Chamamé: diferenças entre revisões
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Dentre os músicos que se destacaram nesse gênero musical, podem-se citar: [[Isaco Abitbol]], [[Ernesto Montiel]], [[Tránsito Cocomarola]], [[Osvaldo Sosa Cordero]], [[Damasio Esquivel]], [[Tilo Escobar]], [[Roque González]], [[Abelardo Dimotta]], [[Avelino Flores]], [[Francisco Casís]], [[Antônio Giannantoni]], [[Miguel Repiso]], [[Blas Martinez Riera]] e [[Nini Flores]]<ref>[http://www.lanacion.com.ar/1925981-murio-nini-flores-un-maestro-de-la-musica-del-litoral Murió Nini Flores, un maestro de la música del litoral]</ref>. |
Dentre os músicos que se destacaram nesse gênero musical, podem-se citar: [[Isaco Abitbol]], [[Ernesto Montiel]], [[Tránsito Cocomarola]], [[Osvaldo Sosa Cordero]], [[Damasio Esquivel]], [[Tilo Escobar]], [[Roque González]], [[Abelardo Dimotta]], [[Avelino Flores]], [[Francisco Casís]], [[Antônio Giannantoni]], [[Miguel Repiso]], [[Blas Martinez Riera]] e [[Nini Flores]]<ref>[http://www.lanacion.com.ar/1925981-murio-nini-flores-un-maestro-de-la-musica-del-litoral Murió Nini Flores, un maestro de la música del litoral]</ref>. |
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Revisão das 03h51min de 2 de fevereiro de 2019
Chamamé é um estilo musical tradicional da província de Corrientes, Argentina, apreciado também no Paraguai e em vários locais do Brasil (i.e. nos estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e em outros países. Em sua origem se integram raízes culturais dos povos indígenas guaranis, dos criollos argentinos e até de imigrantes europeus. Na Argentina, o chamamé é dançado em compasso ternário, ou seja o chamamé valsado. Em pesquisas etimológicas, não existe a palavra chamamé. O mais próximo que etimólogos chegaram a concluir é que chamamé vem do guarani e quer dizer improvisação.[1] A origem da palavra chamamé não é muito certa, alguns historiadores procuram atribuir à palavra o significado improvisar, porém, trata-se somente de uma tentativa de buscar uma origem nas línguas indígenas, a qual não pode ser comprovada.
É considerado um dos ritmos decorrentes da amálgama entre a cultura guarani e europeia, ao lado da polca paraguaia e guarânia, guardando muitas semelhanças com o primeiro.
A origem do estilo musical é bastante controversa. Mario del Trancito Cocomarola, um dos primeiros chamamezeiros, dizia que o estilo musical que tocava não se chamava chamamé, mas sim polca correntina. Muitos historiadores argumentam que, na verdade, a origem do chamamé é paraguaia, constituindo-se de um novo ritmo oriundo das misturas entre guarânia e polca paraguaia, incluindo-se o bandoneon no estilo. Diversas personalidades argumentam que o nome chamamé foi atribuído ao então novo estilo musical em uma tentativa de identificá-lo com um sentimento nacional argentino, sendo que, na verdade, o mesmo era intimamente ligado à polca paraguaia e decorrente de uma versão argentina dos ritmos fronteiriços. Verdade ou mentira, o andamento do chamamé é praticamente idêntico à polca paraguaia e a outros estilos fronteiriços, como o rasqueado sul-matogrossense, o qual recebeu forte influência da polca paraguaia, de forma que muitos rasqueados, polcas paraguaias e guarânias são tocados no estilo musical do chamamé, sendo facilmente adaptáveis.
Tradicionalmente, os instrumentos utilizados pelos conjuntos chamamezeiros são dois violões e um bandoneón, podendo ser usado, no lugar deste último, um acordeão (também chamado sanfona), acordeon oito baixos ou acordeon de botão.
Muito popularizado no Paraguai e nos estados do sul e centro-oeste do Brasil, especialmente Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, o chamamé possui variações regionais nestes três locais.
O chamamé é bastante popular no Mato Grosso do Sul, sendo considerado um dos estilos musicais símbolo da cultura do estado, ao lado da polca paraguaia, guarânia e do rasqueado sul-matogrossense. Entre as muitas versões para a sua popularização no estado, a qual foi muito grande após a década de 50, prevalece aquela de que o chamamé foi trazido pelos imigrantes correntinos e paraguaios, que vieram ao estado trabalhar nas fazendas durante o ciclo da erva mate e também na pecuária local, trazendo assim seus discos e LPs de chamamé.
Um dos primeiros músicos locais a evidenciar e popularizar o chamamé na região foi Zé Corrêa (1945-1974). Natural da zona rural de Maracajú, o músico foi levado a cidade de São Paulo para gravar um LP, após ser descoberto como um exímio acordeonista enquanto acompanhava a dupla Delio e Delinha nas suas apresentações de rasqueado sul-matogrossense. Apelidado de o Rei do Chamamé pela população do seu estado, foi morto precocemente aos 29 anos, mas lançou as raízes do que se tornaria um ritmo típico de Mato Grosso do Sul.[2]
É considerado o precursor de músicos como Dino Rocha , Marlon Maciel, Maciel Corrêa, Aurélio Miranda, Zezinho Nantes, Humberto Yule, Maurício Brito, Elinho do Bandoneon, Dom Ramon, Tostão Mineiro, Marcelo Loureiro e músicos juvenis da nova geração como David Júniors e Rech Filho.
Apesar de Zé Corrêa ser bastante louvado no estilo, é atribuído a Amambai e Amambay o mérito pela introdução do chamamé no estado, sendo considerada a primeira dupla a tocar chamamé na região. Assim também, é atribuído a Elinho do Bandoneon o mérito por ressuscitar o chamamé, que outrora perdia espaço para outros estilos desde a década de 80, bem como incentivar constantemente uma melhora na execução das músicas por parte dos instrumentistas sul-matogrossenses, ao que este sempre propaga uma volta às origens correntinas.[3]
A popularidade do estilo no Mato Grosso do Sul é evidenciada pela Lei Estadual 3 .837, a qual instituiu o Dia do Chamamé em Mato Grosso do Sul[4], bem como pela lei estadual n.º 4.113/201, a qual instituiu Rio Brilhante a capital do chamamé no estado.[5]
Dentre os músicos que se destacaram nesse gênero musical, podem-se citar: Isaco Abitbol, Ernesto Montiel, Tránsito Cocomarola, Osvaldo Sosa Cordero, Damasio Esquivel, Tilo Escobar, Roque González, Abelardo Dimotta, Avelino Flores, Francisco Casís, Antônio Giannantoni, Miguel Repiso, Blas Martinez Riera e Nini Flores[6].
Exemplos de chamamés no Brasil
- 60 Dias Apaixonado - Chitãozinho & Xororó
- Sorriso Mudo - Chitãozinho & Xororó
- Coração de Fora - Chitãozinho & Xororó
- Loira Gelada - Chitãozinho & Xororó
- Quem Sabe de Mim Sou Eu - Zezé Di Camargo & Luciano
- Leve Minha Timidez - Zezé Di Camargo & Luciano
- Fui Dando Porrada - Leandro & Leonardo
- Espinhos da Vida - Matogrosso & Mathias
- A Fazenda de São Francisco (Maior Proeza) - João Paulo & Daniel
- Frete - Renato Teixeira
- Saudade Pesada - Rick & Renner
- Seu Coração Não Tem Dó do Meu - Cezar & Paulinho
Referências
- ↑ «Danças e Ritmos». Canto Gaudério. Consultado em 18 de abril de 2014
- ↑ Márcio Guimarães B. Nina (12 de agosto de 2010). «Zé Corrêa - O rei do chamamé». Márcio Guimarães B. Nina. Consultado em 28 de julho de 2014
- ↑ Kátia Kuratone (24 de setembro de 2011). «Temos que reciclar os conceitos de execução». Kátia Kuratone. Consultado em 28 de julho de 2014
- ↑ sem autoria (19 de setembro de 2012). «Dia do Chamamé é celebrado nesta quarta-feira no MS». sem autoria. Consultado em 28 de julho de 2014
- ↑ sem autoria (sem data). «Rio Brilhante recebe o título de Capital Estadual do Chamamé». sem autoria. Consultado em 28 de julho de 2014 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ Murió Nini Flores, un maestro de la música del litoral
Ligações externas
- Chamame.com.br Página sobre Chamamé Argentina-Brasileira