Yoshitane Fujimori: diferenças entre revisões

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'''Yoshitane Fujimori''' ([[Mirandópolis]], [[19 de maio]] de [[1944]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[5 de dezembro]] de [[1970]]) foi um [[guerrilheiro]] brasileiro, integrante da [[luta armada]] contra a [[ditadura militar brasileira|ditadura militar]] instalada no país em [[1964]].
'''Yoshitane Fujimori''' ([[Mirandópolis]], [[19 de maio]] de [[1944]] - [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], [[5 de dezembro]] de [[1970]]) foi um [[guerrilheiro]] brasileiro, integrante da [[luta armada]] contra a [[ditadura militar brasileira|ditadura militar]] instalada no país em [[1964]]. Filho de Tadakazu Fujimori e Harue Fujimori.


Técnico em [[eletrônica]], filiou-se à [[VPR]] (Vanguarda Popular Revolucionária) e, um dos mais ativos combatentes do período, participou de diversas ações de guerrilha urbana entre 1968 e 1970. Fujimori assassinou o pequeno empresário Estanislau Ignácio Correa em 07 de novembro de 1968, quando o seu carro foi roubado e o industrial, que estava desarmado e sozinho, foi morto com três tiros<ref>MIR, Luís. A Revolução Impossível. São Paulo: Bestseller, 1994 </ref>, seu corpo foi retirado e seu carro levado pelos militantes da [[VPR]], depois abandonado ao se deparar com uma viatura policial.<ref>Folha de São Paulo de 08.11.1968, 2.ª Edição, página 16.</ref> Outra ação que Fujimori participou foi a repetição do assalto no Banco do Estado de São Paulo que foi assaltado em 1968 duas vezes pela [[VPR]], comandado o roubo por Fujimori.<ref>LAQUE, João Roberto. Pedro e Os Lobos: OS Anos de Chumbo na Trajetória de um Guerrilheiro Urbano. Editora Editorial, S./D., p. 222</ref>
Técnico em [[eletrônica]], filiou-se à [[VPR]] (Vanguarda Popular Revolucionária) e, um dos mais ativos combatentes do período, participou de diversas ações de guerrilha urbana entre 1968 e 1970. Ele tinha uma estreita ligação com [[:pt:Carlos_Lamarca|Carlos Lamarca]], considerado o maior inimigo do [[:pt:Regime_militar_no_Brasil|regime militar brasileiro]]. Para não ser identificado pelos órgãos repressores, Fujimori usava codinomes: Edgar e Japonês. Ele assassinou o pequeno empresário Estanislau Ignácio Correa em 07 de novembro de 1968, quando o seu carro foi roubado e o industrial, que estava desarmado e sozinho, foi morto com três tiros<ref>MIR, Luís. A Revolução Impossível. São Paulo: Bestseller, 1994 </ref>, seu corpo foi retirado e seu carro levado pelos militantes da [[VPR]], depois abandonado ao se deparar com uma viatura policial.<ref>Folha de São Paulo de 08.11.1968, 2.ª Edição, página 16.</ref> Outra ação que Fujimori participou foi a repetição do assalto no Banco do Estado de São Paulo que foi assaltado em 1968 duas vezes pela [[VPR]], comandado o roubo por Fujimori.<ref>LAQUE, João Roberto. Pedro e Os Lobos: OS Anos de Chumbo na Trajetória de um Guerrilheiro Urbano. Editora Editorial, S./D., p. 222</ref>


Foi companheiro de [[Carlos Lamarca]] no foco guerrilheiro do [[Vale do Ribeira]] onde assassinou a golpes de [[fuzil]] [[FN FAL]] o [[tenente]] da [[Força Pública]] (hoje Polícia Militar) paulista Alberto Mendes Junior.<ref>{{Ref-livro|sobrenome=Gaspari|nome=Elio|título=As Ilusões Armadas: A Ditadura Escancarada|editor=Companhia das Letras|edição=2002|URL=http://books.google.com.br/books?id=_yuLTjvQxgMC&pg=PA1&dq=A+ditadura+escancarada&hl=pt-BR&ei=atYATv2YG8OWtweO5M3vDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDgQ6AEwAg#v=onepage&q=A%20ditadura%20escancarada&f=false|id=85-359-0299-6}}pg.197</ref>
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No dia [[5 de dezembro]] de 1970, Fujimori passava pela pela Praça Santa Rita de Cássia, no Bosque da Saúde, na cidade de São Paulo, junto com outro guerrilheiro, Edson Quaresma, quando foram reconhecidos por uma patrulha do [[DOI-CODI]] do [[II Exército]] que começou a persegui-los. Os agentes metralharam o automóvel, ferindo ambos os guerrilheiros. Edson correu para um rua lateral onde foi alcançado e morto. Yoshitane, ferido com diversos tiros, foi morto na Operação Bandeirantes ([[OBAN]]).<ref>{{citar web|url=http://www.avozdopovodoinga.jex.com.br/aqui+e+agora/para+nao+esquecer+jamais+historia+de+edson+neves+quaresma+e+yoshitane+fujimori+-cxxvii|titulo=PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de EDSON NEVES QUARESMA e YOSHITANE FUJIMORI -CXXVII|acessodata=21/06/2011}}</ref> Seu corpo foi enterrado como indigente no Cemitério de [[Vila Formosa]].<ref>{{citar web|url=http://www.istoe.com.br/reportagens/114862_A+VOZ+DOS+MORTOS+DE+VILA+FORMOSA|titulo=A voz dos mortos de Vila Formosa|publicado=Isto É|acessodata=21/06/2011}}</ref>
No dia [[5 de dezembro]] de 1970, Fujimori passava pela pela Praça Santa Rita de Cássia, no Bosque da Saúde, na cidade de São Paulo, junto com outro guerrilheiro, Edson Quaresma, quando foram reconhecidos por uma patrulha do [[DOI-CODI]] do [[II Exército]] que começou a persegui-los. Os agentes metralharam o automóvel, ferindo ambos os guerrilheiros. Edson correu para um rua lateral onde foi alcançado e morto. Yoshitane, ferido com diversos tiros, foi morto na Operação Bandeirantes ([[OBAN]]).<ref>{{citar web|url=http://www.avozdopovodoinga.jex.com.br/aqui+e+agora/para+nao+esquecer+jamais+historia+de+edson+neves+quaresma+e+yoshitane+fujimori+-cxxvii|titulo=PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de EDSON NEVES QUARESMA e YOSHITANE FUJIMORI -CXXVII|acessodata=21/06/2011}}</ref> Mas, a morte de Fujimori envolve uma polêmica: mesmo estando muito ferido, ele chegou com vida no [[DOI-CODI]]. Depois, apareceu morto. O agente da repressão que estava envolvido em sua morte era Alcides Cintra Bueno Filho. Já os legistas atestaram o o laudo médico de Fujimori foram Armando Canger Rodrigues e [[:pt:Harry_Shibata|Harry Shibata]]. Seu corpo foi enterrado como indigente no Cemitério de [[Vila Formosa]].<ref>{{citar web|url=http://www.istoe.com.br/reportagens/114862_A+VOZ+DOS+MORTOS+DE+VILA+FORMOSA|titulo=A voz dos mortos de Vila Formosa|publicado=Isto É|acessodata=21/06/2011}}</ref>


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Revisão das 16h10min de 15 de junho de 2014

Yoshitane Fujimori
Nascimento 19 de maio de 1944
Mirandópolis, Brasil
Morte 5 de dezembro de 1970 (26 anos)
São Paulo, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação guerrilheiro

Yoshitane Fujimori (Mirandópolis, 19 de maio de 1944 - São Paulo, 5 de dezembro de 1970) foi um guerrilheiro brasileiro, integrante da luta armada contra a ditadura militar instalada no país em 1964. Filho de Tadakazu Fujimori e Harue Fujimori.

Técnico em eletrônica, filiou-se à VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e, um dos mais ativos combatentes do período, participou de diversas ações de guerrilha urbana entre 1968 e 1970. Ele tinha uma estreita ligação com Carlos Lamarca, considerado o maior inimigo do regime militar brasileiro. Para não ser identificado pelos órgãos repressores, Fujimori usava codinomes: Edgar e Japonês. Ele assassinou o pequeno empresário Estanislau Ignácio Correa em 07 de novembro de 1968, quando o seu carro foi roubado e o industrial, que estava desarmado e sozinho, foi morto com três tiros[1], seu corpo foi retirado e seu carro levado pelos militantes da VPR, depois abandonado ao se deparar com uma viatura policial.[2] Outra ação que Fujimori participou foi a repetição do assalto no Banco do Estado de São Paulo que foi assaltado em 1968 duas vezes pela VPR, comandado o roubo por Fujimori.[3]

Fujimori foi um dos militares que acompanharam Carlos Lamarca na quebra do cerco imposto em uma área de treinamento da VPR no Vale do Ribeira, em São Paulo. Nesse episódio, ele assassinou a coronhadas de fuzil FN FAL o tenente da Força Pública (hoje, Polícia Militar) paulista Alberto Mendes Junior.[4]

No dia 5 de dezembro de 1970, Fujimori passava pela pela Praça Santa Rita de Cássia, no Bosque da Saúde, na cidade de São Paulo, junto com outro guerrilheiro, Edson Quaresma, quando foram reconhecidos por uma patrulha do DOI-CODI do II Exército que começou a persegui-los. Os agentes metralharam o automóvel, ferindo ambos os guerrilheiros. Edson correu para um rua lateral onde foi alcançado e morto. Yoshitane, ferido com diversos tiros, foi morto na Operação Bandeirantes (OBAN).[5] Mas, a morte de Fujimori envolve uma polêmica: mesmo estando muito ferido, ele chegou com vida no DOI-CODI. Depois, apareceu morto. O agente da repressão que estava envolvido em sua morte era Alcides Cintra Bueno Filho. Já os legistas atestaram o o laudo médico de Fujimori foram Armando Canger Rodrigues e Harry Shibata. Seu corpo foi enterrado como indigente no Cemitério de Vila Formosa.[6]

Ver também

Referências

  1. MIR, Luís. A Revolução Impossível. São Paulo: Bestseller, 1994
  2. Folha de São Paulo de 08.11.1968, 2.ª Edição, página 16.
  3. LAQUE, João Roberto. Pedro e Os Lobos: OS Anos de Chumbo na Trajetória de um Guerrilheiro Urbano. Editora Editorial, S./D., p. 222
  4. Gaspari, Elio. Companhia das Letras, ed. As Ilusões Armadas: A Ditadura Escancarada 2002 ed. [S.l.: s.n.] 85-359-0299-6 pg.197
  5. «PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de EDSON NEVES QUARESMA e YOSHITANE FUJIMORI -CXXVII». Consultado em 21 de junho de 2011 
  6. «A voz dos mortos de Vila Formosa». Isto É. Consultado em 21 de junho de 2011