Ema de Oliveira

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Ema de Oliveira
Ema de Oliveira
Nascimento 2 de março de 1891
Braga
Morte 3 de setembro de 1951
Lisboa
Sepultamento Cemitério do Alto de São João
Cidadania Portugal
Ocupação atriz de teatro
Causa da morte insuficiência aórtica

Ema da Conceição Oliveira, mais conhecida por Ema de Oliveira (Braga, 2 de março de 1891Lisboa, 3 de setembro de 1951), foi uma atriz portuguesa.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ema de Oliveira e Julieta Soares na peça Novo mundo, no Teatro Éden (Illustração Portuguesa, 23 de outubro de 1916).

Nasceu em Braga, a 2 de março de 1891, filha de João Baptista Coelho e de Maria Firmina de Oliveira, naturais do Porto. Ainda jovem veio para Lisboa.[2][3]

Estreou-se profissionalmente em 1911, no Teatro da Rua dos Condes e fez-se notar pelo feitio popular e alegre que imprimia nos papéis que desempenhava e pela forma pessoal como dizia e cantava. Passou pouco depois para o Teatro Avenida, onde representou várias revistas, entre elas O 31, e sucessivamente por todos os teatros de revista e opereta de Lisboa e Porto. As suas "mulheres do Norte", com a caricatura da pronúncia e a graça que lhe era peculiar, fizeram de Ema de Oliveira a atriz mais famosa do seu género característico em Portugal, durante algum tempo.[3]

Outras peças de êxito do seu repertório foram Tic-tac, Pic-nic, Knock ou a vitória da medicina, Cabaz de morangos, Vinho novo, Vamos ao vira, Vista alegre/Revista Alegre, Espera de toiros, Boa nova, Novo mundo, País do sol, A rosa cantadeira e O disco voador, a sua última peça, em cena de junho a julho de 1950, no Maria Vitória e no Avenida. Foi integrante da Companhia António Macedo, Companhia Otelo de Carvalho, Teatro Novo, Companhia Hortense Luz, Companhia Eva Stachino, Empresa José Loureiro e Empresa Portuguesa de Espetáculos, Lda.[1]

O jornal A Capital, descreveu a atriz da seguinte forma, em 1920:

"Ema de Oliveira é uma artista de revista, a actriz-tipo para o genero. Os seus papeis são estudados minuciosamente, detalhados, objecto duma caracterisação e duma dição apropriada que denota da actriz não só amar a sua profissão, mas qualidades de inteligencia para apreciar. Tem mocidade, tem alegria. É popular. No seu metier podem-se-lhe citar já creações, tipos duma galeria de figuras populares, cromos vividos por um azougado temperamento. É uma artista modesta, melhor. Conhece o seu valor, não sair do seu meio e da sua graduação artistica é ainda uma qualidade de tacto e honestidade quasi rara, neste tempo em que as nulidades usam as letras garrafaes de estrelas. Depois, é uma optima colega para todos, franca e sincera. Grangeia amizades e admiradores. É justo o medalhão. São justas as palmas de hoje na sua festa."[4]

Doenças e intervenções cirúrgicas afastaram-na do teatro nos últimos anos, aparecendo de tempos a tempos. A atriz foi casada com Fernando Pereira, de quem se divorciou. É muitas vezes confundida com a atriz contemporânea do mesmo nome, Ema de Oliveira.[1][3]

Ema de Oliveira aos 30 anos (Illustração Portuguesa, 17 de setembro de 1921).

Ema de Oliveira foi também a principal responsável pela entrada de Beatriz Costa no teatro em 1923, por ter escrito um bilhete de apresentação ao administrador do Teatro Éden.[5]

Morte[editar | editar código-fonte]

Morreu na sua residência em Lisboa, segundo esquerdo do número 576 da Rua de São Bento, freguesia de São Mamede, a 3 de setembro de 1951, vitimada por insuficiência aórtica, aos 60 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa.[2][3]

Referências

  1. a b c «CETbase: Ficha de Ema de Oliveira». ww3.fl.ul.pt. CETbase: Teatro em Portugal 
  2. a b «Livro de registo de óbitos da 7.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (03-09-1951 a 31-12-1951)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 362, assento 721 
  3. a b c d «De Luto - Actriz Ema de Oliveira». Casa Comum - Fundação Mário Soares. Diário de Lisboa: 10. 3 de setembro de 1951 
  4. Sou, Fado (9 de julho de 2018). «Mulheres ilustres: Ema de Oliveira». Fabulásticas 
  5. Ribeiro, Pedro (14 de dezembro de 2015). «De Beatriz da Conceição a Beatriz Costa». ComUM 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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