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Danaus

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaDanaus
Macho de Danaus eresimus
Macho de Danaus eresimus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Danainae
Tribo: Danaini
Género: Danaus
Kluk, 1780
Espécies
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Danaus é um género de borboletas (Lepidoptera: Nymphalidae) aposemáticas, da subfamília Danainae, tribo Danaini, com doze espécies reconhecidas, que habitam climas temperados, subtropicais e tropicais, possuindo representantes nas regiões Neártica, Neotropical, Paleártica, Afrotropical, Oriental, Australiana e Pacífica.[1] Entre as espécies de borboletas do gênero Danaus se destaca a espécie popularmente conhecida como Borboleta-monarca (Danaus plexippus).

Biologia e reprodução

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Plantas, muitas vezes, apresentam defesas químicas como cardenolidas e alcaloides pirrolizidínicos para deter os herbívoros predadores. Entretanto, borboletas do gênero Danaus (Nymphalidae: Danainae: Danaini) se beneficiam destas defesas. As Danaus apresentam dois mecanismos de defesa química: um baseado em cardenolidas e o outro baseado em alcaloides pirrolizidínicos.[2][3][4][5] As larvas de Danaus são aposemáticas e especialistas em sequestrar cardenolidas[1] das folhas de suas plantas hospedeiras da família Apocynaceae.[6] As cardenolidas consumidas são retidas após o processo de pupação e conferem defesa química, tanto às larvas como aos adultos, contra o ataque de predadores.[7][8][6] Quando adultas, as borboletas sequestram alcaloides pirrolizidínicos do néctar e partes senescentes de folhas e ramos das famílias Asteraceae, Boraginaceae e Fabaceae. Desta forma, ambos compostos conferem às borboletas uma proteção química contra predadores.[9][10]

Machos do gênero Danaus utilizam os alcaloides pirrolizidínicos sequestrados como precursores para a síntese de feromônios sexuais[11] e para o desenvolvimento e funcionamento dos órgãos sexuais androconiais.[12] O sucesso reprodutivo dos machos depende das androcônias, as quais expelem, ao longo do intrincado voo nupcial, feromônios sexuais, como o hidroxidanaidal, que estimulam a receptividade da fêmea para a reprodução.[12][13][14] Entretanto D. plexippus não depende de alcaloides pirrolizidínicos para reprodução.[15]

Espécie Nota Distribuição Borboleta
Danaus plexippus
(Linnaeus, 1758)
Borboleta-Monarca Canadá, EUA, México, América Central, Caribe, América do Sul (Norte), Nordeste do Brasil, Peru, Colombia, Salomões, Nova Caledônia, Nova Zelandia, Papua Nova Guiné, Austrália, Açores, Ilhas Canárias, Gibraltar, Filipinas e Norte da África.
Danaus erippus
(Cramer, 1775)
Borboleta-Monarca-do-Sul América do Sul (clima Tropical e Subtropica), Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolivia, Chile e Peru
Danaus genutia
(Cramer, 1779)
Tigre Comum Sri Lanka, Índia, Burma, Tailândia, China, Malasia, Borneo, Sumatra, Java, Austrália e Papua Nova Guiné
Danaus melanippus
(Cramer, 1777)
Tigre Branco Leste indiano ao Sul asiático, Indonésia, Filipinas e Malásia
Danaus affinis
(Fabricius, 1775)
Tigre Malaio Tailândia, Filipinas, Indonésia, Melanésia e Austrália e Papua Nova Guiné
Danaus ismare
(Cramer, 1780)
Ilhas Molucas, Malásia, Indonésia
Danaus eresimus
(Cramer, 1777)
Rainha Tropical ou Soldado
Inclue D. Plexaure[16]
EUA, México, Índias Ocidentais, América Central, América do Sul (clima Tropical e Subtropical)
Danaus gilippus
(Cramer, 1775)
Rainha EUA, Índias Ocidentais, América Central, América do Sul (clima Tropical e Subtropical)
Danaus petilia
(Stoll, 1790)
Indonésia e Austrálasia
Danaus dorippus
(Klug, 1845)
Incluída em D. chrysippus[16] Leste e Sul africano, basicamente Kenia, Uganda, Eritréia, Oman e Tanzania e, esporadicamente na Índia
Danaus chrysippus
(Linnaeus, 1758)
Inclue D. dorippus[16] Mediterrâneo, África, Índia, Ásia e Austrálasia
Danaus cleophile
(Godart, 1819)
Monarca Jamaicana Ilha de São Domingos e Jamaica
Ackery & Vane-Wright (1984) Smith, Lushai & Allen (2005)
Cladograma baseado nos caracteres morfológicos publicados por Ackery e Vane-Wright (1984).[1] Há alguma sugestão de polifilia em D. chrysippus implicada por dados moleculares, segundo Lushai et al.[17][18] Cladograma da revisão de Smith et al. (2005), com base nos dados morfológicos e de DNA mitocondrial. ARN ribossômico, citocromo c oxidase, subunidades proteicas, DNA nuclear, fatores de alongamento e de sequenciamento de DNA (sem D. Cleophile).[16]

Tiradelfe

Tirumala

Danaus
(Danaus)

Danaus plexippus

Danaus erippus

Danaus cleophile

(Salatura)

Danaus ismare

Danaus genutia

Danaus melanippus

Danaus affinis

(Anosia)

Danaus eresimus

Danaus plexaure

Danaus gillipus

Danaus petilia

Danaus chrysippus

Tirumala septentrionis

Tirumala limniace

Danaus plexippus

Danaus erippus

Danaus genutia

Danaus melanippus

Danaus affinis

Danaus ismare

Danaus eresimus

Danaus gilippus

Danaus petilia

Danaus dorippus dorippus-2

Danaus dorippus bataviana

Danaus chrysippus chrysippus

Danaus chrysippus orientis

Danaus chrysippus alcippus

Danaus dorippus dorippus-1

O gênero Danaus foi anteriormente dividido nos subgêneros Danaus, Salatura e Anosia, mas este arranjo foi abolido. A hibridização que produz descendentes férteis ocorre entre algumas espécies, confundindo os dados do mtDNA.[19] Isso parece ser verdadeiro no caso de D. dorippus.[16] Além disso, a infecção por Spiroplasma (assassina-de-machos) foi demonstrada em D. chrysippus e provavelmente também ocorre em outras espécies;[20] as conseqüências para a especiação e evolução são provavelmente similares àquelas observadas na infecção com cepas da bactéria Wolbachia, outra assassina-de-machos.[21]

Referências

  1. a b c Ackery, P. R.; Vane-Wright, R. I. (1984). Milkweed Butterflies, Their Cladistics and Biology: Being an Account of the Natural History of the Danainae, a Subfamily of the Lepidoptera, Nymphalidae. [S.l.]: British Museum (Natural History). London. 
  2. Brower, L. P.; Brower, J. V. Z.; Corvino, J. M. (1967). «Plant poisons in a terrestrial food chain.». Proceedings of the National Academy of Sciences. 57 (4): 893-898 
  3. Edgar, J.; Cockrum, P. A.; Frahn, J. L. (1976). «Pyrrolizidine alkaloids in Danaus plexippus L. and Danaus chrysippus L.». Experientia. 32: 1535-1537 
  4. Edgar, J.; Boppré, M.; Schneider, D. (1979). «Pyrrolizidine alkaloid storage in African and Australian Danainae». Experientia. 35 (1): 1447-1448 
  5. Trigo, J. R. (2000). «The chemistry of antipredator defense by secondary compounds in neotropical lepidoptera: facts, perspectives and caveats». Journal of Brazilian Chemical Society. 11: 551-561 
  6. a b Malcom, S. B. (1994). «Milkweeds, monarch butterflies and the ecological significance of cardenolides». Chemoecology. 5 (3): 101-117 
  7. Brower, L. P.; Ryerson, W. N.; Copinger, L. L.; Glazier, S. C. (1968). «Ecological Chemistry and the Palatability Spectrum». Science. 168 (3848): 1349-1350 
  8. Brower, L. P. (1969). «Ecological Chemistry». Sci. Am. 220: 22–29 
  9. Nishida, R. (2002). «Sequestration of defensive substances from plants by Lepidoptera». Annual Review of Entomology. 47 (1): 57–92 
  10. Opitz, S.; Müller, C. (2009). «Plant chemistry and insect sequestration». Chemoecology. 19 (3): 117-154 
  11. Boppré, 1990
  12. a b Pliske, T. E.; Eisner, T. (1969). «Sex pheromone of the queen butterfly: Biology». Biological Science. 164: 1170-1172 
  13. Boppré, M.; Petty, R. L.; Schneider, D.; Meinwald, J. (1978). «Behaviorally mediated contacts between scent organs: Another prerequisite for pheromone production in Danaus chrysippus males (lepidoptera)». Journal of Comparative Physiology. 126 (2): 97-103 
  14. Boppré, M.; Vane-Wright, R. I. (1989). «Androconial systems in Danainae (Lepidoptera): functional morphology of Amauris, Danaus, Tirumala and Euploea» (PDF). Zoological Journal of the Linnean Society. 97 (2): 101-133 
  15. Pliske, T. E. (1975). «Courtship Behavior of the Monarch Butterfly, Danaus plexippus L.». Annals of the Entomological Society of America. 68 (1): 143-151 
  16. a b c d e Smith, D. A.; Lushai, G.; Allen, J. A. (2005). «A classification of Danaus butterflies (Lepidoptera: Nymphalidae) based upon data from morphology and DNA». Zoological Journal of the Linnean Society. 144 (2): 191–212 
  17. Lushai, G.; et al. (2005). «The lesser wanderer butterfly, Danaus petilia (Stoll 1790) stat. rev. (Lepidoptera: Danainae), reinstated as a species». Australian Journal of Entomology. 44 (1): 6-14 
  18. Lushai, G.; et al. (2005). «The butterfly Danaus chrysippus (L.) in East Africa comprises polyphyletic, sympatric lineages that are, despite behavioural isolation, driven to hybridization by female-biased sex ratios». Biological Journal of the Linnean Society. 86 (1): 117-131 
  19. Baidya, S.; et al. (2018). «Occurrence of Interspecific Mating between Two Species of Danaus Kluk, 1780 (Lepidoptera: Nymphalidae) in Nature». Psyche. 2018 (Article ID 3059017, 5 pages) 
  20. Jiggins, F. M.; et al. (1999). «The butterfly Danaus chrysippus is infected by a male-killing Spiroplasma bacterium» (PDF). Parasitology. 120 (Pt 5(5)): 439-446 
  21. Harumoto, T.; et al. (2018). «Common and unique strategies of male killing evolved in two distinct Drosophila symbionts». Proc Biol Sci. 285 (1875) 

Ligações externas

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