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Uso da palavra americano(a): diferenças entre revisões

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Uso como gentílico dos EUA: O texto se encontrava altamente tendencioso, nitidamente demonstrando aversão às críticas, e foi alterado visando maior neutralidade.
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* relativo aos [[Estados Unidos da América]].
* relativo aos [[Estados Unidos da América]].


A palavra é derivada de "[[América]]", um termo utilizado pela primeira vez em 1507 pelo cartógrafo alemão Martin Waldseemüller, em referência a uma área atualmente correspondente ao Brasil, e que passou a ser utilizada a partir do século XVI como o nome do continente conhecido como "Novo Mundo" após seu descobrimento por europeus.<ref> "America." The Oxford Companion to the English Language (ISBN 0-19-214183-X). McArthur, Tom, ed., 1992. New York: Oxford University Press, p. 33.</ref>
A palavra é derivada de "[[América]]", um termo que denota o continente americano, e que também é usado como abreviação de Estados Unidos da América, de onde veio a segunda acepção<ref name="rae">[http://buscon.rae.es/dpdI/SrvltConsulta?lema=Estados Dicionário pan-hispânico de dúvidas da Real Academia Espanhola]</ref>.


== Uso como gentílico dos EUA ==
== Uso como gentílico dos EUA ==
A palavra tem sido usada como gentílico dos [[Estados Unidos da América]] desde [[1776]], e é atualmente empregada pela [[ONU]] com esse sentido.
Primeiramente em países anglófonos, "América" passou a ser utilizada como abreviação de Estados Unidos da América<ref name="rae">[http://buscon.rae.es/dpdI/SrvltConsulta?lema=Estados Dicionário pan-hispânico de dúvidas da Real Academia Espanhola]</ref>. "Americano" começou a ser utilizado como gentílico dos [[Estados Unidos da América]] em [[1776]], sendo atualmente empregada pela [[ONU]] com esse sentido.


Nos países de língua inglesa, ''American'' é usado exclusivamente como [[gentílico]] dos EUA, a não ser que venha acompanhado de um [[modificador]] (como em ''Latin American''). Além disso, ''America'' usualmente denota somente os [[Estados Unidos]], sendo ''Americas'' reservado para denotar todo o continente (sendo que nos EUA a América costuma ser dividida em [[América do Norte|do Norte]] e [[América do Sul|do Sul]]). Cognatos de "americano" são usados como gentílico dos EUA na maioria dos outros idiomas, incluindo o [[francês]], o [[russo]] e o [[alemão]]. (Neste último, também a palavra ''Amerika'' é usada da mesma maneira que em inglês.)
Nos países de língua inglesa, ''American'' é usado exclusivamente como [[gentílico]] dos EUA, a não ser que venha acompanhado de um [[modificador]] (como em ''Latin American''). Além disso, ''America'' usualmente denota somente os [[Estados Unidos]], sendo ''Americas'' reservado para denotar todo o continente (sendo que, nos EUA, a América costuma ser dividida em [[América do Norte|do Norte]] e [[América do Sul|do Sul]]). Cognatos de "americano" são usados como gentílico dos EUA em muitos idiomas, incluindo o [[francês]], o [[russo]] e o [[alemão]]. (Neste último, também a palavra ''Amerika'' é usada da mesma maneira que em inglês.)


No [[espanhol]], esse uso da palavra "americano" é por vezes questionado, tendo sido desaconselhado pela [[Real Academia Espanhola]]<ref name="rae" />.
No [[espanhol]], esse uso da palavra "americano" é questionado, tendo sido desaconselhado pela [[Real Academia Espanhola]]<ref name="rae" />. A palavra preferida e majoritária no espanhol da América Latina é ''estadounidense''.


Em [[português]], críticos alegam a ambiguidade da palavra e preferem usá-la somente na sua acepção relativa ao [[continente americano]], propondo termos alternativos para a referência específica aos [[Estados Unidos da América]]. Outros gentílicos ambíguos como ''mineiro'' ou ''sul-africano'', não suscitam aos críticos a mesma controvérsia que ''americano''{{Carece de fontes}}.
Em [[português]], críticos alegam a ambiguidade da palavra e preferem usá-la somente na sua acepção relativa ao [[continente americano]], propondo termos alternativos para a referência específica aos [[Estados Unidos da América]]. Nos [[Lusofonia|países lusófonos]], grande parte da população (além das empresas de [[comunicação social]] como [[jornal|jornais]], [[editora|editoras]], [[televisão|TV]], etc.) usa ''americano'' ou ''norte-americano'' como gentílico dos [[Estados Unidos]]. A palavra ''estadunidense'', nos [[Lusofobia|países lusófonos]], tem menor adoção.


== Gentílicos alternativos ==
Nos [[Lusofonia|países lusófonos]], grande parte da população (além das empresas de [[comunicação social]] como [[jornal|jornais]], [[editora|editoras]], [[televisão|TV]], etc.) usa ''americano'' ou ''norte-americano'' como gentílico dos [[Estados Unidos]]. O uso da palavra ''estadunidense'', nos [[Lusofobia|países lusófonos]], está geralmente relacionado com manifestações de [[antiamericanismo]]{{Carece de fontes}}.

=== Gentílicos alternativos ===
* '''Norte-americano''' é utilizado tanto no [[Brasil]] quanto em [[Portugal]] para se referir aos cidadãos dos [[Estados Unidos]], em alternativa a ''americano'', assim como ''norteamericano'' em [[espanhol]]. Este termo também é constestado por alguns críticos alegando a sua imprecisão, nesse caso por seu uso paralelo para referir-se a cidadãos da [[América do Norte]] em geral (que inclui o [[México]], [[Canadá]] e [[Groenlândia]], além dos [[Estados Unidos da América]]). Em Portugal, esse termo é pouco utilizado na linguagem corrente, mas é o termo habitualmente utilizado pela imprensa.
* '''Norte-americano''' é utilizado tanto no [[Brasil]] quanto em [[Portugal]] para se referir aos cidadãos dos [[Estados Unidos]], em alternativa a ''americano'', assim como ''norteamericano'' em [[espanhol]]. Este termo também é constestado por alguns críticos alegando a sua imprecisão, nesse caso por seu uso paralelo para referir-se a cidadãos da [[América do Norte]] em geral (que inclui o [[México]], [[Canadá]] e [[Groenlândia]], além dos [[Estados Unidos da América]]). Em Portugal, esse termo é pouco utilizado na linguagem corrente, mas é o termo habitualmente utilizado pela imprensa.
* '''Ianque (''Yankee'')''' é termo originalmente utilizado para designar os habitantes da [[Nova Inglaterra]] no nordeste do pais e que se popularizou na [[Guerra de Secessão]] ([[1861]]-[[1865]]) quando foi utilizado pelos [[Exército dos Estados Confederados|confederados]] para designar os [[União (Guerra Civil Americana)|unionistas]].
* '''Ianque (''Yankee'')''' é termo originalmente utilizado para designar os habitantes da [[Nova Inglaterra]] no nordeste do país e que se popularizou na [[Guerra de Secessão]] ([[1861]]-[[1865]]) quando foi utilizado pelos [[Exército dos Estados Confederados|confederados]] para designar os [[União (Guerra Civil Americana)|unionistas]].
* '''Estado-unidense''' é uma forma registrada em [[Portugal]] e no [[Brasil]], sendo '''estadunidense''' uma variante usada apenas no Brasil. (Em [[espanhol]] grafa-se ''estadounidense''.) O termo é usado por uma minoria dos jornalistas, enciclopédias e livros de Geografia brasileiros e não é utilizado na linguagem corrente, nem em Portugal, nem no Brasil.
* '''Estado-unidense''' é uma forma registrada em [[Portugal]] e no [[Brasil]], sendo '''estadunidense''' uma variante usada no Brasil. (Em [[espanhol]] grafa-se ''estadounidense''.) O termo é usado por poucos jornalistas, enciclopédias e livros de geografia e não é comumente utilizado na linguagem corrente, nem em Portugal, nem no Brasil.


Alguns defensores do termo ''americano'' consideram a recomendação do termo ''estadunidense'' ambígua, uma vez que a expressão ''Estados Unidos'' refere-se não ao nome em si do país, mas apenas à sua forma de organização político-administrativa, a partir da qual não são feitos os [[gentílico]]s dos demais [[país]]es ou áreas geográficas. Repare-se mesmo que o padrão para nomes de países que tenham "Estados Unidos" no seu nome oficial [[México|Estados Unidos Mexicanos]], [[Brasil#Etimologia|Estados Unidos do Brasil]], e [[Estados Unidos da Colômbia]] é a construção do gentílico com base apenas no último termo — resultando em ''[[mexicano]], [[brasileiro]]'', e ''[[colombiano]]'', respectivamente — e não com base em "Estados Unidos", com a qual seriam todos igualmente ''estadunidenses''.
Alguns defensores do termo ''americano'' consideram a recomendação do termo ''estadunidense'' ambígua, uma vez que a expressão ''Estados Unidos'' refere-se apenas à forma de organização político-administrativa do país, a partir da qual não são construídos os [[gentílico]]s dos demais [[país]]es ou áreas geográficas. Nota-se que o padrão para nomes de países que tenham, ou já tiveram, "Estados Unidos" no seu nome oficial ([[México|Estados Unidos Mexicanos]], ou os antigos [[Brasil#Etimologia|Estados Unidos do Brasil]] e [[Estados Unidos da Colômbia]]) é a construção do gentílico com base apenas no último termo — resultando em ''[[mexicano]], [[brasileiro]]'', e ''[[colombiano]]'', respectivamente —, e não com base em "Estados Unidos", com a qual seriam todos igualmente ''estadunidenses''. Porém, o termo utilizado para se referir aos habitantes dos Estados Unidos da América é ''estadounidense'' também nos Estados Unidos Mexicanos, onde, apesar disso, não é considerado ambíguo.


Uma diferença é que os termos ''mexicano'' e ''colombiano'' não têm qualquer duplicidade de significado, ao contrário de ''americano''. Contudo, os oponentes da recomendação do termo ''estadunidense'' alegam que essa duplicidade de significado existe em muitos mais casos um pouco por todo mundo, não tendo havido necessidade de se criarem novos gentílicos. A título de exemplo, repare-se que, por exemplo, ''sul-africano'' tanto pode designar um habitante da [[República da África do Sul]] como um habitante da [[África Austral|região sul de África]] e ''europeu'' tanto pode ser alguém com cidadania da [[União Europeia]] como um habitante do [[Europa|continente europeu]]. Esta duplicidade de nomes de locais também acontece no próprio Brasil, sendo exemplo o fato de que os habitantes da cidade de São Paulo são nomeados paulistanos (ao invés de, por exemplo, citadinos em alusão ao termo cidade anteposto ao nome São Paulo), ainda que a raiz do adjetivo gentílico possa gerar alguma confusão com os nativos do estado de São Paulo.
Uma diferença proposta é que os termos ''mexicano'' e ''colombiano'' não têm qualquer duplicidade de significado, ao contrário de ''americano''. Contudo, os oponentes da recomendação do termo ''estadunidense'' alegam que essa duplicidade de significado existe em outros casos ao redor do mundo. Por exemplo, ''sul-africano'' tanto pode designar um habitante da [[República da África do Sul]] como um habitante da [[África Austral|região sul de África]] e ''europeu'' tanto pode ser alguém com cidadania da [[União Europeia]] como um habitante do [[Europa|continente europeu]]. Essa duplicidade de nomes de locais também acontece no Brasil, como nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, onde a ambiguidade é entretanto evitada com os habitantes de suas respectivas capitais homônimas sendo nomeados, respectivamente, ''paulistanos'' e ''cariocas'', enquanto os nativos de outros lugares desses estados são denominados ''paulistas'' e ''fluminenses''.


'''[[Ianque]]''' (''Yankee'', em inglês) também pode ser utilizado como gentílico, embora em inglês tenha sido historicamente utilizado para descrever somente cidadãos dos Estados Unidos originários da [[Nova Inglaterra]]. A palavra vem de "''iank''", corruptela de uma palavra de origem indígena para designar o homem branco. Na [[América Latina]], ''ianque'' é comumente utilizado com conotação pejorativa ou jocosa.
[[Ianque]] (''Yankee'', em inglês), apesar de apontado como possível gentílico alternativo, foi historicamente utilizado em inglês para descrever somente cidadãos dos Estados Unidos originários da [[Nova Inglaterra]]. A palavra vem de "''iank''", corruptela de uma palavra de origem indígena para designar o homem branco. Na [[América Latina]], ''ianque'' é comumente utilizado com conotação pejorativa ou jocosa.


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Revisão das 18h40min de 2 de novembro de 2016

Mapa-múndi com a localização da América em destaque.
Mapa-mundi com a localização dos Estados Unidos da América em destaque.

A palavra americano/a em português pode significar:

A palavra é derivada de "América", um termo utilizado pela primeira vez em 1507 pelo cartógrafo alemão Martin Waldseemüller, em referência a uma área atualmente correspondente ao Brasil, e que passou a ser utilizada a partir do século XVI como o nome do continente conhecido como "Novo Mundo" após seu descobrimento por europeus.[1]

Uso como gentílico dos EUA

Primeiramente em países anglófonos, "América" passou a ser utilizada como abreviação de Estados Unidos da América[2]. "Americano" começou a ser utilizado como gentílico dos Estados Unidos da América em 1776, sendo atualmente empregada pela ONU com esse sentido.

Nos países de língua inglesa, American é usado exclusivamente como gentílico dos EUA, a não ser que venha acompanhado de um modificador (como em Latin American). Além disso, America usualmente denota somente os Estados Unidos, sendo Americas reservado para denotar todo o continente (sendo que, nos EUA, a América costuma ser dividida em do Norte e do Sul). Cognatos de "americano" são usados como gentílico dos EUA em muitos idiomas, incluindo o francês, o russo e o alemão. (Neste último, também a palavra Amerika é usada da mesma maneira que em inglês.)

No espanhol, esse uso da palavra "americano" é questionado, tendo sido desaconselhado pela Real Academia Espanhola[2]. A palavra preferida e majoritária no espanhol da América Latina é estadounidense.

Em português, críticos alegam a ambiguidade da palavra e preferem usá-la somente na sua acepção relativa ao continente americano, propondo termos alternativos para a referência específica aos Estados Unidos da América. Nos países lusófonos, grande parte da população (além das empresas de comunicação social como jornais, editoras, TV, etc.) usa americano ou norte-americano como gentílico dos Estados Unidos. A palavra estadunidense, nos países lusófonos, tem menor adoção.

Gentílicos alternativos

  • Norte-americano é utilizado tanto no Brasil quanto em Portugal para se referir aos cidadãos dos Estados Unidos, em alternativa a americano, assim como norteamericano em espanhol. Este termo também é constestado por alguns críticos alegando a sua imprecisão, nesse caso por seu uso paralelo para referir-se a cidadãos da América do Norte em geral (que inclui o México, Canadá e Groenlândia, além dos Estados Unidos da América). Em Portugal, esse termo é pouco utilizado na linguagem corrente, mas é o termo habitualmente utilizado pela imprensa.
  • Ianque (Yankee) é termo originalmente utilizado para designar os habitantes da Nova Inglaterra no nordeste do país e que se popularizou na Guerra de Secessão (1861-1865) quando foi utilizado pelos confederados para designar os unionistas.
  • Estado-unidense é uma forma registrada em Portugal e no Brasil, sendo estadunidense uma variante usada no Brasil. (Em espanhol grafa-se estadounidense.) O termo é usado por poucos jornalistas, enciclopédias e livros de geografia e não é comumente utilizado na linguagem corrente, nem em Portugal, nem no Brasil.

Alguns defensores do termo americano consideram a recomendação do termo estadunidense ambígua, uma vez que a expressão Estados Unidos refere-se apenas à forma de organização político-administrativa do país, a partir da qual não são construídos os gentílicos dos demais países ou áreas geográficas. Nota-se que o padrão para nomes de países que tenham, ou já tiveram, "Estados Unidos" no seu nome oficial (Estados Unidos Mexicanos, ou os antigos Estados Unidos do Brasil e Estados Unidos da Colômbia) é a construção do gentílico com base apenas no último termo — resultando em mexicano, brasileiro, e colombiano, respectivamente —, e não com base em "Estados Unidos", com a qual seriam todos igualmente estadunidenses. Porém, o termo utilizado para se referir aos habitantes dos Estados Unidos da América é estadounidense também nos Estados Unidos Mexicanos, onde, apesar disso, não é considerado ambíguo.

Uma diferença proposta é que os termos mexicano e colombiano não têm qualquer duplicidade de significado, ao contrário de americano. Contudo, os oponentes da recomendação do termo estadunidense alegam que essa duplicidade de significado existe em outros casos ao redor do mundo. Por exemplo, sul-africano tanto pode designar um habitante da República da África do Sul como um habitante da região sul de África e europeu tanto pode ser alguém com cidadania da União Europeia como um habitante do continente europeu. Essa duplicidade de nomes de locais também acontece no Brasil, como nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, onde a ambiguidade é entretanto evitada com os habitantes de suas respectivas capitais homônimas sendo nomeados, respectivamente, paulistanos e cariocas, enquanto os nativos de outros lugares desses estados são denominados paulistas e fluminenses.

Ianque (Yankee, em inglês), apesar de apontado como possível gentílico alternativo, foi historicamente utilizado em inglês para descrever somente cidadãos dos Estados Unidos originários da Nova Inglaterra. A palavra vem de "iank", corruptela de uma palavra de origem indígena para designar o homem branco. Na América Latina, ianque é comumente utilizado com conotação pejorativa ou jocosa.

Referências

  1. "America." The Oxford Companion to the English Language (ISBN 0-19-214183-X). McArthur, Tom, ed., 1992. New York: Oxford University Press, p. 33.
  2. a b Dicionário pan-hispânico de dúvidas da Real Academia Espanhola