além do original que é transparente.[2]
Museu de Arte Moderna (MOMA)
[editar | editar código-fonte]É um ícone do Brasil e que faz parte da história do país, tendo inclusive sido exposto em 2009 no MOMA de Nova York como um símbolo do design brasileiro. Seu desenho é reconhecido como um dos grandes designs do Brasil, e tem a marca e o desenho 3D patenteados pela fabricante Nadir Figueiredo S/A. Todo o mérito deve ser atribuído ao próprio empresário e fundador da empresa Nadir Figueiredo.[8]
Finalmente americano
[editar | editar código-fonte]Em julho de 2019 a H.I.G. Capital empresa de investimento em ativos alternativos e private equity sediada em Miami adquiriu o controle acionário da então empresa brasileira Nadir Figueiredo, encerrando um ciclo de 107 anos de existência, e o copo americano passou a ser produzido por uma empresa americana.[9]
Referências
- ↑ Daniel Vila Nova (4 de Junho de 2020). «Copo americano». Gama Revista. Consultado em 17 de março de 2021. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2021
- ↑ a b «Copo americano o copo oficial» (PDF). Nadir Figueiredo. Consultado em 17 de março de 2021
- ↑ a b Abrahão de Oliveira (27 de outubro de 2017). «O Copo do Brasil: a história do "copo americano"». São Paulo in foco. Consultado em 17 de março de 2021. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2021
- ↑ Daniel Vila Nova (4 de junho de 2020). «Objeto de Análise: O americano de raízes soviéticas». Gama Revista. Consultado em 4 de junho de 2020
- ↑ Russia Beyond. «Nothing humbler than the tumbler: 5 facts about the legendary Soviet glass». Oleg Yegorov. Consultado em 4 de dezembro de 2020
- ↑ Zu Moreira (22 de julho de 2019). «Copo americano ou lagoinha?». Almanaque do Sambba. Consultado em 17 de março de 2021. Cópia arquivada em 17 de março de 2021
- ↑ Kátia Simões (2013). «O copo do mundo». Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Editora Globo. Consultado em 17 de março de 2021. Cópia arquivada em 22 de maio de 2020
- ↑ Adriana Mattos (28 de abril de 2010). «Americano, um copo muito brasileiro». Valor Econômico. Consultado em 17 de março de 2021. Cópia arquivada em 23 de maio de 2020
- ↑ Renan Dantas (12 de julho de 2019). «Nadir Figueiredo, do copo americano, é vendida por R$ 836 milhões». Money Times. Consultado em 17 de março de 2021. Cópia arquivada em 17 de março de 2021