Fagus sylvatica
faia-europeia Fagus sylvatica | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Fagus sylvatica L. | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
A faia-europeia (Fagus sylvatica L.) ou faia,[1] é uma espécie do género Fagus, árvore de folha caduca pertencente à família Fagaceae.
Muito embora seja apresentada como nativa do sul e do centro da Europa, existem registos fósseis da sua presença no Norte de Portugal, anteriores ao Neolítico.[2]
É uma árvore graciosa que pode crescer até 40 metros de altura. A copa é cónica e estreita nos exemplares mais jovens. Nas árvores mais velhas é larga, arredondada e muito ramificada. O tronco tem casca lisa e tons claros.[2]
Possui folhas ovais, com margens dentadas e coloração prateada na face inferior. As flores são unissexuais, em glomérulos. O fruto é uma noz com semente oleaginosa comestível.[1]
É uma espécie característica de montanha, cresce em encostas e no fundo dos vales e tem preferência por estações mais frias e húmidas. Prefere zonas de sombra, sobretudo nas idades mais jovens, e tem preferência por solos delgados, profundos, ligeiros e bem drenados, mas com boa disponibilidade de água e com pH alcalino. É resistente aos frios do inverno, embora não seja tolerante às geadas tardias. Não tolera seca estival nem ventos costeiros.[2]
Tem um crescimento muito lento, sobretudo nos primeiros 10 anos de vida, podendo atingir cerca de 30 metros aos 100 anos. Em média, uma faia pode viver de 200 a 250 anos.[2]
Utilização
[editar | editar código-fonte]A árvore fornece madeira utilizada na fabricação de numerosos objetos, notadamente móveis, sobretudo na forma de compensado vergado. A madeira é usada também como combustível, para aquecimento, principalmente na Europa Central. É também fonte de fibras para indústria papeleira.
A faia, que apresenta grande número de variedades, é igualmente apreciada como planta ornamental. Todavia a espécie não suporta as podas severas nem os solos compactados, sendo o seu uso reservado principalmente aos parques. A árvore também se presta à arte do bonsai.
É usada na formação de sebes e pequenos bosques unicamente em regiões de clima temperado e úmido. Historicamente, a faia foi empregada para a extração de diversas substâncias, como o creosoto.
As folhas jovens desta árvore são comestíveis, cruas ou cozinhadas, misturadas em saladas[2]
Além disso, a árvore produz frutos comestíveis, para consumo animal (sobretudo por roedores e pássaros) ou, em pequenas quantidades, também humano. São nozes levemente tóxicas, se ingeridas em grande quantidade, por conterem taninos e alcaloides. Até o século XIX, eram usadas para a produção de óleo para alimentação e iluminação. Também eram moídas para fazer farinha, que podia ser ingerida após os taninos serem lixiviados por imersão.[3][4][5]
Referências
- ↑ a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 752.
- ↑ a b c d e O que procurar na Primavera: a faia, Carine Azevedo, Wilder, 16.04.2021
- ↑ Fergus, Charles; Hansen, Amelia (2005). Trees of New England: A Natural History (em inglês). [S.l.]: Globe Pequot. ISBN 9780762737956
- ↑ Fergus, Charles (2002). Trees of Pennsylvania and the Northeast (em inglês). [S.l.]: Stackpole Books. ISBN 9780811720922
- ↑ Lyle, Susanna (2006). Fruit & nuts: a comprehensive guide to the cultivation, uses and health benefits of over 300 food-producing plants (em inglês). [S.l.]: Timber Press