Joana Angélica: diferenças entre revisões

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[[Sóror]] '''Joana Angélica de Jesus''', registrada ''Joanna Angélica de Jesus'' ([[Salvador (Bahia)|Salvador]], {{dni|12|12|1761|si}} — {{morte|19|2|1822}}) foi uma religiosa [[concepcionista]] [[Bahia|baiana]], nascida no [[Brasil colônia]], que morreu defendendo o [[Convento da Lapa]] em Salvador (Bahia) contra soldados [[portugal|portugueses]].
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== Mártir da [[independência da Bahia]] ==
== Mártir da [[independência da Bahia]] ==
=== Freira ===
=== Freira ===
Joana Angélica era filha de José Tavares de Almeida e sua esposa, Catarina Maria da Silva. Aos vinte anos de idade, a [[21 de abril]] de [[1782]], entrou para o [[noviciado]] no [[Convento da Lapa|Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa]], na capital baiana. Ali foi escrivã, [[mestra de noviças]], conselheira, [[vigária]] e, finalmente, [[abadessa]]. Ocupava a direção do [[convento]], em fevereiro de [[1822]], quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do brigadeiro [[Inácio Luís Madeira de Melo]] - que tinham vindo para Salvador desde o [[Dia do Fico]].
Joana Angélica era filha de José Tavares de Almeida e sua esposa, Catarina Maria da Silva. Aos vinte anos de idade, a [[21 de abril]] de [[1782]], entrou para o [[noviciado]] no [[Convento da Lapa|Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa]], na capital baiana. Ali foi escrivã, [[mestra de noviças]], conselheira e, finalmente, [[abadessa]]. Ocupava a direção do [[convento]], em fevereiro de [[1822]], quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do brigadeiro [[Inácio Luís Madeira de Melo]] - que tinham vindo para Salvador desde o [[Dia do Fico]].


=== Tumultos na ocupação portuguesa ===
=== Tumultos na ocupação portuguesa ===

Revisão das 23h43min de 5 de julho de 2015

 Nota: Se procura o filme de Walter Lima Jr., veja Joana Angélica (filme).
Martírio de Sóror Angélica.

Sóror Joana Angélica de Jesus, registrada Joanna Angélica de Jesus foi uma religiosa concepcionista baiana, nascida no Brasil colônia, que morreu defendendo o Convento da Lapa em Salvador (Bahia) contra soldados portugueses.

Mártir da independência da Bahia

Freira

Joana Angélica era filha de José Tavares de Almeida e sua esposa, Catarina Maria da Silva. Aos vinte anos de idade, a 21 de abril de 1782, entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na capital baiana. Ali foi escrivã, mestra de noviças, conselheira e, finalmente, abadessa. Ocupava a direção do convento, em fevereiro de 1822, quando a cidade ardia de agitação contra as tropas portuguesas do brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo - que tinham vindo para Salvador desde o Dia do Fico.

Tumultos na ocupação portuguesa

Grande resistência opunham os nativos baianos: no ano anterior (1821) a cidade já tinha sido palco de revoltas. A posse de Madeira de Melo tinha sido obstada, em 18 de fevereiro, mas a superioridade das forças do brigadeiro impingiram a derrota dos nativos.

Soldados e marinheiros portugueses se embriagam e cometem excessos pela cidade, comemorando e, a pretexto de perseguir eventuais "revoltosos" atacam casas particulares e, continuando a sanha desenfreada pelo dia seguinte, tomam as ruas e dirigem-se ao Convento da Lapa.

Ataque ao convento

Desfile cívico revive o martírio de Joana Angélica
Caetité-BA, 2 de julho de 2007.

Sólida construção colonial, ainda hoje existente na capital baiana, o Convento da Lapa compõe-se de uma clausura, cuja principal entrada é guarnecida por um portão de ferro.

Os gritos da soldadesca são ouvidos no interior. Imediatamente a abadessa, pressentindo certamente objetivos da profanação da castidade de suas internas, ordena que as monjas fujam pelo quintal. O portão é derrubado e, num gesto grandioso, Joana Angélica abre a segunda porta, postando-se como último empeço à inusitada invasão. Conta a tradição, reproduzida por diversos historiadores, que então exclamou:

Para trás, bandidos. Respeitem a casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta casa passando por sobre o meu cadáver.
 
Joana Angélica.

Abrindo os braços, num gesto comovente, tenta impedir que os invasores passem. É, então, assassinada a golpes de baioneta. Penetrando no sagrado recinto, encontram apenas o velho capelão, Padre Daniel da Silva Lisboa, a quem espancam a golpes de coronhas, deixando-o como morto.

Joana Angélica tornou-se, assim, a primeira mártir da grande luta que continuaria, até a definitiva libertação da Bahia, no ano seguinte, a 2 de julho, data efetiva da independência baiana.