O Estrangeiro (livro): diferenças entre revisões

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Em [[Cavaleiros do Zodíaco]], o cavaleiro de ouro [[Camus de Aquário]], foi criado como uma alusão à Albert Camus. Os ensinamentos dados a [[Hyoga de Cisne]] e a [[Isaak de Kraken]] são muito parecidos com os pensamentos de Albert Camus.
Em [[Cavaleiros do Zodíaco]], o cavaleiro de ouro [[Camus de Aquário]], foi criado como uma alusão à Albert Camus. Os ensinamentos dados a [[Hyoga de Cisne]] e a [[Isaak de Kraken]] são muito parecidos com os pensamentos de Albert Camus.


No [[cinema]], o romance inspirou o [[filme]] ''Lo Straniero'' ([[1967]]), dirigido por [[Luchino Visconti]] e ''Yazgi'' ([[2001]]), dirigido por Zeki Demirkubuz. Ele também inspirou o filme dos [[Irmãos Coen]] [[The Man Who Wasn't There]].
No [[cinema]], o romance inspirou o [[filme]] ''Lo Straniero'' ([[1967]]), dirigido por [[Luchino Visconti]] e ''Yazgi'' ([[2001]]), dirigido por Zeki Demirkubuz. Ele também inspirou o filme dos [[Irmãos Coen]] ''[[The Man Who Wasn't There]]''.


Na música popular, inspirou a [[canção]] do [[The Cure]] ''Killing an Arab'' e há rumores, não confirmados por seus autores, de que tenha inspirado também a canção ''[[Bohemian Rhapsody]]'' do [[Queen]].
Na música popular, inspirou a [[canção]] do [[The Cure]] ''Killing an Arab'' e há rumores, não confirmados por seus autores, de que tenha inspirado também a canção ''[[Bohemian Rhapsody]]'' do [[Queen]].

Revisão das 23h27min de 18 de outubro de 2010

L'étranger, (em português, O estrangeiro) (1942) é o mais famoso romance de Albert Camus. Faz parte do "ciclo do absurdo" de Camus, trilogia composta de um romance (L'Étranger), um ensaio (Le Mythe de Sisyphe - O mito de Sísifo) e de uma peça de teatro (Caligula) que descrevem o aspecto fundamental de sua filosofia : o absurdo. O romance foi traduzido em quarenta línguas e uma adaptação cinematográfica foi realizada por Luchino Visconti em 1967.

Enredo

Predefinição:Revelações sobre o enredo

O romance conta a história de um narrador personagem, Meursault, um homem vivente que então comete um assassinato e é julgado por esse ato. A ação desenrola-se na Argélia na época em que ainda era colônia francesa, país onde Camus viveu grande parte da sua vida.

A narrativa começa com o recebimento de um telegrama por Mersault, o protagonista, comunicando o falecimento de sua mãe, que seria enterrada no dia seguinte. Ele viaja então ao asilo onde ela morava e comparece à cerimônia fúnebre, sem, no entanto, expressar quaisquer emoções, não sendo praticamente afetado pelo acontecimento. O romance prossegue, documentando os acontecimentos seguintes na vida de Meursault que forma uma amizade com um dos seus vizinhos, Raymond Sintès, um conhecido proxeneta. Ele ajuda Raymond a livrar-se de uma de suas amantes árabes. Mais tarde, os dois se confrontam com o irmão da mulher ("o árabe") em uma praia e Raymond sai ferido depois de uma briga com facas. Depois disso, Meursault volta à praia e, em um delírio induzido pelo calor e pela luz forte do sol, atira uma vez no árabe causando sua morte e depois dá mais quatro tiros no corpo já morto.

Durante o julgamento a acusação concentra-se no fato de Meursault não conseguir ou não ter vontade de chorar no funeral da sua mãe. O homicídio do árabe é aparentemente menos importante do que o fato de Meursault ser ou não capaz de sentir remorsos; o argumento é que, se Meursault é incapaz de sentir remorsos, deve ser considerado um misantropo perigoso e consequentemente executado para prevenir que repita os seus crimes, tornando-o também num exemplo.

Quando o romance chega ao final, Meursault encontra o capelão da prisão e fica irritado com sua insistência para que ele se volte a Deus. A história chega ao fim com Meursault reconhecendo a indiferença do universo em relação à humanidade. As linhas finais ecoam essa idéia que ele agora toma como verdadeira:

Contexto da história e filosofia

Albert Camus, como Meursault, era um pied-noir (literalmente pé negro); um francês que vivia no Magreb, o crescente setentrional da África às margens do Mar Mediterrâneo, a região que abrigava as colônias francesas. Isso explica parcialmente a reação da corte, mais preocupada com a atitude de Meursault no enterro de sua mãe, do que com o próprio crime cometido, o assassinato de um árabe.

O estrangeiro é normalmente classificado como um romance existencial. Como, no entanto, Camus rejeitou essa classificação, é mais correto afirmar que o romance se insere na teoria do absurdo de Camus, assim como os outros livros da "trilogia do absurdo". Muitos leitores acreditam que Meursault vive pelas idéias dos existencialistas, principalmente após sua tomada de consciência final. No entanto, na primeira metade do romance, Meursault é claramente um indivíduo inconsequente e destituído de objetivo. Ele é movido somente pelas experiências sensoriais (o cortejo fúnebre, nadar na praia, o sexo com Marie, etc.).

Apesar de rejeitar o rótulo de existencialista, Camus foi influenciado, ao escrever o romance, pelas idéias de Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger. Camus e Sartre em particular haviam se envolvido na resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foram amigos até que diferenças em posições políticas os levaram ao rompimento.

No limite, Camus apresenta o mundo como essencialmente sem sentido e assim, a única forma de chegar a um significado ou propósito é criar um por si mesmo. Assim, é o indivíduo e não o ato que dá significação a um dado contexto. Camus também lida com essa questão, assim como as questões de relacionamento humano e o suícidio em outras obras de ficção como La Mort heureuse (1971 - em português: A Morte Feliz) e La peste (1947 - em português: A Peste), assim como em algumas obras de não-ficção como L'Homme révolté (1951 - em português: O homem revoltado) e Le Mythe de Sisyphe (1942 - em português: O Mito de Sísifo).


Influências na cultura

Em Cavaleiros do Zodíaco, o cavaleiro de ouro Camus de Aquário, foi criado como uma alusão à Albert Camus. Os ensinamentos dados a Hyoga de Cisne e a Isaak de Kraken são muito parecidos com os pensamentos de Albert Camus.

No cinema, o romance inspirou o filme Lo Straniero (1967), dirigido por Luchino Visconti e Yazgi (2001), dirigido por Zeki Demirkubuz. Ele também inspirou o filme dos Irmãos Coen The Man Who Wasn't There.

Na música popular, inspirou a canção do The Cure Killing an Arab e há rumores, não confirmados por seus autores, de que tenha inspirado também a canção Bohemian Rhapsody do Queen.

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Referências

  • Artigo adaptado da wikipédia em inglês, versão consultada: [1]
  • CAMUS, Albert. L'Étranger. Collection Folio, Éditions Gallimard (ISBN 2-07-036002-4). - citações traduzidas livremente a partir dessa edição.

Sobre o autor:

  • BARRETTO, Vicente. Camus: vida e obra. [s.L.]: José Álvaro, 1970.

Ligações externas