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É usual associar à ''extrema-direita'' partidos ultraconservadores nos costumes, militaristas, [[Positivismo|positivistas]] ou nacionalistas e aqueles que têm como tônica de seu discurso o repúdio a populações de algum modo marginalizadas, como [[imigrantes]], [[mendigos]], [[prostituta]]s, culpando-os pelos problemas sociais. A [[Frente Nacional]], da [[França]], comandada por [[Jean-Marie Le Pen]] e o [[PRONA]] no [[Brasil]] são exemplos. |
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Os nazistas se diziam [[Nacional-Socialismo|nacional-socialistas]], considerando-se [[Nacionalismo|nacionalistas]] em vez de [[Internacional Socialista|internacionalistas]]. Por sua vez, os [[Comunismo|comunistas]] não os consideram como tal devido a suas características nacionalistas, ao fato de manterem nominalmente a propriedade privada, e por se basearem na noção de hierarquia natural entre seres humanos. |
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Estas associações, no entanto, são predominantemente tradicionais e não formais. Em relação ao nazismo ou [[neonazismo]], [[Ludwig von Mises]] afirma que o nazismo compartilha com o comunismo um viés estatizante e o intervencionismo econômico. |
Estas associações, no entanto, são predominantemente tradicionais e não formais. Em relação ao nazismo ou [[neonazismo]], [[Ludwig von Mises]] afirma que o nazismo compartilha com o comunismo um viés estatizante e o intervencionismo econômico. |
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== Hannah Arendt == |
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[[Hannah Arendt]] propôs em [[1951]] em "[[Origens do Totalitarismo]]"<ref>ARENDT, Hannah. ''The Origins of Totalitarianism'' (1951). Rev. ed.; New York: Schocken, 2004; ARENDT, Hannah. ''Origens do Totalitarismo''. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.</ref> a classificação do espectro político considerada "consenso entre os historiadores atualmente".<ref>Besançon, Alain; ''A infelicidade do século: sobre o comunismo, o nazismo e a unicidade de Shoah''. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.</ref> Hannah Arendt não utiliza os termos "esquerda" e "direita". Para Arendt temos "o conjunto dos dois regimes [[totalitarismo|totalitários]], [[comunismo]] e [[nazismo]], os regimes liberais e os regimes autoritários ([[Itália]], [[Espanha]], [[Hungria]], [[América latina]]) que provêm das categorias clássicas da [[ditadura]] e da [[tirania]], organizadas por [[Aristóteles]].”<ref name="Besançon, Alain 2000. pp. 141"/> |
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Revisão das 02h23min de 1 de maio de 2010
Espectro político é a gama de posições políticas representadas em um país, região ou localidade. A classificação das correntes políticas geralmente se faz através da sua localização sobre um ou mais eixos, cada um representando um aspecto da política.
Histórico
O primeiro modelo de espectro político coloca as diversas vertentes ao longo de um eixo cujos extremos são esquerda e direita. Esta distinção surgiu originalmente no parlamento francês no século XVIII, onde os parlamentares alinhados com certas correntes políticas sentavam-se à esquerda ou à direita no plenário.
A distribuição do espectro político entre esquerda e direita originalmente opunha os reformadores que defendiam a liberdade do cidadão comum com fim dos privilégios da aristocracia (esquerda) e os defensores do ancién regime, os conservadores que defendiam a nobreza feudal. Desta distinção surgiram os termos liberal e conservador, associados com a esquerda e a direita respectivamente.
Atualidade
Atualmente se associa à esquerda correntes políticas como socialismo e social-democracia. Centro-esquerda, "Terceira Via", centro-direita e suas variantes são consideradas de centro. Libertarianismo, liberalismo, neoliberalismo e conservadorismo são associados à direita.
Segundo o líder soviético Stalin em cada caso há as correntes tidas como extremas. Na extrema-esquerda o comunismo, Socialismo revolucionário e na extrema-direita o fascismo e o nazismo[1][2][3][4]
É usual associar à extrema-direita partidos ultraconservadores nos costumes, militaristas, positivistas ou nacionalistas e aqueles que têm como tônica de seu discurso o repúdio a populações de algum modo marginalizadas, como imigrantes, mendigos, prostitutas, culpando-os pelos problemas sociais. A Frente Nacional, da França, comandada por Jean-Marie Le Pen e o PRONA no Brasil são exemplos.
Os nazistas se diziam nacional-socialistas, considerando-se nacionalistas em vez de internacionalistas. Por sua vez, os comunistas não os consideram como tal devido a suas características nacionalistas, ao fato de manterem nominalmente a propriedade privada, e por se basearem na noção de hierarquia natural entre seres humanos.
Estas associações, no entanto, são predominantemente tradicionais e não formais. Em relação ao nazismo ou neonazismo, Ludwig von Mises afirma que o nazismo compartilha com o comunismo um viés estatizante e o intervencionismo econômico.
Outros modelos
Diversos estudiosos procuraram distribuir o espectro político de maneira formal e objetiva. Alguns critérios propostos são:
- Individualismo versus comunitarismo
- Papel da religião no governo
- Intervencionismo versus multi-lateralismo na política externa
- Pacifismo versus militância na expressão política
- Liberalismo versus protecionismo no comércio internacional
- Multi-culturalismo versus nacionalismo na cultura local
- Centralismo versus federalismo na organização do governo
Dentre os diversos modelos propostos, os modelos em dois eixos propostos por Hans Eysenck e David Nolan se destacam. Eysenck mantém o eixo entre esquerda e direita representando política econômica e acrescenta um eixo vertical, distribuindo as vertentes entre liberais (para cima) e autoritárias (para baixo). O modelo de Nolan, por sua vez, apresenta um eixo associado à liberdade econômica e outro associado à liberdade pessoal.
Referências
- ↑ A Situação Internacional, J. V. Stálin, 20 de Setembro de 1924, Marxists Internet Archive (Arquivo da Internet dos Marxistas) em Português
- ↑ Besançon, Alain; A infelicidade do século: sobre o comunismo, o nazismo e a unicidade de Shoah. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. pp. 141
- ↑ DEUTSHER, Isaac; Stalin: uma Biografia Política; Civilização Brasileira, 2006;
- ↑ Reformismo ou Revolução? (Para transformar o mundo é indispensável o Poder político nas mãos da classe operária), J. V. Stálin, 23 de julho de 1934, Marxists Internet Archive (Arquivo da Internet dos Marxistas) em Português
Ligações externas
- «O Capitalista: Espectro Político». – análise baseada no modelo de Nolan