Estado policial: diferenças entre revisões
Linha 1: | Linha 1: | ||
'''Estado policial''' é o tipo de organização [[Estado|estatal]] fortemente baseada no controle da [[população]] (e, principalmente, de opositores e [[dissidente]]s) por meio da [[polícia política]], das [[forças armadas]] |
'''Estado policial''' é o tipo de organização [[Estado|estatal]] fortemente baseada no controle da [[população]] (e, principalmente, de opositores e [[dissidente]]s) por meio da [[polícia política]], das [[forças armadas]] e outros órgãos de controle ideológico e [[repressão política]]. |
||
Segundo teóricos do [[absolutismo]], como o filósofo [[prussiano]] [[Christian Wolf]] (1679-1754), a extensão dos poderes do Estado |
Segundo teóricos do [[absolutismo]], como o filósofo [[prussiano]] [[Christian Wolf]] (1679-1754), a extensão dos poderes do Estado seria moralmente justificável porque a sua finalidade é trazer bem-estar e felicidade aos indivíduos, e só o Estado absoluto poderia dispor do poder e dos meios necessários (inclusive a [[coação]] física) à realização de tal finalidade, por não estar sujeito às suas próprias [[lei]]s. Tal concepção resulta em uma confusão entre fins (a felicidade dos súditos) e os meios (o [[poder]] do Estado). É essa confusão que fundamenta o surgimento do ''Polizeistaat'' - o Estado policial. Posteriormente, em 1794, após a morte de [[Frederico II da Prússia|Frederico II]], é publicado um código (''Allgemeines Landrecht für die Preussischen Staaten'') que, pela primeira vez, no âmbito dos [[estados alemães]], estabeleceu o princípio segundo o qual a lei obriga também aquele que a promulgou. Ao Estado policial sucede, assim, o [[Estado de direito]] (''Rechtstaat'').<ref> MONET, Jean-Claude Monet. [http://books.google.com.br/books?id=ATRu6KbTu5QC&pg=PA22&lpg=PA22&dq=%22estado+policial%22++Christian+Wolf&source=bl&ots=xedrZY7gkD&sig=bUCxlGjOmCN01LHy6aIrVIsBqZ0&hl=pt-PT&sa=X&ei=ab1kUuH1Doi22gWBzICQBg&ved=0CEkQ6AEwAw#v=onepage&q=%22estado%20policial%22%20%20Christian%20Wolf&f=false '' Polícias e Sociedades na Europa''] vol. 3. São Paulo: [[Edusp]], 2006, p.22. </ref> |
||
O Estado policial é um dos aspectos do [[totalitarismo]] e de sua [[ideologia]]. |
O Estado policial é um dos aspectos do [[totalitarismo]] e de sua [[ideologia]]. |
Revisão das 06h20min de 21 de outubro de 2013
Estado policial é o tipo de organização estatal fortemente baseada no controle da população (e, principalmente, de opositores e dissidentes) por meio da polícia política, das forças armadas e outros órgãos de controle ideológico e repressão política.
Segundo teóricos do absolutismo, como o filósofo prussiano Christian Wolf (1679-1754), a extensão dos poderes do Estado seria moralmente justificável porque a sua finalidade é trazer bem-estar e felicidade aos indivíduos, e só o Estado absoluto poderia dispor do poder e dos meios necessários (inclusive a coação física) à realização de tal finalidade, por não estar sujeito às suas próprias leis. Tal concepção resulta em uma confusão entre fins (a felicidade dos súditos) e os meios (o poder do Estado). É essa confusão que fundamenta o surgimento do Polizeistaat - o Estado policial. Posteriormente, em 1794, após a morte de Frederico II, é publicado um código (Allgemeines Landrecht für die Preussischen Staaten) que, pela primeira vez, no âmbito dos estados alemães, estabeleceu o princípio segundo o qual a lei obriga também aquele que a promulgou. Ao Estado policial sucede, assim, o Estado de direito (Rechtstaat).[1]
O Estado policial é um dos aspectos do totalitarismo e de sua ideologia.
Referências
- ↑ MONET, Jean-Claude Monet. Polícias e Sociedades na Europa vol. 3. São Paulo: Edusp, 2006, p.22.
Ver também
- Estado de direito
- Direitos civis
- Totalitarismo
- Terrorismo de Estado
- Agente provocador
- Espionagem
- Contraespionagem
- Contrainformação
- Polícia secreta
- Serviço de inteligência
Ligações externas
- Um Estado policial. Por Mauro Santayana. Carta Maior, 15 de junho de 2013
- Anyone Could be Next: The U.S. is Now a Police State. Por Paul Craig Roberts. Counterpunch, 10 de fevereiro de 2010.
- Are we becoming a police state? Five things that have civil liberties advocates nervous. Por Sal Gentile. PBS, 7 de dezembro de 2011.