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Edwin Landseer

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Edwin Landseer
Edwin Landseer
Nascimento 7 de março de 1802
Londres
Morte 1 de outubro de 1873 (71 anos)
Londres
Residência Londres
Sepultamento Catedral de São Paulo
Cidadania Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Etnia britânicos
Progenitores
  • John Landseer
  • Jane Potts
Irmão(ã)(s) Thomas Landseer, Jessica Landseer, Charles Landseer
Alma mater
Ocupação pintor, escultor, relator de parecer, aquafortista
Prêmios
  • Ordem do Mérito para as Artes e Ciência
Obras destacadas Monarch of the Glen, A Distinguished Member of the Humane Society, Laying Down the Law
Movimento estético Era vitoriana

Sir Edwin Henry Landseer, RA (7 de março de 1802, Londres1 de outubro de 1873) foi um pintor e escultor inglês, bastante conhecido por suas pinturas de animais — particularmente cavalos, cães e cervídeos. Entretanto, as obras mais conhecidas de Landseer são as esculturas: os leões da Trafalgar Square, em Londres.

Landseer foi uma espécie de menino prodígio cujos talentos artísticos foram precocemente reconhecidos; estudou com vários artistas, incluindo Benjamin Robert Haydon, um pintor muito conhecido e controverso que encorajou o jovem Landseer a realizar dissecações no intuito de compreender por completo a estrutura muscular e esquelética animal.[1]

Em 1815, quando ainda tinha 13 anos, Landseer já havia exibido suas obras na Academia Real Inglesa. Foi eleito um associado da Academia Real aos 24 anos, e cinco anos mais tarde, em 1831, tornou-se acadêmico. Em 1850, foi nomeado Cavaleiro, e apesar de ter sido eleito presidente da Academia Real, em 1866, Landseer recusou o convite.[1]

Landseer foi um personagem notável na arte inglesa do século XIX, e suas obras podem ser encontradas no Tate Britain, no Victoria and Albert Museum, na Kenwood House e na Coleção Wallace, em Londres. Ele também colaborou com seu colega pintor Frederick Richard Lee.[1]

Atualmente, acredita-se que, no fim de seus 30 anos, Landseer sofreu um colapso nervoso substancial e, pelo resto de sua vida, viveu episódios recorrentes de melancolia, hipocondria e depressão, muitas vezes agravados pelo uso de álcool e drogas.[2] Em julho de 1872, ele foi declarado louco por sua família.[1]

Em suas obras, Sir Edwin Henry Landseer retratava a anatomia animal com grande habilidade e, com isso, tendia a humanizar e sentimentalizar essas características para contar uma história sentimental ou mostrar uma moral.[3] Entre os trabalhos mais conhecidos trabalhos desta fase, estão The Chief Shepherd's Mourner (1837, V & A, Londres), Dignity e Impudence (1839, Tate, Londres) e The Monarch of the Glen (1850, Diageo plc).[1]

Alguns trabalhos de Landseer, porém, foram duramente criticados por mostrar crueldade aos animais. Diversas vezes, o autor visitou a Escócia e retratou cenas de caça aos veados.[1]

A obra "The Shrew Tamed", foi inscrita na Exposição da Academia Real de 1861 e causou controvérsia devido ao seu assunto. Ela mostra um grande cavalo ajoelhado entre palhas em um estábulo, enquanto uma jovem mulher aparece deitada com a cabeça apoiada em seus flancos, ligeiramente tocando sua cabeça com a mão. Os críticos da época ficaram incomodados com a representação de uma mulher aparentemente fraca dominando um animal poderoso.[4] Alguns concluíram que Landseer fazia referência à famosa cortesã Catherine Walters, então no auge de sua fama.[5]

O leão localizado na base da "Coluna de Nelson", na Trafalgar Square, em Londres, na Inglaterra.
O leão localizado na base da "Coluna de Nelson", na Trafalgar Square, em Londres, na Inglaterra

No ano de 1858, o governo inglês pediu para que Edwin Landseer fizesse quatro leões de bronze para a base da Coluna de Nelson, localizada na Trafalgar Square, em Londres, na Inglaterra. Landseer concordou em produzir as esculturas sob a condição de que não começasse a trabalhar antes dos nove meses seguintes. Houve, ainda, mais um atraso quando o artista pediu cópias de moldes de um leão real que ele sabia que estava na posse da academia em Turim.[4] Os moldes ficaram prontos depois de dois anos, em 1860, mostrando-se um trabalho bastante complexo. Os leões foram feitos no estúdio artístico de Carlo Marochetti,[6] localizado em Kensington. As esculturas foram instaladas na Trafalgar Square apenas em 1867.[7]

Edwin Landseer morreu de causas naturais no dia 1.º de outubro de 1873, aos 71 anos de idade. Sua morte foi muito lamentada na Inglaterra, onde lojas e casas abaixaram suas persianas, bandeiras foram posicionadas a meio mastro, seus leões de bronze na base da Coluna de Nelson foram enfeitados com grinaldas, e grandes multidões se alinharam nas ruas para ver o seu cortejo funerário passar.[8] Landseer foi enterrado na Catedral de St. Paul, em Londres.[1]

Em seu estúdio, o artista deixou três obras inacabadas, "Finding the Otter", "Nell Gwynne" e "The Dead Buck". Era de seu desejo que o amigo John Everett Millais finalizasse as pinturas, o que de fato aconteceu.[9]

Referências

  1. a b c d e f g Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Landseer, Sir Edwin Henry». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público) 
  2. Ormond, Richard. Monarch of the Glen: Landseer in the Highlands. [S.l.: s.n.] 125 páginas 
  3. «Edwin Henry Landseer (1802–1873) | Art UK». artuk.org (em inglês). Consultado em 24 de setembro de 2017 
  4. a b «Edwin Henry Landseer». Wikipedia (em inglês). 19 de julho de 2017 
  5. Blackwood's Edinburgh Magazine. [S.l.: s.n.] 1861. 211 páginas 
  6. Shepard, F. H. W. «"The Smith's Charity Estate: Charles James Freake and Onslow Square Gardens"». Survey of London: volume 41: Brompton. Institute of Historical Research 
  7. Mace, Rodney (1975). Trafalgar Square: Emblem of Empire. [S.l.: s.n.] pp. 107–8 
  8. Ormond, Richard (2005). The Monarch of the Glen: Landseer in the Highlands. [S.l.: s.n.] p. 135 
  9. Millais, John Guille (1899). Life and Letters of Sir John Everett Millais. [S.l.: s.n.] p. 47 

Leitura complementar

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  • Ormond, Richard. The Monarch of the Glen: Landseer in the Highlands. Edinburgh: National Galleries of Scotland, 2005.

Ligações externas

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