Paulo de Tarso Venceslau

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Paulo de Tarso Venceslau
Nascimento 15 de setembro de 1943 (80 anos)
Santa Bárbara d'Oeste, Brasil
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação economista
guerrilheiro

Paulo de Tarso Venceslau (Santa Bárbara d'Oeste, 15 de setembro de 1943) é um economista e ex-guerrilheiro brasileiro, integrante de organizações de extrema-esquerda que fizeram a luta armada contra a ditadura militar no Brasil, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) e um dos sequestradores do ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969.

Filho de um médico integralista, José Venceslau Júnior (autor do livro O Integralismo ao alcance de todos), e vice-presidente - de direita - do Grêmio Estudantil do Colégio Monteiro Lobato, em 1961, em Taubaté, São Paulo, no ensino secundário,[1] Paulo de Tarso deu um guinada em suas posições ideológicas na faculdade, quando integrou o movimento estudantil e cursou Economia na USP - cadeira que só terminou depois de mais de cinco anos preso pelo sequestro do embaixador Elbrick - e foi um dos responsáveis pelo esquema de segurança dos estudantes reunidos para o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, 1968, durante o regime militar.[1]

Luta armada[editar | editar código-fonte]

Em 1969, Tarso participou do GTA (Grupo Tático Armado) paulista da ALN, em que atuou em diversas ações de roubos à mão armada, até ser escolhido por Joaquim Câmara Ferreira, o "Toledo" da direção da organização, para participar do sequestro de Elbrick, idealizado por integrantes da Dissidência Comunista da Guanabara, no Rio de Janeiro. Venceslau atuou no sequestro - comandado pelo companheiro de ALN Virgílio Gomes da Silva, o Jonas - ocupando a limusine do embaixador com outros guerrilheiros e, nos dias em que o diplomata esteve em cativeiro, foi o elo de ligação entre as organizações do Rio e de São Paulo, viajando de uma cidade para outra e levando os nomes a serem incluídos na lista exigida em troca do resgate.[1] Preso numa emboscada policial em São Sebastião,litoral de São Paulo, em 1 de outubro de 1969, menos de um mês após o sequestro, ele foi levado para a Operação Bandeirantes-OBAN, na capital paulista, onde foi torturado por três dias.

Julgado e condenado pelo sequestro, Venceslau foi solto em dezembro de 1974 e formou-se como economista. Integrante do Partido dos Trabalhadores nos anos 80, ele exerceu as funções de secretário de finanças da prefeitura de Campinas e assessor da prefeitura de São Bernardo do Campo. Abandonou o PT nos anos 90 em meio a grandes controvérsias, denunciando corrupção e mau uso de verbas públicas de prefeituras municipais administradas na época pelo partido.[2]

Visto[editar | editar código-fonte]

Por mais de três décadas, depois de tentar por várias vezes conhecer o país, Paulo de Tarso Venceslau teve sua entrada nos EUA proibida, assim como Fernando Gabeira e Franklin Martins, outros integrantes do sequestro de Elbrick, graças à Lei de Imigração e Naturalização que veta a entrada de pessoas que se envolveram em atividades terroristas ou contra instalações dos Estados Unidos. Em 2009, entretanto, conseguiu visto de entrada em seu passaporte, o que em suas palavras acredita ser uma nova posição política da administração de Barack Obama com relação a eles,[3] mas um telegrama obtido pelo WikiLeaks revela que o visto foi dado por engano. Mesmo assim, ele foi mantido pela diplomacia norte-americana, em nome das boas relações com o Itamaraty e com o Brasil.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências