Discussão:Sexualidade de Hans Christian Andersen

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Amores não correspondidos[editar código-fonte]

É muito difícil definir a sexualidade de Hans Christian Andersen. Andersen possuía um grande círculo de amizades, e é muito diferente comparar a amizade nos dias de hoje com a amizade na época em que Andersen viveu. De fato, o que se sabe é que ele tinha medo de ter algum tipo de relacionamento mais íntimo/sexual, mas era muito bom em fazer amigos [1]. Alguns autores defendem que Andersen apaixonou-se tanto por mulheres quanto por homens em sua vida adulta.[1], e há várias evidências para tais possibilidades.

Andersen frequentemente apaixonava-se por mulheres impossíveis de serem conquistadas e muitas de suas histórias podem ser interpretadas como referências às suas desilusões amorosas [2]. O mais famoso desses casos foi o com a cantora Jenny Lind. Uma de suas histórias, The Nightingale (O Rouxinol), foi uma expressão escrita de sua paixão por Lind, dando à cantora o apelido de Swedish Nightingale ("Rouxinol Sueco"). Andersen era sempre tímido perto de mulheres e tinha extrema dificuldade em se declarar para Lind. Quando Lind estava embarcando em um trem que iria levá-la a um concerto de ópera, Andersen entregou a ela uma carta de declaração amorosa. Porém, os sentimentos dele por ela não eram correspondidos; ela o via como um irmão, escrevendo para ele em 1844: "Adeus... que Deus abençoe e proteja meu irmão, são os sinceros votos de sua querida irmã, Jenny"[3].

Uma garota chamada Riborg Voigt foi o amor não correspondido da juventude de Andersen. Uma pequena bolsa de couro, contendo uma longa carta de Riborg, foi descoberta no peito de Andersen quando ele morreu. Em certo ponto, ele escreveu em seu diário: "Deus Todo Poderoso, meu sangue quer amor, assim como meu coração!"[4].

Outras decepções amorosas incluíram Sophie Ørsted, filha do físico Hans Christian Ørsted, e Louise Collin, a filha mais nova de seu benfeitor Jonas Collin.

Entretanto, existem alguns acadêmicos, como Jackie Wullschlager, que defendem que Andersen teria tido também amores não correspondidos por homens. [5] Dag Heede defende que as obras de Andersen podem ter uma leitura de uma perspectiva "homossexual".[6] Entretanto ressalva:

Se ele era ou não homosexual é basicamente ahistórico e se não errado, então formulado de forma imprecisa. A idéia de "homossexual" foi inventada primeiro em 1869 e ninguém durante a vida de Andersen pensou que seria necessário enquadrar Andersen nessa categoria particular, estigmatizante, moderna e misteriosa. É anacrônico considerar Andersen como o "homosexual" e quase tão errado quanto considerá-lo como "heterosexual" ou "bissexual".

Acredito que devemos ser cuidadosos ao usar classificações sexuais de épocas posteriores para categorizar os homens e as mulheres do tempo de Andersen. O que não é o mesmo que dizer que não é necessário investigar sua vida emocional e o significado do gênero e da sexualidade tanto em sua vida com em suas obras. Essa é uma necessidade, mas deve ser feito com cuidado e deve ouvir e estar aberto à realidade que a sexualidade e o gênero podem ser compreendidos e interpretados em categorias diferentes das existente em nosso hábito moderno e rígido de dividir a humanidade em umas caixas etiquetadas como "homosexual" e "heterosexual".[7]

De acordo com Centro Hans Christian Andersen:

É correto apontar elementos muito ambivalentes (e também muito traumáticos) na vida emocional de Andersen em relação à esfera sexual, mas é decididamente errado descrevê-lo como homossexual e defender que ele teve relações sexuais com homens. Ele não teve. De fato isso seria totalmente contrário à sua moral e seus ideais religiosos, aspectos que estão além do campo de visão de Wullschlager e semelhantes.[8]

Referências

Interessante, gostei! --Nice msg 06h10min de 1 de Agosto de 2008 (UTC)

Excelente. Penso que deve ser incluído no artigo.--Jmx (discussão) 21h20min de 1 de Agosto de 2008 (UTC)

Proposta de fusão[editar código-fonte]

Caro Tosqueira, gostei do seu texto (parabéns pelo trabalho!), mas fiquei com pena de deixar de fora a citação de Kierkegard, que por conhecer pessoalmente HCA é uma das fontes mais fiáveis para a interpretação da sua sexualidade. Para além disso, para equilibrar a secção de amores não correspondidos penso que a parte dedicada à sua atracção por homens também deve citar exemplos, pelo que recuperei o texto da en-wiki sobre Edvard Collin. Veja a minha proposta de fusão abaixo. Cordialmente.--Jmx (discussão) 17h27min de 3 de Agosto de 2008 (UTC)

A orientação sexual de Hans Christian Andersen foi desde cedo objecto de controvérsia em círculos académicos[1]. A discussão iniciou-se em 1901, com o artigo "Hans Christian Andersen: Evidence of his Homosexuality" de Carl Albert Hansen Fahlberg na revista de Magnus Hirschfeld, "Jahrbuch für sexuelle Zwischenstufe" (Anuário da Ambiguidade Sexual).

Actualmente não existe consenso em relação à sexualidade de Hans Christian Andersen, e é necessário interpretá-la à luz dos costumes sociais da segunda metade do século XIX, o que não é fácil. Andersen possuía um grande círculo de amizades e é muito diferente comparar "amizade" nos dias de hoje com "amizade" na época em que Andersen viveu. O que se sabe é que ele tinha medo de qualquer relacionamento mais íntimo/sexual, mas era muito bom a fazer amigos [2]. Alguns autores defendem que Andersen se apaixonou tanto por mulheres quanto por homens na sua vida adulta.[2], e há várias evidências para tais possibilidades.

De acordo com o Centro Hans Christian Andersen:

É correto apontar elementos muito ambivalentes (e também muito traumáticos) na vida emocional de Andersen em relação à esfera sexual, mas é decididamente errado descrevê-lo como homossexual e defender que ele teve relações sexuais com homens. Ele não teve. De fato isso seria totalmente contrário à sua moral e seus ideais religiosos[3]

Um seu contemporâneo e correspondente, Kierkegaard, referindo-se à sexualidade e espiritualidade de Andersen, apelida-o de andrógino, "como uma daquelas flores em que o masculino e o feminino coexistem no mesmo pé"[4].

Amores não correspondidos[editar código-fonte]

Andersen apaixonava-se frequentemente por mulheres impossíveis de serem conquistadas e muitas de suas histórias podem ser interpretadas como referências às suas desilusões amorosas [5]. O mais famoso desses casos foi o com a cantora Jenny Lind. Uma de suas histórias, The Nightingale (O Rouxinol), foi uma expressão escrita de sua paixão por Lind, dando à cantora o apelido de Swedish Nightingale ("Rouxinol Sueco"). Andersen era sempre tímido perto de mulheres e tinha extrema dificuldade em se declarar para Lind. Quando Lind estava embarcando em um trem que a iria levar a um concerto de ópera, Andersen entregou-lhe uma carta de declaração amorosa. Porém, os seus sentimentos por ela não eram correspondidos; ela via-o como um irmão, escrevendo para ele em 1844: "Adeus... que Deus abençoe e proteja meu irmão, são os sinceros votos de sua querida irmã, Jenny"[6]. Uma garota chamada Riborg Voigt foi o amor não correspondido da juventude de Andersen. Uma pequena bolsa de couro, contendo uma longa carta de Riborg, foi descoberta no peito de Andersen quando ele morreu. Em certo ponto, ele escreveu em seu diário: "Deus Todo Poderoso, meu sangue quer amor, assim como meu coração!"[7]. Outras decepções amorosas incluíram Sophie Ørsted, filha do físico Hans Christian Ørsted, e Louise Collin, a filha mais nova de seu benfeitor Jonas Collin.

Entretanto, existem alguns acadêmicos, como Jackie Wullschlager, que defendem que Andersen teria tido também amores não correspondidos por homens, [8], citando o caso de Edvard Collin, sobre quem Andersen teria observado no seu diário "Eu padeço por você como por uma linda garota da Calábria... meus sentimentos por você são aqueles de uma mulher. A feminilidade da minha natureza e nossa amizade devem permanecer um mistério." Edvard Collin, por sua vez, escreveu no seu diário "Fui incapaz de corresponder a tal amor, o que causou grande sofrimento ao autor". Outros casos documentados incluem o bailarino Harald Scharff, e um principe alemão da casa imperial.

Influência na obra[editar código-fonte]

Segundo Elias Bredsdorff, que nunca se referiu à sexualidade do autor, Andersen injectou detalhes da sua perturbada vida pessoal na sua obra, queixando-se mesmo que a tradução original para inglês pelos tradutores vitorianos teria adoçado e 'bowdlerizado' as suas histórias"[9][10].

Dag Heede, apesar de considerar errado apelidar o autor de homossexual, considera que as obras de Andersen podem ter uma leitura de uma perspectiva "homossexual".[11] Entretanto ressalva:

Se ele era ou não homossexual é basicamente ahistórico e se não errado, então formulado de forma imprecisa. A idéia de "homossexual" foi inventada primeiro em 1869 e ninguém durante a vida de Andersen pensou que seria necessário enquadrar Andersen nessa categoria particular, estigmatizante, moderna e misteriosa. É anacrônico considerar Andersen como o "homosexual" e quase tão errado quanto considerá-lo como "heterosexual" ou "bissexual".

Acredito que devemos ser cuidadosos ao usar classificações sexuais de épocas posteriores para categorizar os homens e as mulheres do tempo de Andersen. O que não é o mesmo que dizer que não é necessário investigar sua vida emocional e o significado do gênero e da sexualidade tanto em sua vida com em suas obras. Essa é uma necessidade, mas deve ser feito com cuidado e deve ouvir e estar aberto à realidade que a sexualidade e o gênero podem ser compreendidos e interpretados em categorias diferentes das existente em nosso hábito moderno e rígido de dividir a humanidade em umas caixas etiquetadas como "homosexual" e "heterosexual".[12]

Referências

  1. Dag Heede writes that "the ‘War About Hans Christian Andersen’s Sexuality’ ... has lasted over a century and ... is far from over." Heede, Dag. Hans Christian Andersen's (Homo) Sexuality. Danish Broadcasting Corporation. Página visitada em 2006-07-19.
  2. a b HEEDE, Dag. Hans Christian Andersen's (Homo) Sexuality. p.1 Danish Broadcasting Corporation. Página visitada em 2006-07-19
  3. Hans Christian Andersen – FAQ: Homosexuality. Site do Centro Hans Christian Andersen da Universidade do Sul da Dinamarca
  4. Soren Kirkegaard, "Af en endnu Levendes Papirer" (1838), (edição em inglês, "Early Polemical Writings", de 1990)
  5. HASTINGS, Waller. Hans Christian Andersen
  6. H.C. Andersen homepage (Danish)
  7. The Tales of Hans Christian Andersen
  8. http://www.guardian.co.uk/books/2000/nov/05/biography.booksforchildrenandteenagers ]
  9. Artigo no New York Times a propósito da morte de Elias Bredsdorff em 2002
  10. Artigo do Daily Telegraph on-line
  11. HEEDE, Dag. Hans Christian Andersen's (Homo) Sexuality. p.3
  12. HEEDE, Dag. Hans Christian Andersen's (Homo) Sexuality. p.2.

Fusão a Hans Christian Andersen[editar código-fonte]

Espero que, um dia, este verbete possa ser fundido ao supracitado, coisa que por ora não é possível devido ao consenso acertado. Especialmente por estar muito bem escrito. --tony :: jeff ¿ 23h11min de 31 de Agosto de 2008 (UTC)