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Curiango-comum

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 Nota: Se procura pela espécie ameaçada de extinção, veja bacurau-de-rabo-branco.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaCuriango-comum

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Caprimulgiformes
Família: Caprimulgidae
Género: Nyctidromus
Espécie: N. albicolis
Nome binomial
Nyctidromus albicollis
Gmelin, 1789
Distribuição geográfica

O curiango-comum (Nyctidromus albicollis) é uma ave da família Caprimulgidae.[2] Bastante comum, distribui-se desde o sul do México até o nordeste da Argentina.[3] A plumagem tem uma coloração pardo-amarelada finamente pintada de preto e com manchas pretas maiores, rêmiges pretas com fita branca. Também chamada de bacurau, curiangu, coriavo, engole-vento e mariangu.

"Curiango" vem do termo quimbundo kurianga, que significa "preceder".[4] Já "bacurau" vem do tupi wakura'wa.[5]

Nyctidromus albicollis, por Louis Agassiz Fuertes, 1926

Possui tamanho médio, medindo 8,7–11 in (22–28 cm) de comprimento. Tem duas formas coloridas, com a plumagem sendo castanho-acinzentado ou castanho-avermelhado. Tem cauda longa e asas largas e arredondadas.[6]

O macho adulto possui uma faixa branca perto das pontas das asas e as penas externas da cauda são principalmente brancas. A banda da asa da fêmea é mais estreita e o branco na cauda externa é mais restrito. Existem sete subespécies, diferindo em tamanho e na cor cinza.[6]

A canção do macho é muito variável.[6]

Distribuição e ecologia

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Ovos, coleção do Museu Wiesbaden

A área de reprodução se estende do sul do Texas até a região do rio Paraná. A maioria das populações reside o ano todo, embora o N. a. Merrilli possam passar o inverno no leste do México.[6]

No extremo sul de sua distribuição, a subespécie N. a. derbyanus abrange desde o centro e sul do Brasil até as partes adjacentes da Bolívia e, através do Paraguai, até a Argentina e o Uruguai. Mesmo as aves mais ao sul parecem não ser migratórias, mas no limite de sua distribuição a espécie é apenas fragmentada. Por exemplo, não há registro de criação na província de Entre Ríos (Argentina) e é raro no Rio Grande do Sul (Brasil); sobre sua presença no Uruguai também pouco se sabe, exceto que uma população de algum tamanho é encontrada ao longo do Rio Jaguarão, na região de Cuchilla de Mangrullo.[7]

É encontrada em habitats de floresta/pastagem abertos, mas também em matagais e campos de cultivo.A espécie tem pernas longas com tarsos nus e é mais terrestre do que a maioria de seus similares. Se for perturbado, às vezes corre em vez de voar, e frequentemente pousa em estradas e trilhas. Em geral, prefere habitat misto que oferece esconderijos com vegetação densa – idealmente floresta – para o dia, bem como paisagem aberta – talvez até rios ou pântanos – para caçar à noite. É noturno e começa a voar ao anoitecer. Como seus semelhantes, se alimenta de insetos capturados durante o voo.[6][8]

Nenhum ninho é feito; os dois ovos alongados e elípticos rosados são colocados sobre o solo descoberto ou a serapilheira. Às vezes, apenas um ovo é posto.[9] Não é ameaçado globalmente, sendo considerado uma espécie de menor preocupação pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).[10] Sendo uma espécie adaptável que tolera bem a perturbação humana do habitat, tem se beneficiado com o desmatamento limitado. A extração de madeira cria áreas de crescimento baixo e secundário nas quais as aves podem caçar com mais eficiência. No entanto, é claro que abandonará locais fortemente construídos ou bem delimitados e, além disso, é muito vulnerável à predação por cães e gatos selvagens, desaparecendo de áreas onde essas pragas são abundantes.[11]

  1. «IUCN red list Curiango-comum». Lista Vermelha da IUCN. Consultado em 18 de março de 2022 
  2. «Curiango-comum». Registros Ecológicos da comunidade. 2021. Consultado em 15 de julho de 2021 
  3. Rafael Ferreira (1 de fevereiro de 2013). «Criatura da noite: o Curiango-comum». O Eco. Consultado em 15 de julho de 2021 
  4. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.511
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.217
  6. a b c d e Cleere, Nigel (1998). Nightjars: a Guide to Nightjars and Related Nightbirds. Nr. Robertsbridge (East Sussex): Pica Press. ISBN 1-873403-48-8 
  7. Azpiroz, Adrián B.; Menéndez, José L. (2008). «Three new species and novel distributional data for birds in Uruguay». Bulletin of the British Ornithologists' Club. 128 (1): 38–56 
  8. Accordi, Iury Almeida; Barcellos, André (2006). «Composição da avifauna em oito áreas úmidas da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, Rio Grande do Sul» [Bird composition and conservation in eight wetlands of the hydrographic basin of Guaíba lake, State of Rio Grande do Sul, Brazil]. Revista Brasileira de Ornitologia (em português e inglês). 14 (2): 101–115 
  9. Guilherme, Edson; Lima, Jônatas (21 de setembro de 2020). «Breeding biology and morphometrics of Common Pauraque Nyctidromus a. albicollis in south-west Amazonia, and the species' breeding season and clutch size in Brazil». Bulletin of the British Ornithologists' Club. 140 (3). ISSN 0007-1595. doi:10.25226/bboc.v140i3.2020.a7 
  10. «Nyctidromus albicollis». IUCN Red List of Threatened Species. 19 de fevereiro de 2020. Consultado em 15 de julho de 2021 
  11. Ingels, J.; Oniki, Y.; Willis, E.O. (1999). «Opportunistic adaptations to man-induced habitat changes by some South American Caprimulgidae» (PDF). Revista Brasileira de Biologia (em inglês e português). 59 (4): 563–566. PMID 23505644. doi:10.1590/S0034-71081999000400005