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A '''Ilha do Coral'''{{nota de rodapé|Também conhecida e citada como '''ilha dos Corais'''.}} é uma ilha localizada no litoral do estado de [[Santa Catarina]], [[Brasil]], a 45 minutos de barco em frente à Praia de [[Garopaba]], ao sul de [[Florianópolis]]. Nela há um velho [[farol]] e um paredão com inscrições [[rupestre]]s, provavelmente com mais de dois mil anos.<ref name="Rupes" /> Durante muito tempo, a ilha ficou conhecida em virtude de ter um velho morador que lá habitava sozinho junto com algumas [[cabra]]s.<ref name="AN" >{{citar web|URL=http://www1.an.com.br/ancapital/2000/jun/20/1ult.htm|título=Triste fim: o lendário ermitão da ilha dos Corais|autor=Aldírio Simões|data=20 de Junho de 2000|publicado=Jornal «A Notícia»|acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref> |
A '''Ilha do Coral'''{{nota de rodapé|Também conhecida e citada como '''ilha dos Corais'''.}} é uma ilha localizada no litoral do estado de [[Santa Catarina]], [[Brasil]], a 45 minutos de barco em frente à Praia de [[Garopaba]], ao sul de [[Florianópolis]]. Nela há um velho [[farol]] e um paredão com inscrições [[rupestre]]s, provavelmente com mais de dois mil anos.<ref name="Rupes" /> Durante muito tempo, a ilha ficou conhecida em virtude de ter um velho morador que lá habitava sozinho junto com algumas [[cabra]]s.<ref name="AN" >{{citar web|URL=http://www1.an.com.br/ancapital/2000/jun/20/1ult.htm|título=Triste fim: o lendário ermitão da ilha dos Corais|autor=Aldírio Simões|data=20 de Junho de 2000|publicado=Jornal «A Notícia»|acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref> Ultimamente ficou conhecida por abrigar os "Amigos da Ilha Sul", um grupo de amigos, que se reúnem, uma vez por ano, para viver momentos de diversão e muita alegria. |
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Na temporada há serviços de transporte que levam até a ilha. As saídas são feitas a partir da enseada de Garopaba.<ref>{{citar web|URL=http://www.guiasantacatarina.com.br/garopaba/atrativos.php3|título=Perfil de Garopaba|autor=Adm. do sítio web|data=2012|publicado=Guia de Santa Catarina|acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref> |
Na temporada há serviços de transporte que levam até a ilha. As saídas são feitas a partir da enseada de Garopaba.<ref>{{citar web|URL=http://www.guiasantacatarina.com.br/garopaba/atrativos.php3|título=Perfil de Garopaba|autor=Adm. do sítio web|data=2012|publicado=Guia de Santa Catarina|acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref> |
Revisão das 12h59min de 19 de janeiro de 2015
Ilha do Coral | |
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27° 56′ 17″ N, 48° 32′ 35″ O | |
Geografia física | |
País | Brasil |
Localização | Palhoça Santa Catarina |
Área | 0,0325[1] (3,3 hectares) km² |
Geografia humana | |
População | Não há |
A Ilha do Coral[nota 1] é uma ilha localizada no litoral do estado de Santa Catarina, Brasil, a 45 minutos de barco em frente à Praia de Garopaba, ao sul de Florianópolis. Nela há um velho farol e um paredão com inscrições rupestres, provavelmente com mais de dois mil anos.[1] Durante muito tempo, a ilha ficou conhecida em virtude de ter um velho morador que lá habitava sozinho junto com algumas cabras.[2] Ultimamente ficou conhecida por abrigar os "Amigos da Ilha Sul", um grupo de amigos, que se reúnem, uma vez por ano, para viver momentos de diversão e muita alegria.
Na temporada há serviços de transporte que levam até a ilha. As saídas são feitas a partir da enseada de Garopaba.[3]
Características
Com vegetação nativa formada por árvores de médio porte, assim como algumas árvores frutíferas introduzidas, como bananeiras e ameixeiras, a ilha é escarpada, cercada de costões rochosos, sem praias naturais (de areia) e tem como ponto mais alto uma elevação de 64 metros de altura.[1] As águas ao largo, são de tom azul-cobalto e até o presente momento não há nenhum levantamento relevante sobre a fauna e a flora insular.
Pertencente à Marinha do Brasil, a ilha situa-se a uma hora e meia de barco ao sul de Florianópolis, nos arredores da Guarda do Embaú.
História
Afundamentos
Em 6 de agosto de 1944, os navios Chuilóide e Tietê afundaram nas águas ao redor da ilha depois de colidir. Ambas as tripulações foram salvas pela embarcação Taquari.[4]
Morador eremita
Por trinta e seis anos, João Manoel Borges (12 de julho de 1918 — 29 de maio de 2000), popularmente conhecido como «Zé d'Angerca» ou «Zé das Cabras»,[2][nota 2] viveu sozinho na ilha, sem amigos nem família, que moravam no continente.[5][nota 3] Borges foi para a ilha após a morte da esposa no parto da filha caçula, em 1962, e entregou a filha recém-nascida a uma irmã, além de ter deixado o único filho homem também aos cuidados de parentes.[5] As outras três filhas pré-adolescentes, com quem foi pra ilha, o abandonam assim que encontraram quem as tirasse de lá por casamento.[5][2]
Durante tal degredo voluntário, esse eremita construiu um casebre de três cômodos e fez picadas e roçados em terrenos íngremes por toda a ilha do Coral.[5] Analfabeto e com dificuldades de se expressar, ia uma ou duas vezes por ano ao continente, sobretudo para visitar as filhas e ir ao banco.[5] Na ilha criava galinhas e cabras e cultivava sobretudo feijão, abóbora e mandioca.[5] Além da aposentadoria como agricultor, uma de suas fontes de renda era o peixe seco, o qual ele salgava com o sal recolhido nas rochas da ilha e vendia a comerciantes no litoral catarinense.[2][nota 4] Conta-se que ele havia vendido a ilha — que é patrimônio da União[2] — três vezes, uma das quais a um estrangeiro. Relata-se que um conhecido comerciante da região a teria comprado do Sr. João, mas tal transação foi denunciada à Marinha, que de imediato tomou providências e reassumiu a sua propriedade, e que, por isso, a Marinha determinou algumas normas para quem chegava à ilha, descartando assim os poderes que o ermitão imaginava ter.[2]
João d'Angerca teria ficado magoado e resolveu de uma vez por todas abandonar aquele seu pedaço de terra perdido no oceano, que foi «dele» durante mais de três décadas. Em 1999, com 80 anos e já doente após sofrer um derrame cerebral um ano antes, foi obrigado a mudar-se para o continente.[5] O ermitão tinha pouco mais de um metro e meio e fumava há sessenta anos cachimbo e cigarro. Morreu no município de Paulo Lopes, litoral catarinense, de causas não explicadas, aparentemente suicídio, já que nunca se acostumou ao retorno para o continente.[2]
Antes de deixar a ilha definitivamente ele havia sentenciado: «Sei que na terra não vou me acostumar mais, mas daí morro logo. Em terra firme não vou viver.»[2]
Notas
- ↑ Também conhecida e citada como ilha dos Corais.
- ↑ Corruptela de «João de Angélica», sua mãe.
- ↑ Um irmão seu, Simião Manoel Borges, falecido há dois anos, também se instalou com a mulher na distante praia do Saquinho na década de 60, no sul da ilha de Santa Catarina. Era conhecido como «prefeito do Saquinho» e tocava gaita para alegrar os raríssimos visitantes que venciam o íngreme e tortuoso caminho sobre o costão.[2]
- ↑ Durante muitos anos ele desenvolveu uma bebida destilada com gengibre, cachaça, açúcar e groselha, à qual apelidou de «campá», e tinha gosto semelhante ao Campari.[2]
Referências
- ↑ a b c COMERLATO, Fabiana (2005). «As representações rupestres do litoral de Santa Catarina» (PDF). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Consultado em 21 de agosto de 2014
- ↑ a b c d e f g h i j Aldírio Simões (20 de Junho de 2000). «Triste fim: o lendário ermitão da ilha dos Corais». Jornal «A Notícia». Consultado em 21 de agosto de 2014
- ↑ Adm. do sítio web (2012). «Perfil de Garopaba». Guia de Santa Catarina. Consultado em 21 de agosto de 2014
- ↑ CAMPBELL, Herbert (1993). A marinha mercante na Segunda Guerra. [S.l.]: Editora Record. 127 páginas. ISBN: 9788501903013
- ↑ a b c d e f g Da redação (1999). Revista Trip nº 71. [S.l.]: Trip Editora e Propaganda S.A. 108 páginas. ISSN 1414-350X