Areta de Cirene

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Areta de Cirene
Filosofia antiga
Nome completo Ἀρήτη
Escola/Tradição: escola cirenaica
Data de nascimento: Século IV a.C.
Local: Cirene
Principais interesses: filosofia moral, filosofia natural
Trabalhos notáveis descrita como a sucessora na direção da escola cirenaica
Influências: Aristipo de Cirene, Sócrates

Areta de Cirene em grego clássico: Ἀρήτη ou Arate de Cirene (viveu entre os séculos IV e V) foi filha de Aristipo de Cirene, um seguidor de Sócrates.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Ela aprendeu filosofia pelo seu pai, Aristipo, que aprendeu filosofia de Sócrates. Por sua vez, Arete ensinou filosofia ao seu filho - Aristipo o Novo - pelo que este foi apelidado de "Ensinado pela mãe" (em grego clássico: μητροδίδακτος).[1] Areta é por vezes descrita como a sucessora de seu pai na direção da escola cirenaica, mas pode ter sido o seu filho a fundar formalmente a escola.

Entre as falsas Epístolas socráticas (datadas provavelmente do 1º século) há uma carta fictícia de Aristipo dirigida a Areta.[2] Nesta carta, Areta é representada como vivendo uma vida razoavelmente próspera em Cirene. Aristipo diz-lhe que "ainda tens dois jardins, o suficiente para uma vida luxuosa; a propriedade de Berenice, mesmo que fosse deixada sozinha, não deixaria de te proporcionar um padrão de vida muito elevado".[3] Aristipo sugere-lhe que, depois da morte dele, ela deveria "ir para Atenas, depois de ter dado a Aristipo [o Novo] a melhor educação possível".[3] Ele sugere-lhe que ela deveria viver com Xântipe e Myrto, e que deveria olhar para Lamprocles como se fosse seu filho, e que ela devia adoptar "a filha de Eubois que costumavas tratar como se fosse livre".[3] Acima de tudo, ele exorta-a a "cuidar do pequeno Aristipo para que ele possa ser digno de nós e da filosofia; essa é a verdadeira herança que lhe deixo, já que nos outros aspectos da sua vida ele terá os oficiais em Cirene como seus inimigos".[3]

John Augustine Zahm (escrevendo sob o pseudónimo de Mozans), alegou que o estudioso do século XIV Giovanni Boccaccio teve acesso a alguns dos "escritores Gregos iniciais", o que permitiu a Boccaccio dar um elogio especial a Areta "pela variedade e amplitude das suas realizações":[4]

É dito que ela ensinou filosofia natural e moral nas escolas e academias de Ática durante trinta e cinco anos, que escreveu quarenta livros, e que contou entre os seus discípulos cento e dez filósofos. Ela gozava de tão boa estima entre os seus conterrâneos que estes inscreveram no seu túmulo um epitáfio que a declarava o esplendor da Grécia e que possuía a beleza de Helena, a virtude de Penélope, a caneta de Aristipo, a alma de Sócrates e a língua de Homero.[4]

Referências

  1. Diógenes Laércio, ii. 72, 83, 86; Eusébio, Praeparatio evangelica, xiv. 18. Cf. Clemente de Alexandria, Stromata, iv. 122; Estrabão, xvii. 3. 22; Eliano, Nat. Anim. iii. 40; Teodoreto, Therapeutike, xi. 1; Temístio, Orationes, xxi. 244
  2. As fictícias Cartas Socráticas não podem ser usadas automaticamente como uma fonte histórica, mas o autor anónimo destas cartas tem um "interesse no detalhe histórico", e ele parece ter acesso a um "manual de filosofia Grega que é semelhante em conteúdo ao de Diógenes Laércio, mas de conteúdo mais extenso". Abraham J. Malherbe, (1977), The Cynic Epistles: A Study Edition, page 28. SBL
  3. a b c d Socratic epistle 27 in Abraham J. Malherbe, (1977), The Cynic Epistles: A Study Edition, pages 282-5. SBL
  4. a b H. J. Mozans, (1913), Woman in Science, pages 197-9. New York

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Ogilvie, Marilyn Bailey (1986). Women in science: antiquity through the nineteenth century: a biographical dictionary with annotated bibliography. Cambridge, MA: MIT Press. ISBN 026215031X