Estação Ferroviária do Tua
Predefinição:Infobox estação CP Porto A Estação Ferroviária do Tua, igualmente conhecida como Estação do Tua, é uma interface ferroviária das Linhas do Tua e Douro, que serve a freguesia de Castanheiro, no concelho de Carrazeda de Ansiães, em Portugal.
História
Os primórdios da estação do Tua remontam à construção da Linha do Douro. Esta linha, que deveria ligar o Porto a Espanha, atravessando primeiro as terras menos desenvolvidas a norte do Douro (à época), e entrando depois no vale deste gigante ibérico, chegou à estação do Tua a 1 de setembro de 1883, com a abertura do troço Pinhão - Tua. Durante quase 4 anos, a estação do Tua foi terminal da Linha do Douro, onde ainda permanece a rotunda ou placa giratória necessária à inversão de marcha das locomotivas a vapor.
Em 1887, a estação do Tua seria palco da abertura de 2 novos troços ferroviários:
- 10 de janeiro: Tua - Pocinho;
- 27 de setembro: Tua - Mirandela.
O primeiro foi a continuação da Linha do Douro, a qual ficaria concluída em 9 de Dezembro de 1887 com a chegada do comboio a Barca d'Alva, onde a ligação internacional se faria a partir da Ponte do Águeda. O segundo fez História ao constituir o nascimento da Linha do Tua.
A estação ferroviária do Tua constituía há não muito tempo atrás o terminal do sub-troço de serviço de passageiros Régua - Tua. Hoje em dia qualquer comboio de passageiros que passe além da Régua vai sempre até ao Pocinho.
É na estação do Tua que o único serviço de comboios a vapor ainda existente em Portugal pára, e regressa até à Régua. Este comboio, que por motivos de segurança circula muitas vezes com uma máquina a diesel em vez da máquina a vapor, tem tido uma procura acima da média, constituindo uma viagem de sonho pelo Vale do Douro.
Aquando do acidente de 12 de fevereiro de 2007 na Linha do Tua, a estação do Tua serviu como base de operações para os serviços que prestaram socorro às vítimas, e de busca das vítimas mortais.
No espaço da estação pode-se encontrar material histórico de via estreita. Num telheiro cercado, encontra-se uma máquina a vapor e algumas carruagens e vagões, dos quais se destaca uma rara (ainda que em muito mal estado) ambulância postal.
Duas carruagens napolitanas, que se encontravam fora do telheiro, foram destruídas num incêndio em 2009, o qual também danificou o armazém da estação[1]. Estas carruagens, construídas nas Oficinas Ferroviárias Meridionais de Nápoles em 1931, fizeram serviço em Portugal noutras linhas, como as de Guimarães, Corgo e Vouga, sendo as que por último chegaram a estações como as de Guimarães (na última viagem antes da reconversão para via larga) e Chaves. Antes da sua destruição, encontravam-se votadas a um estado de degradação e vandalismo generalizado.
Caracterização
A estação ferroviária do Tua é a única das 4 estações da Linha do Douro onde começam as vias estreitas afluentes, que se encontra rodeada pela via larga e pela via estreita. Desta forma, qualquer que seja o sentido, chegar ao edifício da estação obriga ao atravessamento de linhas.
Serviços
Em Maio de 2011, esta estação era servida por comboios InterRegionais da empresa Comboios de Portugal.[2]
Localização e acessos
A Estação situa-se na freguesia de Castanheiro, com acesso pela Rua da Estação.[3]
Caracterização física e arquitectura
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4f/Bahnhof_Pinh%C3%A3o.jpg/220px-Bahnhof_Pinh%C3%A3o.jpg)
Em Janeiro de 2011, contava 3 vias de circulação, com 348, 641 e 633 metros de comprimento, e duas plataformas, que apresentavam 114 e 99 metros de comprimento, e 35 centímetros de altura; existia, igualmente, um sistema de informação ao público e de abastecimento de gasóleo, prestado pela Rede Ferroviária Nacional.[4] Em Outubro de 2004, podiam-se efectuar manobras, e esta interface apresentava a classificação E da Rede Ferroviária Nacional.[5]
De dois andares, um corpo principal e dois espaços laterais de apenas um andar, possui ainda no espaço total da estação um armazém de mercadorias, duas pequenas placas giratórias algaliadas, e uma grande placa giratória algaliada, para a inversão de marcha das locomotivas a vapor. No passado, as placas mais pequenas serviam para transferir cargas da Linha do Tua para a do Douro, através de uma grua manual ainda existente, e a maior, além da inversão de marcha, permitia ao material de via estreita circular até a um pequeno armazém do lado da via larga. Tal já não é possível, uma vez que os carris de via estreita foram retirados do lado da via larga.
Ver também
Referências
- ↑ Zing, Jesus (13 de Agosto de 2009). Incêndio destrói carruagens antigas. Jornal de Notícias.
- ↑ «Porto/Régua-Pocinho» (PDF). Comboios de Portugal. 22 de Maio de 2011. Consultado em 18 de Junho de 2011
- ↑ «Tua». Comboios de Portugal. Consultado em 18 de Junho de 2011
- ↑ «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011: 73, 87
- ↑ «Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005». Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004: 65, 81