José Maria da Silva Paranhos Júnior: diferenças entre revisões

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Recebeu o título de Barão do Rio-Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o nome "Rio-Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos o ''Visconde do Rio Branco''.
Recebeu o título de Barão do Rio-Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o nome "Rio-Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos o ''Visconde do Rio Branco''.
==As questões internacionais==
==As questões internacionais==
Sua maior contribuição ao país foi a conquista de três importantes territórios através da diplomacia.
[[Imagem:Brazil states1889.png|thumb|300px|right|<center>O território brasileiro no início da república<center>]]Sua maior contribuição ao país foi a conquista de três importantes territórios através da diplomacia.
===Amapá===
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Obteve uma vitória sobre a [[França]] sobre a fronteira do [[Amapá]] com a [[Guiana Francesa]], causa ganha pelo [[Brasil]] em 1900 em uma arbitragem do governo [[Suíça|suiço]].
Obteve uma vitória sobre a [[França]] sobre a fronteira do [[Amapá]] com a [[Guiana Francesa]], causa ganha pelo [[Brasil]] em 1900 em uma arbitragem do governo [[Suíça|suiço]].

Revisão das 03h30min de 9 de outubro de 2007

Barão do Rio Branco

José Maria da Silva Paranhos Júnior (Rio de Janeiro, 20 de abril de 1845 – Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1912) filho do Visconde do Rio Branco foi um diplomata, ministro e historiador brasileiro conhecido como o Barão do Rio Branco.

Vida adiantada:

Iniciou-se nas Letras em 1863, nas paginas da Revista Popular, com uma biografia do comandante da Imperatriz. Posteriormente, em 1866, na revista L'Illustration, desenhou e escreveu sobre a Guerra da Tríplice Aliança, defendendo o ponto de vista do Brasil.

Entre 1868 e 1869, substituiu Joaquim Manuel de Macedo como professor na cadeira de Corografia e Historia do Brasil, no Colégio Pedro II.

A diplomacia

Iniciou-se na carreira política como promotor e deputado, dedicando-se às atividades diplomáticas, ainda no Império. Em 1871 foi redator no periodico A Nação, tendo colaborado a partir de 1891 no Jornal do Brasil.

Armas do
Barão do Rio Branco

Cônsul-geral em Liverpool a partir de 1876, foi ministro creditado na Alemanha em 1900, assumindo o Ministério das Relações Exteriores entre 1902 até sua morte, em 1912. Ocupou o cargo ao longo do mandato de quatro presidentes da república - ver governos de Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca - configurando-se uma unanimidade nacional em sua época.

Recebeu o título de Barão do Rio-Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o nome "Rio-Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos o Visconde do Rio Branco.

As questões internacionais

O território brasileiro no início da república

Sua maior contribuição ao país foi a conquista de três importantes territórios através da diplomacia.

Amapá

Obteve uma vitória sobre a França sobre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, causa ganha pelo Brasil em 1900 em uma arbitragem do governo suiço.

Palmas

Em 1895, havia já conseguido assegurar para o Brasil boa parte do território dos estados de Santa Catarina e Paraná, em litígio contra a Argentina no que ficou conhecido como a questão de Palmas. Essa primeira arbitragem foi decidida pelo presidente norte-americano Grover Cleveland, e teve como opositor pelo lado da Argentina Estanislau Zeballos, que mais tarde se tornou ministro do exterior argentino e durante muito tempo acusou Rio Branco de perseguir uma política imperialista.

Acre

Foi o prestígio obtido nesses dois casos que fez com que Rodrigues Alves escolhesse Paranhos para o posto máximo da diplomacia em 1902, quando o Brasil estava justamente envolvido em uma questão de fronteiras, desta vez com a Bolívia.

Esta tentava arrendar uma parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano. A terra não era reclamada pelo Brasil, mas era ocupada quase que integralmente por colonos brasileiros, que resistiam às tentativas bolivianas de expulsá-los.

Em 1903, assinou com a Bolívia o tratado de Petrópolis, pondo fim ao conflito dos dois países em relação ao território do Acre, que passou a pertencer ao Brasil mediante compensação econômica e pequenas concessões territoriais. Esta é a mais conhecida obra diplomática de Rio Branco, cujo nome foi dado à capital daquele território (hoje estado).

Outros sucessos e reconhecimento

Negociou com o Uruguai o condomínio sobre o Rio Jaguarão e a Lagoa Mirim, essencialmente uma concessão voluntária do Brasil a um vizinho que necessitava daqueles canais. Por essa razão, foi homenageado pelo governo do Uruguai, sendo conferido seu nome à antiga Pueblo Artigas, hoje cidade de Rio Branco, no departamento de Cerro Largo, vizinha da brasileira Jaguarão.

Em 1909, seu nome foi sugerido para a sucessão presidencial do ano seguinte. Rio Branco preferiu declinar de qualquer candidatura que não fosse de unanimidade nacional.

Foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1907-1912) e escreveu dois livros.

Últimos dias

Sofrendo de problemas renais pediu demissão de seu cargo o que foi negado pelo presidente Hermes da Fonseca.

Em seus últimos instantes de vida, lamentou o bombardeio a cidade de Salvador motivado por uma crise política e ocorrido em 10 de janeiro de 1912.

Sua morte, durante o carnaval de 1912, alterou o calendário da festa popular naquele ano, dado o luto oficial e as intensas homenagens que lhe renderam na cidade do Rio de Janeiro.

"Morreu ontem o Barão do Rio Branco. Há dias a sua vida era a agonia prolongada pelos recursos da ciência. A cidade, os estados, o país inteiro, as nações vizinhas, a América, o mundo indagavam anciosa da saúde do grande homem. E o grande homem caíra para não se levantar. Fora com um imenso soble, que resistindo anos e anos ao vendaval e a interperie, dominando a vida, de repente estala e cai. Dizer do Barão do Rio Branco uma rápida impressão de dor, de luto, de lágrimas, quando o país inteiro soluça é bem difícil. E sua obra foi enorme e grandiosa. Ele teve duas vidas: a do jornalista de talento que se fez cônsul e a do cônsul que se transformou no maior dos brasileiros pelo seu desinteressado amor à pátria, e no maior dos diplomatas contemporâneos pelo seu alto espírito, pela alta compreensão da função que exercia. Ele foi o dilatador do Brasil alargando-o e aumentando-o em terras, graças ao seu engenho, sem um leve ataque à justiça e ao seu direito. (...)" Gazeta de Notícias, 11 de fevereiro de 1912.

Por ajudar na consolidação do território nacional sempre buscando soluções pacíficas para os conflitos com os vizinhos do Brasil o Barão do Rio Branco é considerado o patrono da diplomacia brasileira.

Representações na cultura

O Barão do Rio Branco já foi retratado como personagem no cinema, interpretado por J. Silveira no filme "A Vida do Barão do Rio Branco" (1912). Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 5 (cinco cruzeiros) de 1950, nas de Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) de 1978 - por este fato, durante alguns anos a gíria popular brasileira incorporou o termo "barão" como sinônimo de "mil" - e cunhado no verso das moedas de 50 centavos em circulação atualmente no Brasil.

Academia Brasileira de Letras

Foi o segundo ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 1 de outubro de 1898, na sucessão de Pereira da Silva.

Precedido por
Pereira da Silva
Cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras
1898 - 1912
Sucedido por
Lauro Müller


LINS, Alvaro. Rio Branco (O Barão do Rio Branco): biografia pessoal e história política. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1996. 516p.

Áudio

[[:Ficheiro:|Discurso do Barão do Rio Branco (1845–1912) em 20 de abril de 1909 (0:49min)]]
[[Ficheiro:|220px|noicon|alt=]]

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