Família Genúnio
Genúnio (em latim: Genunius),[1] Cinunes (em grego: Κινουνής; romaniz.: Kinounḗs)[2] ou Guenuni (em armênio/arménio: Գնունի; romaniz.: Gnuni) foi uma família nobre armênia (nacarar) da Antiguidade e Idade Média.
História
[editar | editar código-fonte]Os Genúnios descendiam da mesma linhagem orôntida da qual surgiram os Arzerúnios e segundo Moisés de Corene, alegavam descender do rei Senaqueribe do Império Neoassírio através de seu filho Sarasar.[3] Detinham posse dos cantões de Aliovita, na Turuberânia, e Arberânia, na Vaspuracânia, ao norte do lago de Vã. Desde 363, quando o Império Romano e o Império Sassânida assinaram a Paz de Nísibis, sucederam aos príncipes de Anzitena como senescais (azarapates).[4] Moisés de Corene alegou que receberam a função de senescal do mítico Valarsaces I, o suposto fundador do ramo armênio dos arsácidas.[2][5][6] A Lista de Trono (Գահնամակ, gahnamak) os menciona em 17.ª posição entre as casas nobres.[7] A Lista Militar (Զորնամակ, Zōrnamak), o documento que indica a quantidade de cavaleiros que cada uma das família nobres devia ceder ao exército real em caso de convocação, afirma que podiam arregimentar 500 cavaleiros.[8]
Ao participarem na insurreição de 771-772 ocorrida no Emirado da Armênia contra a autoridade do Califado Abássida, perderam seus territórios aos otomânidas e depois aos cáicidas, o que iniciou seu gradual declínio.[9] Um de seus representantes, Vaanes, o Punhal, lutou e morreu na decisiva Batalha de Bagrauandena de 25 de abril de 775. Transferiram-se ao principado dos Bagratúnios ao sul de Taique, por influência de Asócio IV,[10] e talvez ao Império Bizantino, pois é possível que o imperador Leão V, o Armênio (r. 813–820) possa ser um Genúnio.[11] Outro ramo assentou-se na Vaspuracânia, onde alguns representantes estavam entre os vassalos dos Arzerúnios. A última menção aos Genúnios ocorreu em 914.[9]
Referências
- ↑ Moisés de Corene 1736, Index Genunii.
- ↑ a b Toumanoff 1963, p. 205-206, nota 234.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 180, nota 133; 295, 298-299.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 171, nota 88; 205.
- ↑ Moisés de Corene 1978, p. 137-139.
- ↑ Garsoïan 1997, p. 78.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 252.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 240.
- ↑ a b Toumanoff 1963, p. 205.
- ↑ Settipani 2006, p. 326.
- ↑ Toumanoff 1963, p. 201, nota 228; 453, nota 63.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Garsoïan, Nina (1997). «4. The Aršakuni Dynasty (A.D. 12-[180?]-428)». In: Hovannisian, Richard G. Armenian People from Ancient to Modern Times vol. I: The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2
- Moisés de Corene (1736). Historiae Armeniacae libri III. Londres: Caroli Ackers
- Moisés de Corene (1978). Thomson, Robert W., ed. History of the Armenians. Cambrígia, Massachusetts; Londres: Harvard University Press
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs les princes caucasiens et lempire du VIe au IXe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8
- Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Georgetown University Press