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'''Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini''' ou apenas '''Giacomo Puccini''' ([[Lucca]], 22 de dezembro de 1858 - [[Bruxelas]], 29 de novembro de 1924) foi um compositor de [[ópera]]s italiano. Suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente, entre essas estão [[La bohème]], [[Tosca]], [[Madama Butterfly]] e [[Turandot]]. Algumas das [[ária]]s das suas óperas, como "O mio babbino caro" de [[Gianni Schicchi]], "Che gelida manina" de La bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.
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Descrito pela [[Encyclopædia Britannica]] como "um dos maiores expoentes das óperas realistas", ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos. Seu repetório é essencialmente feito pelo verismo, ou pela tradição operística pós-romântica e estilo literário. Enquanto seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de [[Igor Stravinsky]]. Os temas mais comuns em suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor.
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Revisão das 19h55min de 5 de janeiro de 2012

O compositor Giacomo Puccini, em um estúdio de fotos. Fotografia em preto e branco.

Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini ou apenas Giacomo Puccini (Lucca, 22 de dezembro de 1858 - Bruxelas, 29 de novembro de 1924) foi um compositor de óperas italiano. Suas óperas estão entre as mais interpretadas atualmente, entre essas estão La bohème, Tosca, Madama Butterfly e Turandot[1][2]. Algumas das árias das suas óperas, como "O mio babbino caro" de Gianni Schicchi, "Che gelida manina" de La bohème e "Nessun dorma" de Turandot tornaram-se parte da cultura popular.

Descrito pela Encyclopædia Britannica como "um dos maiores expoentes das óperas realistas"[3], ele é lembrado como um dos últimos maiores compositores operísticos italianos[4][5]. Seu repetório é essencialmente feito pelo verismo[6], ou pela tradição operística pós-romântica e estilo literário. Enquanto seu trabalho é essencialmente baseado nas óperas italianas tradicionais do fim do século XIX, sua música mostra algumas influências dos compositores contemporâneos e do movimento impressionista e de Igor Stravinsky[7]. Os temas mais comuns em suas óperas incluem um fim trágico, heroínas e o amor[8].

Biografia

Local de nascimento de Puccini, retratado em 1984.

Foi batizado na cidade toscana de Lucca com seis prenomes: Giacomo Antonio Domenico Michele Secondo Maria Puccini. Era o sexto de nove filhos de Michele Puccini (1813-1864) e Albina Magi (1830-1884).

Assim como a família Bach, a família Puccini produziu músicos por várias gerações (entre os quais, Domenico Puccini), especialmente músicos de igreja. Seus antepassados foram organistas da igreja de São Martinho em Lucca, o cargo tendo passado de pai para filho na família Puccini desde o século XVIII. Dizem que seu pai, Michele, já estava à procura dos nomes femininos mais feios que pudesse encontrar: Puccini teve cinco irmãs que nasceram antes dele. Em 1858, contudo, o tão esperado filho homem nasceu, e foi batizado com seis prenomes. Depois de Giacomo, sua mãe Albina Magi deu à luz outro menino, que recebeu o nome de Michele.

Giacomo estudou órgão com o pai até que este morreu, em 1864, quando Puccini ainda não havia completado seis anos de idade. Para seguir a tradição secular da cidade de Lucca, o governo municipal decretou que Giacomo herdaria o cargo do pai, que foi desempenhado por diversos professores que repartiam com a viúva os modestos vencimentos anuais. Puccini continuou seus estudos de órgão com seu tio, Fortunato Magi, que o considerava um estudante pobre e indisciplinado, e com Carlo Angeloni. Aos dez anos de idade começou a cantar no coro da igreja. Puccini parecia destinado a seguir a tradição da família e ser um simples músico de igreja, até que um dia, em 1876, aos 18 anos, ele ouviu a Aida de Verdi, que despertou nele um tal fogo, uma tal paixão, que ele percebeu em si mesmo um instinto musical que levava naturalmente à composição de óperas. Ele e seu irmão Michele haviam caminhado 30 km até Pisa par assistir a apresentação. Conseguiu então uma bolsa de estudos da rainha Margherita e, com um pouco de ajuda financeira do tio, entrou para o Conservatório de Milão, onde foi aluno de Amilcare Ponchielli e Antonio Bazzini. No mesmo ano, na idade de 21 anos, ele compôs Messa, que marca o ponto culminante da longa associação da sua família com a música de igreja em sua Lucca nativa. Embora o próprio Puccini corretamente tenha intitulado o trabalho de Messa, referindo-se a uma definição da liturgia da Missa Católica, hoje o trabalho é popularmente conhecido como Messa di Gloria, um nome que, tecnicamente, se refere a uma definição de apenas as duas primeiras partes da missa, o Kyrie e o Glória, omitindo o Credo, o Sanctus e os Agnus Dei. Graduou-se em 1883 com o Capriccio Sinfonico, peça que parecia anunciar um compositor de sinfonias, tamanho o brilho de sua orquestração.

Messa antecipa a carreira de Puccini como um compositor de ópera, oferecendo vislumbres da força dramática que logo brotaria no palco, as poderosas "árias" para tenor e baixo solistas são certamente mais operísticas do que é habitual na música de igreja e, na sua orquestração e força dramática, Messa assemelha-se de forma interessante com Requiem de Verdi.

Enquanto estudava no conservatório, Puccini obteve um libreto de Ferdinando Fontana e entrou em uma competição para uma ópera de um ato em 1882. Embora não tenha vencido, Le Villi mais tarde foi encenada em 1884 no Teatro Dal Verme e chamou a atenção de Giulio Ricordi, diretor da editora de música G. Ricordi & Co., que lhe encomendou uma segunda ópera, Edgar, em 1889. Esta segunda ópera foi friamente recebida quando estreou no Teatro Scala de Milão na primavera de 1889. Essas duas primeiras óperas são as únicas de Puccini que são raramente encenadas hoje em dia.

O compositor Giacomo Puccini, em um estúdio de fotos. Fotografia em preto e branco.

Sua terceira ópera, Manon Lescaut, que estreou no Teatro Regio de Turim a 1 de fevereiro de 1893, foi um sucesso estrepitoso, apesar da ousadia de Puccini, que utilizou uma história sobre a qual o compositor francês Jules Massenet já havia composto uma ópera poucos anos antes e que havia se tornado um sucesso internacional. O editor Giulio Ricordi tentou demovê-lo da idéia, obviamente arriscada, do ponto de vista financeiro, mas Puccini era teimoso. "Massenet trata a Manon como um francês, com minuetos e pó-de-arroz; eu vou tratá-la como um italiano, com paixão desesperada." "Por que não duas óperas? Uma mulher como Manon pode ter mais de um amante." E de fato, os instintos do compositor se provaram acertados, embora tenha gente que prefira a Manon de Massenet, mais romântica e sentimental, à de Puccini, mais quente e sensual. Massenet chegou a mover ação na justiça contra Puccini, mas no final ficou decidido que a ópera de Massenet se chamaria simplesmente Manon, enquanto que a de Puccini seria Manon Lescaut, para evitar confusão entre as duas.

A quarta ópera de Puccini, La Bohème, estreou também no Teatro Regio de Turim, em 1896, sob a regência de Arturo Toscanini, que se tornaria amigo de Puccini pelo resto da vida.

A quinta, Tosca, estreou em Roma, em 1900, e também causou sensação. Em 1905, Puccini visitou a Argentina. Um dos motivos dessa viagem pode ter sido investigar a morte de seu irmão, Michele, que ocorrera naquele país, anos antes, em circunstâncias até hoje não esclarecidas. Em 1907, viajou para os Estados Unidos, para a estréia americana de sua sexta ópera, Madama Butterfly, que se deu no Metropolitan Opera House de Nova York a 22 de fevereiro, com a presença do compositor.

A próxima ópera de Puccini, La Fanciulla del West, mostra influência de Debussy e Richard Strauss. Estreou no Metropolitan de Nova York em 1910, também sob a regência de Toscanini. Puccini estava em Nova York, na ocasião, numa segunda visita aos Estados Unidos, mas não compareceu à estréia.

Puccini comprou uma casa de campo em Torre del Lago, onde se instalou com sua esposa, Elvira Gemignani, com quem se casara em 1904. A relação dos dois foi turbulenta. Ela era ciumenta e um pouco paranóica. Acusou a empregada dos Puccini, uma moça chamada Doria Manfredi, de manter relações íntimas com o compositor, e passou a infernizar a vida da pobre garota, que acabou cometendo suicídio em 1909, bebendo veneno na cozinha dos Puccini. Uma autópsia no corpo da garota mostrou que ela era virgem, provando assim a inocência de Puccini, mas a Senhora Puccini foi parar na cadeia e obrigada a pagar uma alta soma em indenização à família da infeliz garota. Daria para compor uma ópera sobre essa tragédia pessoal, mas Puccini se absteve.

Em 1924, Puccini foi diagnosticado com câncer na garganta, e seguiu para Bruxelas para tratamento, onde morreu, a 29 de novembro do mesmo ano, deixando inacabada sua última ópera, Turandot.

Política

Ao contrário de Wagner e Verdi, Puccini não parecia ser ativo na política de sua época. No entanto, Mussolini, ditador fascista da Itália na época, alegou que Puccini havia pedido para ser admitido no Partido Nacional Fascista. Embora tenha sido comprovado que Puccini estava de fato entre os primeiros apoiadores do partido fascista na época da campanha eleitoral de 1919 (na qual os candidatos fascistas foram completamente derrotados, onde os mesmos ficaram furiosos, ganhando parcos 4 mil votos), não parece haver nenhum registro ou prova de qualquer dedicação de Puccini ao partido. Além disso, caso Puccini tivesse sido um fascista ativo, seu grande amigo Toscanini (um anti-fascista radical) provavelmente teria cortado todas as ligações de amizade com ele e deixado de reger suas óperas.

Não obstante, a propaganda fascista se apropriou da figura de Puccini e uma das marchas mais difundidas durante as paradas de rua e cerimônias públicas fascistas era o "Inno a Roma" (Hino a Roma), composto em 1919 por Puccini para a letra de Fausto Salvatori, com base nestes versos de Carmen saeculare de Horácio:

Alme Sol, curru nitido diem qui / Promis et celas alius que et idem / Nasceris, possis nihil urbe Roma / Visere maius.

(O Sol, que não muda, mas sempre novo, / Rege todo o dia e vai para casa, / Nada pode estar presente para tu vires / Superior a Roma!)

Lista de óperas

Outras Obras

  • Preludio para orchestra (1876)
  • Preludio Sinfonico para orchestra (1882)
  • Capriccio Sinfonico para orchestra (1883)
  • Adagetto para orchestra
  • Cantata: A Giove
  • Cantata: I figli d'Italia bella (1877)
  • Hino de Roma
  • Missa a Quatro Vozes (1880)
  • Réquiem (1905)
  • Marcia Scossa Elettrica para piano
  • três Minuetos para quarteto de cordas
  • Crisantemi para quarteto de cordas
  • Onze canções para piano
  • Foglio d'Album
  • Piccolo Tango

Ligações externas

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Referências

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