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'''Karl Ludwig Sand''' ([[Wunsiedel]], [[Prussia]], [[5 de outubro]] de [[1795]] - [[Mannheim]], [[20 de maio]] de [[1820]]), também conhecido como Carl Ludwig Sand, foi um jovem estudante, da [[Universidade de Jena]], sorteado em sessão da [[Burschenschaft]] para matar [[August von Kotzebue]], que confessou ter executado o crime conforme as determinações da [[seita]]. Foi julgado em [[Mannheim]] em [[10 de novembro]] de [[1819]], numa atmosfera de terror criada pelas sociedades secretas. Karl Ludwig Sand confessou o crime, gabou-se de tê-lo cometido e negou ter qualquer cúmplice. Foi condenado à morte. O Imperador da [[Rússia]] enviou ao [[Grão-duque]] de [[Baden]] um ultimato protestando contra a demora da execução da sentença. Foi executado em [[20 de maio]] de [[1820]] e enterrado no [[Hauptfriedhof Mannheim|cemitério de Mannheim]], ao lado de sua vítima. |
'''Karl Ludwig Sand''' ([[Wunsiedel]], [[Prussia]], [[5 de outubro]] de [[1795]] - [[Mannheim]], [[20 de maio]] de [[1820]]), também conhecido como Carl Ludwig Sand, foi um jovem estudante, da [[Universidade de Jena]], sorteado em sessão da [[Burschenschaft]] para matar [[August von Kotzebue]], que confessou ter executado o crime conforme as determinações da [[seita]]. Foi julgado em [[Mannheim]] em [[10 de novembro]] de [[1819]], numa atmosfera de terror criada pelas sociedades secretas. Karl Ludwig Sand confessou o crime, gabou-se de tê-lo cometido e negou ter qualquer cúmplice. Foi condenado à morte. O Imperador da [[Rússia]] enviou ao [[Grão-duque]] de [[Baden]] um ultimato protestando contra a demora da execução da sentença. Foi executado em [[20 de maio]] de [[1820]] e enterrado no [[Hauptfriedhof Mannheim|cemitério de Mannheim]], ao lado de sua vítima. |
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Revisão das 19h28min de 19 de abril de 2015
Karl Ludwig Sand | |
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Nome completo | Karl Ludwig Sand (Carl Ludwig Sand) |
Nascimento | 5 de outubro de 1795 Wunsiedel, Reino da Prússia |
Morte | 20 de maio de 1820 (24 anos) Mannheim, Grão-Ducado de Baden |
Nacionalidade | bávaro |
Progenitores | Mãe: Dorthea Jane Wilheltmina Schapf Pai: Godfrey Christopher Sand |
Karl Ludwig Sand (Wunsiedel, Prussia, 5 de outubro de 1795 - Mannheim, 20 de maio de 1820), também conhecido como Carl Ludwig Sand, foi um jovem estudante, da Universidade de Jena, sorteado em sessão da Burschenschaft para matar August von Kotzebue, que confessou ter executado o crime conforme as determinações da seita. Foi julgado em Mannheim em 10 de novembro de 1819, numa atmosfera de terror criada pelas sociedades secretas. Karl Ludwig Sand confessou o crime, gabou-se de tê-lo cometido e negou ter qualquer cúmplice. Foi condenado à morte. O Imperador da Rússia enviou ao Grão-duque de Baden um ultimato protestando contra a demora da execução da sentença. Foi executado em 20 de maio de 1820 e enterrado no cemitério de Mannheim, ao lado de sua vítima.
Karl Ludwig Sand foi voluntário contra Napoleão Bonaparte, combateu em Waterloo e esteve na França até 1816 com o exército de ocupação. Voltou para a Universidade de Erlangen-Nuremberga, da qual era estudante, filiando-se com exaltação a Burschenschaft. Em 1817 Karl Ludwig Sand ingressou na Universidade de Jena, onde foi fundada, em 1815, a primeira Burschenschaft, composta por antigos combatentes das guerras contra Napoleão Bonaparte.
Controvérsias:
O único opositor da Bucha no Brasil e de Julius Frank foi o pesquisador e historiador Gustavo Barroso, autor de História Secreta do Brasil. Gustavo Barroso ainda assevera ter sido Julius Frank o assassino do escritor August von Kotzebue.[1]
O túmulo de Julius Frank, conhecido no Brasil como Júlio Frank,[2] em estilo neoclássico, encontra-se no pátio interno da Faculdade de Direito, do Largo de São Francisco. Julius Frank foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e fundou a sociedade secreta Burschenschaft, conhecida como Bucha, por volta de 1834. Karl Ludwig Sand, conhecido no Brasil como Júlio Frank, se cercou de pessoas influentes, a ponto de obter a proteção do Senador Nicolau Vergueiro e do Brigadeiro Rafael Tobias, além de ser nomeado, sem nenhum critério avaliador, professor de História do Curso Anexo da Faculdade de Direito de São Paulo.[3]
“ | Muitos sabem tratar-se de um erudito estrangeiro que durante anos desempenhou o cargo de professor de História no Curso Anexo, aceito apenas pelo seu grande saber, e que um dia saiu de São Paulo pela morte, como havia entrado pela estrada de Sorocaba, sem apresentar papéis nem falar de si. | ” |
“ | As últimas testemunhas falaram de Júlio Frank como de um homem singular, aparecido em São Paulo ali por 1830, calando avaramente tudo quanto se referia ao seu passado. | ” |
Em 1820 as viagens por terra eram lentas e as por mar, às vezes, ainda mais lentas, dependendo dos ventos. Em março ou abril de 1821 desembarcou no Rio de Janeiro, vindo clandestinamente num barco mercante, o jovem Julius Frank, figura cheia de mistério.
“ | Quem diria, srs., ao ver esse mancebo reduzido a tal penúria, que nele se escondia um homem do mais raro merecimento? Que conhecia a fundo as línguas vivas da Europa e mesmo o latim e o grego; que era hábil geômetra e metafísico, que não era hóspede nos princípios de Direito Público e nos do Romano e que tinha perfeito conhecimento da História antiga e moderna. Pois tudo isso era, e o homem que tudo isso sabia era caixeiro de uma estalagem! | ” |
Se liam nas reuniões da Bucha os cadernos em que Julius Frank contava suas campanhas contra Napoleão Bonaparte. Com o nome de Julius Frank, chegou ao Brasil em 1821. Contava 26 anos. Quando morreu, em 1841, estava com 46 anos. Se Julius Frank tivesse somente 30, 32 ou 34 anos, quando faleceu, em 1841, teria desembarcado no Rio de Janeiro, em 1821, com 10, 12 ou 14 anos, o que é inadmissível e demonstra que essas idades são dadas para despistar quanto à verdadeira identidade da figura cheia de mistério.
“ | Frank viveu apenas 32 anos, dez dos quais no Brasil, país em que morreu e foi enterrado, de maneira insólita, no pátio da escola, onde seus restos permanecem sob um túmulo imponente, tombado pelo Patrimônio Histórico. | ” |
“ | Ao contrário da existência curta de seu fundador, a Bucha teve vida longa e influência duradoura na sociedade: de seus quadros saíram a maioria dos presidentes da República entre 1889 e 1930, além de poetas como Castro Alves e personalidades da história do Brasil como Ruy Barbosa e o Barão do Rio Branco. | ” |
Em 1823 surgiu subitamente no Rio de Janeiro Otto von Kotzebue, filho de August von Kotzebue. Comandava a fragata russa Enterprise, destinada a descobrimentos e explorações. No dia 13 de novembro de 1823, ancorou à vista da barra devido à calmaria do mar. Entrou na Baía de Guanabara no dia 14. Otto von Kotzebue permaneceu durante 25 dias no Rio de Janeiro, residindo em Botafogo, na casa de um amigo e deixando, na obra que escreveu sobre a viagem, boas descrições da capital brasileira. Voltou para a fragata na tarde de 9 de dezembro e levantou as velas no dia 10, saindo ao anoitecer. Era esperado que Karl Ludwig Sand não desejasse de forma alguma encontrar-se com o filho do homem que havia assassinado.
Julius Frank, que chegou ao Rio de Janeiro sem que alguém o conhecesse, paupérrimo, sendo logo preso na fortaleza da Lage, por queixa, ou coisa semelhante, do comandante do navio que o trouxe, e, sendo solto, foi caixeiro de uma estalagem. Em 1823 foi para a região do Morro de Ipanema e daí para Sorocaba. Deixando a estalagem, foi para São Paulo e na vila de Sorocaba abriu uma aula de francês, de inglês, italiano e latim. Já vantajosamente conhecido, foi convidado para exercer na capital o lugar do professor da cadeira de história anexa à Faculdade de Direito.[4] Julius Frank morreu em 1841, e foi sepultado no pátio do velho edifício da Faculdade de Direito de São Paulo.[5]
Bibliografia
- A Sombra de Júlio Frank (1942). Afonso Schmidt.[6]
- Die Unbedingten (2009)[7]
- História secreta do Brasil. Gustavo Barroso. Vols. 1-6.[8]
Notas e Referências
- ↑ Antonio Augusto Machado de Campos Neto (2003). «Memórias de Júlio Frank». Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo. Consultado em 14 de fevereiro de 2015
- ↑ Sacramento Blake (1970). «Diccionario Bibliographico Brasileiro (Volume 5: Letras Jo-Ly)». Conselho Federal de Cultura. Consultado em 14 de fevereiro de 2015
- ↑ Luiz Mário Ferreira Costa (2009). «Maçonaria e antimaçonaria: uma análise da "História secreta do Brasil" de Gustavo Barroso» (PDF). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora em História. Consultado em 15 de fevereiro de 2015
- ↑ Sacramento Blake (1970). «Diccionario Bibliographico Brasileiro (Volume 5: Letras Jo-Ly)». Conselho Federal de Cultura. Consultado em 14 de fevereiro de 2015
- ↑ Luiz Mário Ferreira Costa (2009). «Maçonaria e antimaçonaria: uma análise da "História secreta do Brasil" de Gustavo Barroso» (PDF). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora em História. Consultado em 15 de fevereiro de 2015
- ↑ Afonso Schmidt (1942). «A Sombra de Júlio Frank». Consultado em 14 de fevereiro de 2015
- ↑ http://www.dieunbedingten.de (em alemão)
- ↑ Gustavo Barroso (1993). «História secreta do Brasil. Vols. 1-6.» (PDF). Editora Revisão. Consultado em 14 de fevereiro de 2015