Marilyn Manson: diferenças entre revisões

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===Na Sombra do Vale Da Morte===
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Em 2000, Manson larga a imagem de “[[estrela de glam rock]]” e lança um álbum sombrio e pesado, chamado “'''Holy Wood (In The Shadow Of The Valley Of Death)'''”, com um total de 19 faixas, onde critica duramente a hipocrisia da sociedade, inclusive falando indiretamente sobre o massacre de [[Columbine]] em algumas músicas. Os vídeos mais famosos do disco foram “'''The Fight Song'''” e “'''The Nobodies'''”. Teve sucesso e vendagens inferiores aos de “'''Mechanical Animals'''”, porém dessa vez agradou bastante os fãs antigos da banda.
Em 2000, Manson larga a imagem de “'''estrela de glam rock'''” e lança um álbum sombrio e pesado, chamado “'''Holy Wood (In The Shadow Of The Valley Of Death)'''”, com um total de 19 faixas, onde critica duramente a hipocrisia da sociedade, inclusive falando indiretamente sobre o massacre de [[Columbine]] em algumas músicas. Os vídeos mais famosos do disco foram “'''The Fight Song'''” e “'''The Nobodies'''”. Teve sucesso e vendagens inferiores aos de “'''Mechanical Animals'''”, porém dessa vez agradou bastante os fãs antigos da banda.


No ano de 2001, Manson recebeu um Grammy de Melhor Performance de Metal com “'''Astonishing Panorama Of The Endtimes'''”.
No ano de 2001, Manson recebeu um Grammy de Melhor Performance de Metal com “'''Astonishing Panorama Of The Endtimes'''”.
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Sem contar que nesse ano Manson tem que ir várias vezes ao tribunal para responder sobre a morte de uma garota por Homicídio Involuntário.
Sem contar que nesse ano Manson tem que ir várias vezes ao tribunal para responder sobre a morte de uma garota por Homicídio Involuntário.


Surpreendentemente, '''Twiggy Ramirez''', um dos integrantes mais queridos pelos fãs, sai da banda, para pouco depois formar o grupo A Perfect Circle. Para o seu lugar, foi chamado '''Tim Skold''' (ex-[[KMFDM]] e [[Shotgun Messiah]]), que curiosamente era o produtor do álbum que a banda estava compondo!
Surpreendentemente, '''Twiggy Ramirez''', um dos integrantes mais queridos pelos fãs, sai da banda, para pouco depois formar o grupo A Perfect Circle. Para o seu lugar, foi chamado '''Tim Skold''' (ex-[[KMFDM]] e [[Shotgun Messiah]]), que curiosamente era o produtor do álbum que a banda estava compondo!


===A Época Dourada do Grotesco===
===A Época Dourada do Grotesco===

Revisão das 23h28min de 12 de julho de 2006

Ficheiro:MarilynManson.jpg
Foto atual de Marilyn.

Uma Infância Difícil

Marilyn Manson, ou Brian Hugh Warner, nasceu no dia 3 de janeiro de 1969. Seu pai é um vendedor de carros que ser orgulha da carreira de seu filho, e sua mãe é uma pessoa sensitiva, que acorda de noite vendo pessoas ao seu lado na cama.

Apesar de ser rico, Brian teve infância e juventude difíceis. Era rico, mas era humilhado constantemente onde estudava, sendo espancado devido à sua frágil e diminuta aparência. Fora da escola, ainda sofreu dois desagradáveis episódios de abuso sexual pelo avô e pelo vizinho. Mas ninguém o ajudava. Tanto para o pai, quanto para a mãe, quanto para escola, tudo estava bem. Ao invés de ajudar Brian, preferiam fechar os olhos.

As três maiores válvulas de escape de Warner eram a música Heavy Metal, as poesias que escrevia e pinturas de Halloween. Sim, pinturas de Halloween: fosse Natal, Páscoa ou Dia das Bruxas, sempre estava lá Brian armando grotescas maquiagens.

Porém, Brian resistiu bravamente até terminar a escola e logo após seguiu para a faculdade, onde se formou em jornalismo. Escrevia sobre música. Em uma de suas entrevistas, teve como entrevistado Trent Reznor, líder do até então desconhecido Nine Inch Nails. Os dois acabaram se tornando muito amigos e repartiram muitos interesses em comum. Só que, ao contrário do esperado, os dois não resolveram montar uma banda e sair tocando (pelo menos não até o momento).

Brian continuou sendo jornalista até o dia que encontrou com um músico diferente. Seu nome, Scott Putetsky. Além do fato de ser um multi-instrumentista, o que chamou a atenção em Warner foi a compatibilidade de gênios dos dois. Ambos eram dois jovens que nutriam imenso desprezo pela sociedade e que do fundo da alma queria fazer com que as pessoas acordassem da alienação na qual estão mergulhadas. Queriam chocar as pessoas e fazê-las repensar seus conceitos. Warner então formou com Scott uma banda que estaria prestes a mudar o rumo da música nos anos 90...

The Spooky Kids

A primeira medida adotada por Brian foi selecionar um nome artístico. Contrabalanceando a dualidade do ser humano, fundiu os nomes de Marilyn Monroe e Charles Manson, resultando em Marilyn Manson. Scott fez o mesmo e trocou de nome para Daisy Berkowitz. Surgia a banda Marilyn Manson And The Spooky Kids no ano de 1989, em Fort Lauderdale, sul da Flórida.

Chega o ano de 1990 e a formação consistia em Manson nos vocais, Daisy na guitarra e na programação de bateria, Olívia Newton Bundy no baixo e Zsa Zsa Speck no teclado. Insatisfeitos com a técnica dos dois, Bundy e Speck foram substituídos por Gidget Gein e Madonna Wayne Gacy após dois shows. O grupo realizaria seu primeiro lançamento, “Meat Beat Cleaver Beat Big Black Bus”. Mesmo com M.W. Gacy e Gidget na banda, a formação que gravou o álbum foi bem curta: Enquanto Marilyn se acaba nos vocais, Berkowitz fazia todo o resto (guitarra, baixo, teclados e programação de bateria).

Fato importante: Marilyn e os Spooky Kids começaram a abrir shows para o Nine Inch Nails. Mesmo eles não sendo uma banda famosa na época, tal ocorrido serviu para intensificar ainda mais os laços de amizade de Marilyn e Trent, que começaram a trocar fitas e correspondência.

O nome definitivo

Vendo futuro no próprio nome, Marilyn chuta o “Spooky Kids” do nome e a banda fica conhecida apenas como Marilyn Manson. A banda começou intensivamente o trabalho de publicidade, distribuindo e vendendo camisas, adesivos e fitas cassete.

A banda também começava a chamar atenção pela performance no palco. Manson se apresentava seminu, M.W. Gacy ficava em uma cabine cheia de bonecas chamada Pogo’s Playhouse e Berkowitz vestia saias e perucas. As apresentações chegavam a ser quase teatrais, com grande presença de crucifixos invertidos, strippers enjauladas e banhadas em sangue. A decoração costumava variar bastante, desde berrantes letras de frases como “Matem Deus!” e “Diversão Anal”, até sanduíches de pasta de amendoim sendo atirados na platéia... Só vendo para testemunhar tal insanidade. Em 1991, a bateria eletrônica era substituída por Sara Lee Lucas.

Graças à publicidade e a peculiar maneira de se apresentar, somadas à influência de Manson no meio jornalístico, músicas do grupo lentamente chegavam às rádios locais para serem executadas. Esse esforço monstruoso rendeu à banda prêmios como o Slammies (prêmio regional) e apresentações relevantes, como o Miami Rocks. Importante pelo fato de que o cassete gravado no show foi vendido em todo o país.

Na Flórida, o nome Marilyn Manson passou a ser uma febre entre os adolescentes da região, que passaram a usar camisetas e brigar pelos cassetes vendidos em shows (alguns com apenas 100 cópias à disposição), todas com produção de Berkowitz e com trabalho gráfico feito por Manson. As fitas hoje em dia são extremamente raras, sendo que a última delas tem o nome de “The Family Jam’s”, com grande parte das músicas que estaria presentes no primeiro álbum (feito “Dope Hat”, “Lunchbox” e “Cake And Sodomy”).

O Primeiro Álbum

No prêmio Slammies de 1993 a banda foi indicada para cinco categorias, sendo elas Melhor Banda, Melhor Banda Alternativa, Melhor Gravação Local (“The Family Jam’s”), Música do Ano (“Dope Hat”) e Melhor Vocalista. Ganharam em duas: melhor música e banda. O impulso serviu para que os Mansons assinassem contrato com o recém-aberto selo Nothing Records de Trent Reznor, da gravadora Interscope.

Logo entram em estúdio para gravar o primeiro álbum. Devido a alguns problemas durante a gravação, acabou tendo que ser feita a troca de produtor. Até que a banda ficasse satisfeita com o resultado e a data do lançamento do álbum foi adiada de ’93 para ’94. Em dezembro de 1993, o baixista Gidget Gein abandonou o grupo devido à problemas com drogas. No seu lugar entra Twiggy Ramirez, um dos membros que permaneceram mais tempo na banda. Finalmente, em janeiro de 1994 foi editado o primeiro álbum de Marilyn Manson, “Portrait Of An American Family”.

No primeiro álbum Marilyn já sofreu censura: duas fotos do encarte do álbum (inclusive uma das fotos sendo Manson ainda criança, nu) foram cortadas, sob a desculpa de que a divulgação agora era nacional, e eles não podiam abusar tanto assim da polêmica. Para piorar, o primeiro single “Get Your Gunn”, foi boicotado pelas rádios e a MTV. A emissora só passava o clipe em horários que já passavam da meia noite. Mesmo com toda essa campanha contra (o que causou uma vendagem não tão boa no resto do país), a Flórida recebeu muito bem o álbum, e mais dois prêmios do Slammies são ganhos, de Melhor Banda e Melhor Vocalista.

As Polêmicas Turnês

A banda então inicia sua primeira grande turnê, “Self Destruct 94”, abrindo para o Nine Inch Nails, que se tornava cada vez mais famoso. A banda aprontava cada vez mais nos palcos. As cruzes invertidas e mulheres nuas ensangüentadas já não chamavam mais tanta atenção se comparadas às polêmicas que a bandas vinha causando. Um show feito em Salt Lake City, cidade conhecida por ser conservadora, é um exemplo muito famoso.

Uma equipe de Salt Lake foi enviada a um show de Manson em Las Vegas. Após estudarem bem o show, vieram cheios de restrições para cima da banda de Manson: nada de blasfemar entre as músicas, não mudar as letras, nada de cruzes invertidas e strippers em gaiolas, nada de venda de artigos promocionais... Entre outros requisitos. A banda aceitou de prontidão e fez seu show tranquilamente. Mas, durante o show do NIN, Marilyn foi convidado a entrar no palco. E, trazendo nas mãos uma bíblia mórmon (religião mais seguida da cidade), começou a rasgar página por página ao ritmo de “bem-me-quer”: “Deus me Ama/Deus não me ama/F***-se ele!”.

Na época, Manson também ganhou o título de reverendo da Igreja de Satã, em um show de outubro. O título foi dado a ele pelo próprio fundador da seita, Anton Lavey. Marilyn declarou estar feliz com o título e a presença do papa satânico no show, já que Lavey teria inspirado músicas de Manson feito “My Monkey”, que na verdade é uma adaptação de uma música escrita pelo próprio Anton.

Outro fato que ficou conhecido foi no último show da turnê, na Philadelphia. Seguindo o costume da banda que fecha os shows pregar uma peça na banda de abertura, o Nine Inch Nails emporcalhou Manson e companhia com talco, vaselina, presunto e outros ingredientes e os seguranças do NiN trancaram a banda dentro de uma caminhonete. Soltaram-nos no canto oposto da cidade, com apenas um dólar! Com sorte, eles conseguiram carona com dois universitários. A banda não guarda rancor pelo que Trent e companhia fizeram, pois é uma crueldade maior que a que Manson tinha imaginado. Ao voltar para uma série de shows na Flórida, Manson foi preso por nudez pública em um show em Jacksonville.

A turnê acaba e o nome Marilyn Manson tornou-se um sinônimo de polêmica e buchicho. Mesmo isso impedindo deles tocarem em alguns lugares, o número de novos fãs atraídos pelo proibido cresceu consideravelmente.

No ano seguinte, 1995, embarcaram logo em outra turnê, só que agora sendo os headliners e tendo como banda de abertura o Monster Voodoo Machine. Marilyn aprontava cada vez mais, chegando a se apresentar sem roupa e em certo show a banda quebrou uma jaula com uma galinha dentro, ferindo o animal sensivelmente quando o mesmo caiu na pista. Jornais sensacionalistas declararam que a ave foi sacrificada em pleno palco, o que não corresponde à verdade. No último show da turnê, em março, a banda teria de cumprir a tradição. Eles jogaram ovos, tomates, farinha e vinagre no Monsters Voodoo Machine no meio do show. Porém, o troco deles foi muito pior do que a salada grega que o Marilyn Manson tinha jogado. Eles deixaram o palco cheio de pedaços de galinha, forçando o Marilyn Manson a tocar num palco lotado escorregadio e mal cheiroso. O show foi um desastre, mas Gacy fez alguns samples de improvisação com “Kill The Chicken”. Muitos shows da banda ainda têm um coro de fãs gritando isso.

Mais Confusões, Mais Turnês, Mais Álbuns.

E mais uma perda acontecia para a banda: após muito discutir com Marilyn Manson, Sara Lee Lucas é substituído por Ginger Fish, cujo nome verdadeiro é Kenny Wilson, que a banda conheceu em um show feito em Las Vegas.

A banda começa mais uma turnê, se apresentando entre as bandas KoRn e Danzig. Tirando os problemas com a censura habituais Manson ainda aprontava com o pessoal do Danzig, por quem nutriam antipatia. Para estragar o show do Danzig, a banda fazia shows, destruindo o palco, detonando o mesmo após três ou quatro músicas.

A banda solta um EP com 12 músicas, “Smells Like Children”. Esse EP com grande quantidade de canções estreou no 53º lugar da Billboard, ao ponto que “Portrait Of An American Family” finalmente tinha conseguido o disco de ouro, e a banda aparecia em revistas importantes como Circus e Metal Edge. Mesmo ignorados pela maioria das rádios e pela MTV, o empenho da banda (e suas atitudes polêmicas) começava a dar resultado, e a banda conseguiu dar algumas entrevistas importantes (por exemplo, uma entrevista que Berkowitz deu à Guitar World). Na época, a Nothing Records deu uma nota à imprensa que ficou famosa: “Vejam eles agora, antes que sejam presos, mortos, ou se tornem a melhor banda dos EUA!”.

Surpreendentemente, a banda entra em mais uma turnê, para divulgar o EP. Com uma duração aproximada de seis meses, com abertura pela banda Clutch, foi apelidada de “Snow Tour”, por causa do péssimo tempo que a banda enfrentou. Manson, por exemplo, precisava de um tanque inteiro de oxigênio para poder se recuperar depois de cada show. A turnê durou de setembro de 95 até fevereiro de 96.

Um episódio que ficou conhecido da turnê foi um que aconteceu em Janeiro. Após tocar na Philadelphia, a banda iria de avião para Washington D.C. O aeroporto estava interditado, e a banda teve de ir de carro. A viagem duraria 3 horas, mas a neve atrapalhou e eles ficaram na estrada por 8 horas. Ao chegar ao hotel, a banda teve uma surpresa. O time de basquete do Orlando Magic e o Vila Sésamo estavam se hospedando lá também. Um dos jogadores do Orlando disse que o hotel parecia uma convenção de alienígenas.

A Consagração do Anticristo

Manson e banda reúnem-se mais uma vez em estúdio para gravar um novo disco, no início de 1996. Surgiram inúmeras especulações sobre qual seria o nome do novo álbum, até que Marilyn e Ramirez declararam que ia ser “Antichrist Superstar”, e que o álbum mostraria o futuro, seria como “a trilha sonora do Apocalipse”. As composições e a gravação foram feitas no estúdio de Trent Reznor, em Nova Orleans. Muitos boatos por parte de mídia e fãs surgiram durante a gravação, como a que o álbum seria lançado no dia seis de junho de 1996 (uma referência ao número da besta, 666) e que quando o álbum fosse lançado os integrantes iriam se suicidar.

Durante a gravação, dois fatos dignos de nota ocorreram: a saída de Daisy Berkowitz da banda ao gravar quatro faixas, devido à sua insatisfação com os rumos que a banda vinha tomando musicalmente. Twiggy Ramirez acabou gravando a guitarra do resto das faixas. Após sua saída, ele tentou uma carreira-solo com o próprio nome (Scott Putesky) e depois ingressou na banda Jack Off Jill. Processou Marilyn e a Nothing Records por não ter recebido créditos que segundo ele lhe eram de direito. A briga entre Manson e Daisy estava ocorrendo desde a turnê com o Clutch, quando Marilyn jogou Berkowitz pra fora do palco. No entanto, ninguém sabia que o problema era tão grave.

O segundo fato é que o segundo single do álbum “Smells Like Children”, “Sweet Dreams”, cover da banda Eurythmics, não é sabotado pela MTV e rádios e se torna o primeiro grande sucesso de Marilyn Manson. O número de fãs cresceu consideravelmente, o que causou desagrado em fãs radicais mais antigos (apelidados de Spooky Kids) que consideravam os novos fãs apenas seguidores da moda, apelidando-os pejorativamente de Sweet Dreamers.

Então, “Antichrist Superstar” sai em dez de agosto, estreando direto na 3ª posição da Billboard e aparecendo em capas de revistas como a Rolling Stone. As críticas foram extremamente positivas, mesmo com os fãs reclamando a falta do tom de humor negro que os primeiros discos da banda tiveram. Quando saiu em turnê (que duraria um ano e meio e incluiria shows na Europa e América do Sul), a banda chamou o guitarrista Zim Zum, o primeiro membro da banda que não seguiu a tradição de não ter seu nome tirado de estrelas e assassinos. Apareceu pela primeira vez no clipe “The Beatiful People”.

O primeiro show com Zim Zum ocorreu numa desastrosa apresentação promovida com as bandas da Nothing Records. O show acabou com guitarras quebradas e a hospitalização do baterista Ginger Fish. Ainda por cima, no final do show, quando Trent Reznor agradecia a presença das bandas no festival, sequer citou o nome de Marilyn.

Do mesmo jeito, começou a “Dead To The World Tour”, cujo palco simbolizava uma igreja destruída, com um vitral no fundo sugerindo uma briga entre um demônio e um anjo. A Pogo’s Playhouse de M.W. Gacy ganhou tubos de órgão e Manson se apresentava em um palanque, como se fosse presidir uma cerimônia. Devido aos temas e atitudes polêmicas, a banda enfrentou problemas com a justiça, mas que não impediu que o disco vendesse 1 milhão e meio de cópias (o triplo de “Portrait...”). Mais dois singles foram lançados: “Tourniquet” e “Man That You Fear”. Quando a turnê acabou, a banda começou os preparativos para gravar o terceiro álbum de sua carreira. Manson também lançou uma autobiografia chamada “Long Hard Road Out Of Hell”, no ano de 1998, e também um vídeo documentado a “Dead To The World Tour”. Todos bem recebidos. Na época, Marilyn tentou fazer contato com Anton LaVey para lhe falar do sucesso de “Antichrist Superstar”, mas recebe a notícia de sua morte.

Ainda no ano de 1997, foi editado um EP de nome “Remix & Repent” e Manson participou da trilha sonora dos filmes “Lost Highway” e “Private Parts”.

Animais Mecânicos... E Renovados

No início do ano de 1997 começaram os rumores sobre o novo álbum da banda. Entre muitos boatos, o mais conhecido era que o próximo disco iria ter o nome de “The Suffering Servant” e seria ainda mais sombrio que o seu antecessor. Mas após alguns meses foi revelado que o novo álbum se chamaria “Mechanical Animals”.

Manson também chocou com seu novo visual: deixava de ser o anticristo sombrio para se tornar “Omega”, uma pessoa que, segundo a imaginação de Marilyn, é resultado de uma experiência genética do governo para cativar as massas. O visual glam rock adotado pela banda revoltou muitos fãs antigos, que começaram a desprezar a banda. Quando a banda lançou um cover de “Golden Years”, de David Bowie, então, as críticas aumentaram ainda mais.

Quase simultaneamente ao lançamento do disco, ocorre a saída do guitarrista Zim Zum. Segundo Zim, ele deixou a banda porque não queria ficar à sombra de Marilyn Manson, sendo apenas mais um guitarista. Manson, por sua vez, alegou que ele foi demitido porque não se lembrava das músicas do álbum “Antichrist Superstar”, o que o resto da banda considerou ofensivo. No seu lugar, entrou o guitarrista John 5(John Lowery), que já havia tocado na carreira solo de David Lee Roth (ex-vocalista do Van Halen). Antes de o álbum ser lançado, a banda participou da trilha sonora do filme “Spawn”, baseada na série de quadrinhos homônima.

Mechanical Animals” então foi lançado estreando em primeiro lugar na Billboard. Os clipes que vieram a seguir, como “The Dope Show” e “I Don’t Like The Drugs (But The Drugs Like Me)” seguiam a nova tendência estética desenvolvida por Manson. Em setembro de 1999, Marilyn gravou o vídeo para a canção “Coma White”, que retratava a morte de John F. Kennedy. Foi um dos clipes mais controversos de sua carreira. As letras do álbum tinham como tema central a alienação promovida pela mídia.

Entre 1998 e 2000 a banda participou da trilha sonora de filmes como “Matrix” (com a conhecida “Rock Is Dead”), “Detroit Rock City” e “A Bruxa de Blair”.

Manson foi obrigado a interromper a turnê de “Mechanical Animals” para responder se supostamente teria influenciado dois jovens de uma escola em Columbine a entrarem atirando no colégio, matando várias pessoas e se suicidando em seguida. O que a sociedade americana não admitia é que a culpa era dela, por promover violência pela mídia e permitir que pseudo-maiorais humilhem quem é diferente da maioria, por isso procuravam Manson como bode expiatório, segundo o que o própri artista declarou. No documentário “Tiros Em Columbine”, do diretor Michael Moore (um dos maiores ativistas políticos em atividade ultimamente), Manson foi entrevistado pelo diretor, onde pisou no calo que mais dói da sociedade americana em suas respostas. Quando Moore perguntou o que Marilyn diria aos jovens que cometeram o massacre em Columbine, Manson respondeu: “Eu não falaria nada, eu ouviria o que eles têm a dizer. Foi isso o que ninguém fez”.

Ainda em novembro de ’99, a banda lança seu primeiro ao vivo, “The Last Tour On Earth”, uma compilação do que foi a turnê de “Mechanical Animals”.

Na Sombra do Vale Da Morte

Em 2000, Manson larga a imagem de “estrela de glam rock” e lança um álbum sombrio e pesado, chamado “Holy Wood (In The Shadow Of The Valley Of Death)”, com um total de 19 faixas, onde critica duramente a hipocrisia da sociedade, inclusive falando indiretamente sobre o massacre de Columbine em algumas músicas. Os vídeos mais famosos do disco foram “The Fight Song” e “The Nobodies”. Teve sucesso e vendagens inferiores aos de “Mechanical Animals”, porém dessa vez agradou bastante os fãs antigos da banda.

No ano de 2001, Manson recebeu um Grammy de Melhor Performance de Metal com “Astonishing Panorama Of The Endtimes”.

No ano seguinte, além de começar a planejar um novo álbum, participa da trilha sonora do filme “Não É Mais Um Besteirol Americano”(Not Another Teen Movie) com a música “Tainted Love”, cover do Soft Cell e participou da trilha sonora dos filmes “A Rainha dos Condenados” (Queen Of The Damned) com a música “Redeemer”, a convite de Jonathan Davis (vocalista do Korn e responsável por toda a produção musical do filme) e “Resident Evil”, com as canções “Resident Evil Main Theme”, “Seizure Of Power”, “Reunion”, “Cleansing” e “The Fight Song (Slipknot Remix)”. Também levou um prêmio da Kerrang! por melhor videoclipe, da canção “Tainted Love”. Ainda no mesmo ano, foi lançado “Guns God And Government”, um DVD/VHS aguardado há tempos pelos fãs.

Sem contar que nesse ano Manson tem que ir várias vezes ao tribunal para responder sobre a morte de uma garota por Homicídio Involuntário.

Surpreendentemente, Twiggy Ramirez, um dos integrantes mais queridos pelos fãs, sai da banda, para pouco depois formar o grupo A Perfect Circle. Para o seu lugar, foi chamado Tim Skold (ex-KMFDM e Shotgun Messiah), que curiosamente era o produtor do álbum que a banda estava compondo!

A Época Dourada do Grotesco

Chega o ano de 2003. A banda participa do álbum-tributo aos RamonesWe’re a Happy Family”, interpretando a música “The KKK Took My Baby Away”. Em 28 de abril temos o novo single e clipe de Marilyn Manson, da música “mOBSCENE”, que viria a sair no próximo álbum da banda.

No dia 6 de maio foi lançada a banda sonora de “Matrix Reloaded”, continuação de “Matrix”. Marilyn Manson participa com “This Is The New Shit”. Seis dias após, é lançado o novo álbum: “The Golden Age Of Grotesque”, que se ainda mantém a ironia nas letras, sonoramente abre espaço para influências de música eletrônica, new metal e rap. Muitos dizem que Tim Skold foi principal responsável por isso, já que carregou nos sintetizadores.

Ainda em 2003, Marilyn participa do filme “Party Monster” (estrelando o ator Macaulay Calkin) interpretando o travesti Christina.

Em 2004, Manson participou atuando nos filmes “The Heart Is Deceitful Above All Things” no papel de Jackson e em “Diamond Dead” como Jesus Cristo (!). Seguindo a tradição, o guitarrista Jonh 5 sai da banda, sob a explicação de que estava procurando novas oportunidades.

No final de 2004, Manson lança a coletânea “Lest We Forget”, recordando os maiores sucessos de sua carreira, mais as músicas “Long Hard Road Out Of Hell” (que nunca havia sido lançada em nenhum álbum) e a inédita “Personal Jesus”, esta sendo uma regravação do Depeche Mode. Em 2005, a coletânea recebe disco de ouro após passar de um total de 500.000 cópias vendidas.

Em 2005, Manson colaborou em três filmes: primeiro como empregado de um bar no filme de terror “Rise”, depois assumiu o papel de Cain no filme de ficção científica “Abelcain”, além de escrever e realizar um filme inspirado no autor do clássico “Alice No País das Maravilhas”, Lewis Carroll.

Dia 3 de Dezembro de 2005, Manson se casa com a dançarina Dita Von Teese, com quem namorava há quatro anos e tinha feito o pedido de casamento em Março de 2004. A cerimônia foi realizada em um castelo da Irlanda, na presença de 60 convidados.

Agora, nesse ano de 2006, um dos membros mais antigos da banda abandona o barco: Ginger Fish. Agora, os únicos membros originais restantes são Marilyn Manson e M.W. Gacy. Ainda não foi anunciado o nome de algum baterista substituto.

O futuro...

Para 2006, Manson já começou a planejar um novo álbum, afirmando que “as letras tem um sentido romântico. Há um desejo desesperado e intenso pelo romance - não o romance como nos filmes da Reese Whiterspoon, mas no sentido de viver a vida como um filme e aproveitá-la dessa forma. Eu encontrei uma mulher com quem me identifico. Isso é algo - e nem sequer me sinto pirado ao dizê-lo - que ninguém pode desperdiçar, porque é provavelmente a única coisa em que podemos encontrar alguma satisfação”. Também planeja lançar um perfume no mesmo ano. Revelou isso ao assistir um desfile de moda do estilista John Galliano.

Alguns fãs ficaram temerosos com a declaração do direcionamento lírico do próximo álbum, mas se ficará ruim ou não... É esperar pra ver, certo?

Biografia

Discografia

Filmografia

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