Emílio Goeldi
Emílio Goeldi | |
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Émil August Goeldi, em sua mais célebre imagem | |
Nascimento | 28 de agosto de 1859 Ennetbühl, Suíça |
Morte | 5 de julho de 1917 (57 anos) Berna, Suíça |
Cidadania | suíça brasileira |
Ocupação | zoólogo |
Emílio Augusto Goeldi (var. Göldi, var. Émil August Goeldi) (Ennetbühl, 28 de agosto de 1859 — Berna, 5 de julho de 1917) foi um naturalista e zoólogo suíço-alemão. Ele estudou na Alemanha com Ernst Haeckel, e chegou ao Brasil em 1880 para trabalhar no Museu Nacional Brasileiro no Rio de Janeiro, indo posteriormente trabalhar no Museu Paraense (que posteriormente receberia o nome de Museu Paraense Emílio Goeldi) em Belém, atendendo um convite do governador do Pará Lauro Sodré, onde permaneceu de 1894 até 1907.[carece de fontes]
Durante o século XIX houve grande movimentação de naturalistas estrangeiros em solo brasileiro. Muitos deles voltaram para sua terra natal com amostras da fauna e flora brasileira, além de objetos indígenas.[carece de fontes]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Goeldi chegou ao Brasil com 21 anos, na capital do Império, e foi contratado pelo Museu Imperial, em 1884. Em 1885, foi nomeado subdiretor da Seção de Zoologia onde, durante cinco anos, desenvolveu estudos sobre répteis, insetos, aracnídeos, mamíferos e aves. Os estudos sobre zoologia agrícola também foram alvo de interesse de Goeldi que investigou as pragas que atacavam importantes regiões produtoras do Brasil, a exemplo das videiras paulistas e dos cafeeiros do Vale do Paraná.[1]
Atraído pela história da ciência, Goeldi elaborou amplo estudo sobre o assunto, a partir de minuciosa investigação de manuscritos, livros e acervos formados por naturalistas que percorreram o Brasil nos séculos XVIII e XIX. Como Goeldi, muitos pesquisadores estrangeiros se fixaram no Brasil. Porém, com a proclamação da república, o Museu Imperial foi transformado em Museu Nacional e passou por uma reforma administrativa que incluía um novo regulamento para o museu, nova tabela de vencimentos e a exigência de "ponto" para os naturalistas. Goeldi estava entre os cientistas que se desligaram do Museu, junto com Orvile Derby (1890), Fritz Müller, Hermann von Ihering e Wilhelm Schwacke (1891) e Carl Schreiner (1893).[1]
Sem renda para sustentar a família, Goeldi transferiu-se com a mulher, Adeline Meyer, e com o filho, Walther Eugen, para a terra do sogro na Serra dos Órgãos, o que lhe oportunizou a direção de um núcleo de imigrantes suíços na então Colônia Alpina (atual Teresópolis, no Rio de Janeiro). Esse projeto de colonização rendeu a Goeldi e ao sogro muitas intrigas e dívidas: ambos foram acusados de tirania, maus-tratos e exploração dos colonos. Essa passagem da vida de Goeldi foi "esquecida" graças à influência do sogro, Eugen Meyer - rico comerciante suíço radicado no Rio de Janeiro.[1]
Os descendentes de Emilio Goeldi, hoje residem em sua maioria na cidade de Taubaté - São Paulo- SP- Brasil - onde existe uma Instituição denominada Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi, Ponto de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, da qual uma das vertentes é o Projeto Goeldi, dirigido por sua bisneta : Lani Goeldi - Curadora de Arte e Gestora Cultural
Goeldi no Pará[editar | editar código-fonte]
Em 1893, Goeldi aceitou convite do governador do Pará, Lauro Sodré, para assumir a direção do Museu Paraense, que se encontrava em estado de abandono. Sua missão seria a de transformar aquele museu em um grande centro de pesquisa sobre a região amazônica. Assumindo o desafio, ele começou promovendo uma ampla mudança na estrutura do Museu, para enquadrá-lo às normas tradicionais de museus de História Natural, além de contratar uma equipe de cientistas e técnicos.[2]
Em 1895, criava-se o Parque Zoobotânico - mostra da fauna e flora regionais para educação e lazer da população - e, em 1896, começou a publicação do Boletim Científico, com boa repercussão.
Grande parte da Amazônia foi visitada, realizando-se intensivas coletas para formar as primeiras coleções zoológicas, botânicas, geológicas e etnográficas. Goeldi contratou o excelente pintor e profundo conhecedor do ambiente amazônico, Ernesto Lohse, que ilustrou o livro “Álbum de Aves Amazônicas”, com sublimes pranchas.
Integrando-se à luta nacional contra a Febre Amarela, Goeldi mobilizou o Museu para identificar as principais espécies de mosquitos da Amazônia, bem como o ciclo reprodutivo desses insetos. As pesquisas intensificaram-se a partir de 1902, quando se publicou, no Diário Oficial, um trabalho sobre profilaxia e combate à Febre Amarela, Malária e Filariose, antecedendo as recomendações que o médico Oswaldo Cruz faria quando esteve em Belém, em 1910.
Durante a gestão Goeldi, o Museu ganhou respeito internacional, por conta do desenvolvimento de pesquisas geográficas, geológicas, climatológicas, agrícolas, faunísticas, florísticas, arqueológicas, etnológicas e museológicas.
Em 1907, após 13 anos de atividades incessantes em Belém, Emílio Goeldi retirou-se, doente, para a Suíça, onde veio a falecer aos 58 anos.
Em sua homenagem, o Museu que ele dirigiu, em Belém, em 1901 passou a se chamar "Museu Paraense Emílio Goeldi". [3]
Referências
- ↑ a b c Revista História Viva, nº 18, pgs. 82-85. Editora Duetto. Abril de 2005.
- ↑ Suíços do Brasil Arquivado em 24 de novembro de 2011, no Wayback Machine. Site acessado em 25 de abril de 2011.
- ↑ [1] Site acessado em 23 de outubro de 2017.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Nascidos em 1859
- Mortos em 1917
- Brasileiros de ascendência suíça
- Cidadãos naturalizados do Brasil
- Cientistas do Brasil
- Cientistas da Suíça
- Entomólogos do Brasil
- Pessoas relacionadas ao Museu Goeldi
- Pesquisadores do Brasil
- Pessoas com dupla nacionalidade
- Suíços expatriados no Brasil
- Zoólogos do Brasil
- Zoólogos da Suíça
- Divulgação científica no Brasil